Kate
Não fazia ideia onde me dirigir nem com quem deveria falar agora, estava na central da NYU e tinha todos os papeis preenchidos e todos os documentos previamente fotocopiados como me pediram. Obriguei-me a mim mesma a ter de perguntar a um segurança, o mesmo indicou-me onde deveria ir entregar tudo aquilo. Timidamente agradeci e meti pernas ao caminho. O procedimento foi rápido, o que fez estranhar bastante já que tudo o que tem a ver com escola ou consultas médicas demoram séculos a tratar. Agradeci e desejei um bom dia. Era quase meio-dia e o mesmo estômago reclamava por comida rapidamente, desbloqueei o telemóvel e liguei os dados moveis para poder procurar um restaurante ou um café que servir-se refeições, na rua principal ou seja 6th avenida. Havia milhões mas um ficava bastante perto só tinha de voltar para a minha rua e desce-la até a 6th, era italiano e tinha take away, achei a melhor opção e a mais rápida, afinal ainda tinha tudo para arrumar quando voltasse.
Voltei a casa depois de ter esperado apenas uns quinze minutos para que a senhora com um sotaque meio estranho me atendesse, coloquei a chave na fechadura e antes de a rodar ouvi uma voz cantar do outro lado da porta pensei que fosse os vizinhos por alguns momentos mas ninguém morava lá acho eu, e o som vinha mesmo do meu andar. Isto iria ser constrangedor, abri a porta sem medos e o meu nariz inalou o cheiro a fritos vindo da cozinha com a fome que tinha nem liguei ao facto do cheiro gordurento. A rapariga estava de costas ao fogão a cantar a musica que saia do seu computador portátil, os seus longos cabelos tapavam-lhe as costas até metade e com tanto barulho nem reparou que eu estava ali, assim que se virou pulou de susto deixado cair o prato que tinha em mão. - Desculpa não te quis assustar, tentei fazer barulho para notares em mim. - Expliquei-me com urgência ajudando-a a limpar o chão.
-Calma está tudo bem. - A rapariga de voz doce falou tentando-me acalmar. - Sou a Skye, Skye Williams. - Encáramo-nos olhos nos olhos e uma sensação estranha foi instalada no meu peito como se de ansiedade se tratasse, parecia já a ter visto mas não, ela... ela era parecida comigo!?
Olhando para algumas das suas expressões era como se olhasse para mim ao espelho. Mas enfim, não a conhecia de lado nenhum, e não era apelo simples facto de me parecer familiar que poderia depositar a minha confiança nela.
Parecia haver algo mais naquela rapariga que me fez relaxar em relação aquela nova vida que me tinha aventurado. Talvez tenha sido a maneira como falou para mim? A maneira como olhava para mim fazia-me acreditar que também tinha a mesma sensação que eu, uma sensação estranha... muito mesmo.- Estás bem? - Ela perguntou sorrindo.
-Sim, estou.- Falei escondendo o rosto.
-Estranha esta nossa parecença...- Falou rindo pelo nariz. - Como te chamas? - Ela perguntou-me deitado os restos da confusão no lixo.
-Kate James. - Falei encarando-a de novo, ela sorriu e baixou o volume da música vinda do seu portátil. - Desculpa ter arruinado o teu almoço.
- Não te preocupes, eu volto a fazer algo. - Falou de forma calma e não pareceu nem um pouco chateada.
- Gostas de comida italiana? Eu trouxe para o meu almoço, com certeza que não como isto tudo. - Tentei limpar a minha imagem.
- Deixa a sério não é preciso. - Ela recusou educadamente.
- Insisto, isto é demasiado para mim, chega para as duas . - Falei insistindo.
Skye
Era estranho a forma como Kate agia quase como se desconfiasse de tudo, mas tinha um lado simpático e doce. Conversamos um pouco e deu para entender que a mesma é de poucas falas também, íamos agora a caminho do supermercado no meu Opel Astra que durante tanto tempo namorei e convenci os meus pais a me comprarem. Estacionei e ambas saímos, eu tinha pouca coisa em casa acabava por comer sempre fora, mas o medo de ter de mudar de casa foi embora parcialmente e acho que chegou a altura de comprar tudo o que precisamos para lá. Antecipadamente fiz uma lista de compras pessoal e uma que fiz em conjunto com Kate essa lista seria paga a meias, coisas que iriamos usar em conjunto e não faria sentido existir duas.
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Tell me your lies (Portuguese Book)
RandomQuando dois mundos distintos colidem não é pura coincidência. Uma viagem pode mudar a forma como vemos o mundo.A verdade é que não sei bem como tudo mudou tão rapidamente, pensei que estava apenas a viver uma nova fase da minha vida, com altos e bai...