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Kate

Agora, mais que nunca, tinha a certeza que podia confiar em Sky, esperando que ela pensasse o mesmo de mim. Mesmo assim ainda achava um pouco estranho falar-lhe do que se passava comigo em relação a Cody, simplesmente pela ligação que têm e ainda não me ter apercebido o que se passava ao certo entre eles. Mas chega de torturar o meu pensamento, talvez estivesse na hora de ao menos perguntar. Tinha receio. Nem sequer sei o que se passa comigo mesma. Mas bem... -Sky...- disse.

- Somos apenas melhores amigos, não se passa nada entre nós. Era isso que me querias perguntar certo?!- diz esboçando um sorriso.

- Bem eu...sim acho que sim.

- Há semanas que tenho vindo a reparar que ficas meio estranha ao pe dele especialmente quando se dirige a ti.

- Por favor Skye, não lhe digas nada!

- Descansa, não vou abrir a minha boca.

Ficamos no parque até escurecer e os candeeiros se acenderem. Uma briza, agora um pouco mais fresca, passava pelos pequenos buracos da minha leve camisola de malha preferida, deixando-me um tanto arrepiada.

Skye

O sol desaparecia lentamente sobre o parque e a noite começava a cair sobre o mesmo. Avistavam-se agora as luzes dos aviões que sobrevoavam Nova York com clareza. Kate e eu tínhamos decidido voltar para o apartamento visto que já se tornava tarde. Após aquela tarde de conversa apercebi-me de que Kate finalmente começava a confiar em mim, talvez devesse desabafar com ela sobre aquilo... e se ela se rir de mim? Nestes casos todos dizem que é mania da perseguição, mas tenho a certeza que não, não desta vez.

Ao chegarmos á porta de baixo do prédio, ouve-se um estrondo enorme. Subimos rapidamente as escadas e abrimos a porta. A casa estava de pernas para o ar e a janela que dava para as traseiras aberta. Tínhamos sido assaltadas...
Como era possível? Parece que os dois trincos da porta não tinham sido o suficiente. Entrei no meu quarto e reparei na gaveta pouco aberta da minha cómoda onde mantinha objetos mais pessoais. Algumas cartas, um pequeno peluche que o meu pai me oferecera quando esteve em viagem e trouxe de Budapeste, uma pulseira da sorte e algumas fotografias.
Fotografias... os melhores momentos que tinha passado com a minha família e amigos. Ao tempo que não pegava nelas.
Apressamo-nos a chamar a polícia, que chegou rapidamente e revistou todo o apartamento de uma ponta a outro. No meio do caos, apercebi-me que me falta uma fotografia em especial. A fotografia que eu e Alisson tínhamos tirado no primeiro dia de universidade. Foi ela que me deu, inclusive tinha uma pequena dedicatória na parte de trás, como éramos chegadas e como a situação se estava a inverter...

Tell me your lies (Portuguese Book)Onde histórias criam vida. Descubra agora