Tell me your lies (Portuguese Book)

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Kate

Corria pelas ruas de Nova Iorque em busca da livraria mais próxima, o gps dizia que havia uma a três, mas cheguei lá e estava fechada por motivos pessoais, precisava de arranjar urgentemente de um dos livros de Shakespeare, Hamlet, durante duas semanas a falta de vontade e o esquecimento fizeram-me andar hoje no intervalo de 20 minutos à procura do livro que hoje iriamos começar a estudar, iria chegar atrasada mas prefiro chegar atrasada a não ter o livro que iriamos falar durante as próximas 4 horas.

Passou-se um mês desde que vim para Nova Iorque, a mudança foi muita e a adaptação foi menos severa do que pensava, acho que o destino quis que encontrasse uma boa colega de casa que me fez sentir como se estivesse realmente em casa.

Gritei para mim mesma bem alto no meio da livraria, assim que bati com os meus frágeis dedos na madeira maciça, encontrei o livro na secção dos clássicos e voltei a correr para as aulas. Com tudo isto esqueci-me de comer, o meu estomâgo reclamou por comida mas não poderia parar para comer agora.

Rezei a todos os santinhos, mesmo não sendo católica, para que as portas ainda estivessem abertas, foi em vão, lancei o meu corpo contra a parede e tentei recuperar o folgo, as ordens restritas, demais, fizeram-me não entrar na aula, tinha 10 minutos de tolerância se não chegasse dentro desse tempo paciência. Agora só poderia entrar daqui a duas horas o que iria fazer? Mais valia não ter levado o livro e apontava tudo...

Lentamente levei o meu corpo pelos corredores da NYU dirigindo-me para a sala de convívio que por sinal tinha uns sofás bem confortáveis que por vergonha ainda não os tivera experimentado. Sentei-me no sofá laranja berrante e vistoso e relaxei os músculos, observei discretamente as outras pessoas que se encontravam nos outros sofás distantes uns dos outros, uns liam outros apenas dormiam. Tirei o portátil da mochila, hoje tinha o trazido para apontar o que ia dar das aulas.

Skye

- Acabei de ver a tua colega de casa a correr feita uma doida pelo corredor. - Cody dizia-me sentando-se na mesma mesa do bar que eu. -Não tens aula? - Olhei para ele e estive quase para não responder, desde aquela noite em que eu "bebi" que mal falamos, as suas atitudes deixam-me confusa, talvez seja bipolar ou não sei.

- Não, eu tenho um furo agora. - Falei continuando a ler a revista sem interesse. Voltei a comer a minha torrada e o meu galão, era o meu ritual de todas as manhãs optava por aqui comer porque em casa ainda não tínhamos máquina de café, parece algo impossível depois de um mês a poupar ainda não a comprámos.

Cody acaba de comer ainda mais rápido do que eu, abre a sua mala e tira o portátil para me mostrar as suas mais recentes fotografias tiradas na Brooklyn Bridge, o seu entusiasmo nas palavras fizeram-me achar a minha "zanga mental" parecer estupida, eu não podia ficar chateada com ele afinal de contas ele era o meu amigo mais próximo. Como era obvio as suas fotografias eram brilhantes e apaixonava-me cada vez mais pela fotografia seguinte.

Liam passa pela nossa mesa sem nos dizer nem um mínimo olá, ou lançar apenas um sorriso, ele parecia concentrado no que iria fazer, mas também desorientado.

- Ele devia estar em aula. - Cody informa-me deixando me ainda mais preocupada, talvez fosse apenas com a cabeça no ar por ir atrasado , voltei a focar-me no Cody e na sua história das suas aulas chatas e que ele sabia tudo o que ensinavam. - Eu acho que devia ir para lá ensinar em vez deles. E tu? O que estás a achar das aulas? Agora raramente falas comigo. - As aulas não eram o que eu esperava são muito mais complexas e necessitam de muita atenção, ainda estou a estudar toda aquela parte chata da música, mas bem melhor que contabilidade. Limitei-me a responder que estava a gostar, não era hábito meu queixar-me de coisas mínimas, tentava ver o lado positivo das coisas, mesmo que por vezes essas coisas não tivessem lado positivo.