15 de outubro de 2012
Este era para ser um diário de bordo, onde contaria sobre minhas não tão grandes aventuras feitas no oceano, sobre meu trabalho e minha paixão. Eu havia prometido um dia, quando cheguei à conclusão que minha vida não iria ser vivida em terra firme, que não contaria nada que não estivesse relacionado ao mar, pois aquela imensidão azul era minha casa, e não havia nada de tão interessante quanto ela. Mas hoje não estou escrevendo sobre ele, por incrível que pareça, estou aqui para quebrar a promessa que fiz anos atrás, mas há um grande motivo para este, chama-se Thalia.
Todos os acontecimentos que escrevi nos dias atrás, foram descrições sobre minha casa e meu trabalho; não contei o mais importante, porque para mim este era um objeto de trabalho, mas quem sempre viveu de trabalho está contando toda sua vida, certo? E agora pretendo encaixar a última peça que falta, agora irei contar o que aconteceu um ano antes, a minha real aventura. Há um grande motivo para relatar aqui, somente hoje. Eu queria ter contado antes, para que talvez não fosse tão difícil como está sendo agora. Eu planejei cada palavra e nenhuma que estava no fundo da minha mente, realmente está sendo escrita agora.
Eu vivi guiado por duas promessas, contar sobre minha paixão pelo mar e tornar o meu hoje melhor do que o meu ontem. Para que meu último momento seja constituído pelas as melhores horas de minha vida, e assim eu morra em paz.
Minha mãe tinha uma paixão inacreditável pelo nome Ethan, e é por isso que este é meu nome. Ela viajava muito, e por isso viu diferentes nomes, mas afirmou que para ela nenhum se igualaria ao meu. Eu sei que isso é um absurdo, mas de acordo com ela, na vida todos eram frágeis, se viesse um grande vento poderia derrubar tudo, mas as rochas permaneciam ali; solidas, e meu nome significava isso. Para ela eu era alguém que sempre estaria inabalável e de cabeça erguida seja qual fosse o problema, e por isso ela nunca choraria ao me ver chorar; mas eu lhe digo que há um ano atrás, eu descobri que ela estava completamente errada.
Talvez você não veja os meus motivos, como suficientes para tal ato, mas vou dizer que eu nunca tive dúvidas do que eu realmente quis, se precisava escolher entre um carrinho ou uma bola de futebol quando era pequeno, era obvio que eu escolheria as bolhas de sabão, e eu não me arrependeria depois, eu era um ingênuo, mas não um fraco que não assumia os atos.
Tudo começou na vigem da américa do Sul, que foi descrita aqui, mas não como eu gostaria, obviamente. Já havíamos feito o que era para ser feito em termos de trabalho, mas na volta havia ocorrido um grande imprevisto e tivemos de parar em uma ilha, estávamos nas proximidades do Chile, e um dos lugares que eu havia muita aspiração em conhecer era Chiloé, um arquipélago ao sul deste. Ele sempre me despertou um interesse imensurável, pois a maioria das atividades comerciais da área eram voltadas ao mar, ali estavam várias pessoas com a mesma paixão que cultivo a minha vida inteira. Miguel me incentivou a aproveitar a parada e ir até lá, ele trabalhava comigo há anos e era um dos meus poucos amigos, pois naquele tempo eu tinha uma enorme dificuldade de me tornar íntimo das pessoas, geralmente demorava anos para que isso pudesse acontecer, quando é claro eu conseguia me dar bem com a pessoa. Ele sempre soube da minha vontade de conhecer a ilha. Paramos em Ancud onde chegamos a tempo de visitar uma de suas feiras folclóricas.
Ver Chiloé em uma tela de computador não se comparava a grandiosidade que vi, assim em que coloquei os pés lá. Eu achei que nada que encontrasse em Castro, a capital da Ilha grande de Chiloé, me surpreenderia após ter passado dias em Ancud, mas os dias que em passei nas feiras, ou vendo os pescadores, os artesanatos feitos por eles ou a grande cultura que pertencia aquele lugar, não se comparavam ao que achei um dia depois.
Eu não planejava conhecer ninguém durante a viagem, para ser sincero, nunca planejei nada que chagasse a ser considerado um relacionamento, pois meu trabalho nunca permitiu esse tipo de pensamento. Eu estava em uma das festas folclóricas no terceiro dia, as músicas tocadas lá eram completamente diferentes das músicas ouvidas em outros lugares, um simbolismo da cultura local.
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Historia CortaSomos autores que acham que a combinação de música e livros pode mudar o mundo! ✳✳✳ Melhor Ranking: #51 em Conto (06/07/2016)