"- Você fez o quê?" Exclama Jeremy na mesma noite.
"- Já disse. Eu a beijei." Repito o que venho dizendo à algum tempo.
"- E ela retribuiu?" Insiste ele.
"- É claro." Respondo.
"- Não seja tão convencido. Audrey é diferente das outras. Você mesmo admite isso." Lembra ele.
"- Pior que ela é diferente mesmo. Por isso tenho que me manter afastado dela."
"- Como se você conseguisse..."
"- Não me provoca, Jeremy. Não estou com paciencia pra isso." Aviso.
"- Claro. Hoje você só tem tempo para pensar na bela Audrey. "Audrey é tão linda" "Os olhos dela são tão azuis" "O beijo dela me deixa tão excitado" "Eu a conheço de algum lugar" "O cabelo dela é o mesmo..." Jeremy provoca.
"- Cala a boca, idiota!" Corto ele.
"- Calma aê, mano! Estou só brincando. Será que nem uma brincadeira você aguenta hoje?" Reclama ele.
"- Eu quero é esquecer." Explico.
"- E você consegue?" Pergunta ele.
"- Não." Admito frustado.
"- Sabia! Audrey, A Inesquecível. Isso é só você pagando por todos os corações que já partiu." Acusa Jeremy.
"- Você não ajuda mesmo." Acuso-o.
"- O que você quer que que eu diga? Mentiras? Porquê tudo que falei até agora é a mais pura verdade." Ele se defende.
"- Você poderia ficar calado. Isso ajuda bastante." Sugiro.
"- Você é um péssimo amigo." Acusa ele.
"- Me processe."
"- Vou mesmo. Me aguarde só, Daniel Cipriano. Vou me vingar de você." Avisa ele. Saio da cozinha irritado e vou em direção a sala. Ligo a TV e sento-me no sofá. A Ancôra do noticiário está falando sobre o índice de criminalidade que diminuiu bastante. Jeremy aparece e presta atenção ao noticiário.
"- De acordo com as noticias submundanas, temos caçadores de vampiros na area." Comenta ele.
"- Ouvi falar nisso também. Por isso o nível de criminalidade baixou tanto. Seja quem forem eles, são bons no que fazem." Digo impressionado. Jeremy e eu somos assim. Podemos mudar de um assunto para outro rapidamente, como se nada tivesse acontecido. Uma coisa boa nele é que ele sabe quando parar. Ele conhece muito bem os meus limites. Em todos esses dois séculos que nos conhecemos ele me conhece mais que qualquer um. Conheci ele após a minha queda. Por falar nisso: Não consigo lembrar o motivo de terem arrancado minhas asas. Tento de todas as maneiras e não consigo lembrar. Ninguém sabe como explicar isso além de que o trauma de perder as asas foi tão grande que acabei apagado essa parte da minha mente. Só não entendo uma coisa: Se o trauma foi tão grande que apaguei o motivo disso ter acontecido, porquê me lembro da dor e do sofrimento que isso causou? É de se esperar que eu tenha apagado isso também. Mas não. Lembro como se fosse algo que tivesse acabado de acontecer. A memória do momento em que minhas asas foram puxadas e cortadas é muito vivída. Tenho um estremecimento só de lembrar.
"- Daniel, está me ouvindo?! - Jeremy exclama.
"- Desculpe. O que dizia?" Pergunto.
"- Eu dizia que eles devem ser muito bons mesmo, já que nenhum ser do submundo vivo os tenha visto. Eles são como fantasmas." Responde Jeremy.
"- Isso sim é que é estranho. Não fica nenhuma testemunha ou vitíma. É praticamente impossível ser tão invisível assim." Comento.
"- Não é impossível se eles tiverem uma ajudinha." Jeremy comenta de volta. Capto o pensamento dele.
"- Você acha que tem uma bruxa os ajudando?" Pergunto incrédulo.
"- Claro. Que outra explicação tem?"
"- Jeremy, nós sabemos que os Caçadores odeiam qualquer ser do submundo. Eles matam apenas vampiros mais isso não impede que eles nos odeiem. - Indico.
"- Nós dois somos seres celestiais e não do submundo. E respondendo ao seu comentário: Pode acontecer. Se duvida, nós podemos investigar os locais das mortes e ver se encontramos algum indício de feiticaria. - Sugere ele.
"- SE, e é um grande SE, tiver uma bruxa trabalhando com os caçadores, você acha que ela seria burra ao ponto de deixar algum indício?" Pergunto.
"- Para os submundanos ela não deixaria nenhum indício. Nós somos diferentes, afinal nenhum submundano sabe da nossa existência. Eles sabem que somos diferentes mais não sabem o que somos." Discorda Jeremy.
"- Tá legal. Se você acha que podemos encontrar algo, vamos lá." Concordo.A última morte de vampiro foi numa fábrica abandonada. E cá estamos nós.
"- Você acha mesmo que isso vai dar certo?" Pergunto.
"- Você anda tão cético ultimamente. O Daniel que conheci antes acreditava no bem maior." Acusa Jeremy.
"- Tanto faz. Vamos lá." Digo. Tivemos que ultrapassar várias faixas policiais para entrarmos aqui. Nenhum policial poderia nos parar, mas fomos poupados e não nos deparamos com nenhum. Investigamos todo o lugar. Depois de muito procurar, me deparo com uma energia diferente que me deixa arrepiado. Busco a meditação inferior dentro de mim e depois de muito me concentrar, abro os olhos e percebo uma luz roxa quase impeceptível rodeando o lugar.
"- Jeremy, aqui." Chamo-o.
"- Achou alguma coisa?" Pergunta ele chegando ao meu lado.
"- Se concentra." Aviso. Jeremy faz o que eu fiz e depois de abrir os olhos e ver a mesma coisa que eu, ele me lança um sorriso vitorioso.
"- O que foi que eu disse mesmo?" Provoca ele.
"- Cala a boca." Aviso. Mas tenho que confessar que ele estava certo. Depois de rodear o lugar, sinto um cheiro imperceptível para qualquer outra pessoa, menos para mim. Um cheiro que não me é estranho. Flor de algodão, chocolate e maçãs. Só não consigo me lembrar de onde o senti antes.
"- Ei, Jeremy. Sente esse cheiro?" Pergunto. Depois de farejar ele acena com a cabeça.
"- É quase impeceptível, mas sinto. Estranho, acho que já o senti antes." Comenta ele.
"- Eu também acho que já o senti. Na verdade, tenho certeza que já." Concluo. E é aí que sei onde o senti. "-Esse é o cheiro de Audrey.
"- Fala sério, Daniel!" Exclama Jeremy rindo.
"- É verdade." Aviso. Ao perceber o quão sério estou ele se cala.
"- Tem certeza?"
"- Absoluta." Afirmo. Ele suspira e passa as mãos pelo cabelo.
"- Deve ser de qualquer outra pessoa, afinal existem mais de um perfume no mundo." Conclui ele.
"- Jeremy, ela não usa perfume. Esse cheiro é o cheiro dela própria." Indico.
"- Como você sabe tanto?" Provoca ele. Ao ver meu olhar desiste da brincadeira. "- Esquece. Então o que Audrey faria aqui, se esse é mesmo o perfume dela?" Pergunta.
"- Esse é o perfume dela. E não sei, mas isso está estranho." Comento.
"- E como vamos descobrir se era ela que estava aqui?" Jeremy pergunta.
"- Deixe isso comigo. Se tiver algo para descobrir, eu vou descobrir." Declaro.
"- Claro. Quem sou eu para interferir entre você e sua alma-gêmea?" Brinca Jeremy.
"- Ela não é minha alma-gêmea. - Aviso.
"- Não sei não. Tem todo esse fio prateado ao redor de vocês quando vocês estão juntos." Comenta ele.
"- Que fio prateado?! - Exclamo.
"- Você nunca notou? É um fio prateado que entrelaça vocês dois juntos. Poderia dizer até que é o simbolo do infinito com os dois ao meio." Explica Jeremy.
"- Não brinque com essas coisas, Jeremy." Aviso.
"- Eu não estou brincando. Estou falando muito sério. De onde você acha que eu ia tirar essa idéia se não fosse verdade?" Indica ele.
"- Um fio prateado? Tem certeza?" Insisto.
"- Sim. Não tem como não ter. Ele brilha pra caramba." Responde ele.
"- Não pode ser."
"- Mas é."
"- Isso é loucura! Audrey não pode ser minha alma-gêmea ou seja lá o que isso quer dizer!" Exclamo.
"- Se não for alma-gêmea eu não sei o que quer dizer. O fato é que vocês estão ligados de alguma forma."
"- Isso é loucura!" Insisto.
"- Nisso eu tenho que concordar. É uma loucura. Não sei porque você não vê." Admite ele.
"- Tenho que descobrir do que se trata." Digo preocupado.
"- Relaxa, mano. Eu te ajudo." Avisa ele.Heeey pessoas! Oq acharam do cap? Eu estava meio sumida pke coloquei minha outra obra: Conjuradores, no #31DiasDePublicação e isso requer a maior parte do meu tempo. Então desculpe por abandonae vocês. Prometo que vou tentar postar mais.
Deixem suas opiniões nos coments e n deixem de votar e indicar.
Beijinhos da Izzy :*
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Karma - Tudo Que Vai, Volta.
ParanormalAudrey Herondale é aparentemente uma garota normal de 17 anos. Ou pelo menos, é o que os seus novos colegas de classe acham e o que ela os faz pensar. O que os seus colegas nem imaginam, é que essa inglesa que apareceu derrepente, faz parte de um mu...