19 - Audrey - Orfanato.

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   "- Tem certeza de que não quer ir comigo?" Pergunto mais uma vez para Hayley.
   "- Tenho sim, Drê. Tenho uma pesquisa a fazer sobre cordões prateados." Reponde ela.
   "- Cordões prateados?" Indago.
   "- Não é nada demais. Esquece." Diz ela.
   "- Agora que você pediu pra esquecer fica impossivel!" Exclamo indignada. "- Pode ir falando, Dona Hayley!"
   "- Não quero falar nada sem ter certeza, Drê. Espere eu me certificar primeiro." Pede Hayley.
   "- Não. Você vai me falar agora." Discordo. Estamos de saída da escola. Vou dar uma passadinha no orfanato da região para entregar uma papelada de contribuição da nossa família. Vamos ser contribuidores assim como eramos em Londres. Meus pais não puderam ir para entregar por causa do trabalho, então me ofereci para ir. Hayley suspira derrotada.
   "- Tudo bem, você venceu. Mas promete não ficar alarmada nem nada?" Pede ela.
   "- Falando assim fica meio difícil!" Reclamo mais concordo.
   "- Você também não facilita! Entra no carro comigo. - Diz ela me puxando em direção ao meu carro. Entramos e Hayley olha pra mim ainda em dúvida. Fuzilo-a com o olhar para mostrar que não tem volta e ela suspira mais uma vez e acena em concordância.
   "- Vou simplificar: Um cordão prateado surge ao redor de você e Daniel sempre que estão próximos. Acredite ou não, esse cordão forma o simbolo do infinito ao redor de vocês dois." Começa ela. Abro a boca e ela me lança o seu olhar de "não me interrompa". É minha vez de acenar em concordância. "- Continuando... Nunca vi isso acontecer antes, mas de acordo com alguns livros que já li, o cordão é um sinal de que as duas pessoas rodeadas por ele estão ligadas, como alma-gêmeas. Isso já vinha me incomodando por um tempo. Só hoje ao ver ele te perseguindo e com esse cordão surgindo todas as vezes é que resolvi tomar uma atitude e pesquisar sobre isso." Hayley respira fundo e espera minha reação.
   "- Porque você só veio falar disso agora?" Pergunto alarmada.
   "- Porquê queria evitar que você surtasse como está começando a acontecer. Não queria falar sem antes ter certeza." Responde Hayley.
   "- Hay, isso é loucura! Cordão prateado? Isso não existe! Eu não vejo nada disso. Daniel ser minha alma-gêmea é loucura! Isso nunca que vai acontecer. De jeito nenhum!" Exclamo surtando.
   "- Está vendo como é que você já tá? Eu não deveria ter falado! Você sempre surta quando o assunto é Daniel Cipriano." Diz ela.
   "- Eu não estou surtando, só estou dizendo que isso é impossível!" Nego.
   "- É possível sim, Drê. Eu vejo. Você só não vê por que as almas-gêmeas em questão não vêem. E você não é sobrenatural, eu sou." Indica Hayley.
   "- Não somos almas-gêmeas." Continuo negando.
   "- É isso que estou tentando descobrir. Faz assim: Vai no orfanato e enquanto isso eu dou uma pesquisada em casa. Quando você chegar a gente conversa." Sugere ela.
   "- Não quero que você pesquise nada, Hay." Nego.
   "- Não se preocupe com isso. Você está atrasada. Conversamos quando você chegar em casa. Se cuida. Te amo." Diz Hayley e com isso sai do carro me deixando sozinha e surtada. Grunho de frustração e dou partida no carro.

   "- Fale pros seus pais que estamos muito agradecidos pela contribuição, Audrey. Vocês não imaginam como isso vai ajudar." Agradece Maria, a freira e diretora do orfanato.
   "- Imaginamos sim, pode acreditar. Nós é que ficamos honrados em poder ajudar." Digo sorridente.
   "- Gostaria de conhecer o local?" Pergunta Maria.
   "- Claro. Será um prazer." Concordo. Quando saimos para fora, dou de cara com Daniel encostado na parede de cabeça baixa. Ele levanta a cabeça ao ouvir nossos passos. Parece suspreso ao me ver.
   "- Daniel, querido, que bom que chegou. Sempre pontual." Maria lhe cumprimenta.
   "- Olá, Maria. A senhora sabe que é sempre um prazer para mim vir." Cumprimenta ele de volta. Cumprimento-o com a cabeça. "- Audrey, é uma surpresa vê-la por aqui." Ele cumprimenta de volta.
   "- Poderia dizer o mesmo sobre você. Poderia pensar até que está me perseguindo." Brinco. Realmente achei estranho, mas não quis deixar tranparecer. Ele passou o dia aparecendo em todos os lugares da escola em que eu estava. Foi bem estranho.
   "- Então vocês se conhecem? Que maravilha! Quem sabe não foi Deus que os uniu?" Diz Maria alegre. De certa forma o comentário dela mexeu comigo, como se fosse realmente verdade. Lembro do que Hayley disse e quando estou começando a pensar "E se..." Tiro o pensamento da cabeça.
   "- Quem sabe?" Repete Daniel.
   "- Agora você pode nos acompanhar enquanto mostro o lugar para Audrey." Sugere Maria.
  "- Claro. Será um prazer." Concorda ele. Sua última palavra soa maliciosa, mas Maria parece não perceber. Começamos a andar e Daniel nos segue. Maria me mostra todos os espaços do orfanato, Daniel as vezes ajuda na explicação. Isso me faz lembrar que ele cresceu aqui, o que me deixa um pouco para baixo. Depois lembro que ele tinha Elena e Jeremy, o que deve ter tornado mais suportável para ele. Estamos no pátio onde as crianças brincam quando algo pequeno esbarra em mim. Seguro no braço de Daniel em busca de esquilibrio e ele coloca um braço em minha cintura para dar apoio. Olho para baixo e me deparo com um menino loirinho de olhos verdes.
   "- Ethan, cuidado, querido. Te falei para não andar correndo." Repreende Maria, mas percebo o sorriso que ela tenta ocultar.
   "- Desculpa, tia. Não vi vocês." Desculpa-se ele.
   "- Tudo bem, querido. Não faz mais isso tá? E pede desculpa para a moça." Pede Maria. Ele vira aqueles olhinhos verdes lindos para mim.
   "- Desculpa, moça." Pede ele. Ajoelho-me para ficar na altura dele.
   "- Tudo bem, pequeno. Não corre mais, tá bem? Você pode se machucar." Aviso.
   "- Tá. Eu prometo!" Diz ele. "- Você é tão bonita!
   "- Você que é, Ethan. Muito prazer, sou Audrey." Estendo a mão pra ele. Ethan coloca sua mão pequenina sobre a minha e aperta.
   "- Seu nome também é bonito! Daniel é seu namorado?" Pergunta indicado Daniel.
   "- Não. Porquê? Você quer ser?" Brinco. As bochechas de Ethan coram.
   "- Você espera eu crescer?" Pergunta ele.
   "- Claro! Quantos anos você tem?" Pergunto de volta.
   "- Tenho 6. E você?" Pergunta ele de volta.
   "- Tenho 17." Respondo. Ele olha para Daniel.
   "- Ela tem a mesma idade que você e é bonita. Porquê não pediu ela em namoro ainda?" Quer saber Ethan. Começo a rir. Maria me acompanha. Daniel está me olhando de um jeito estranho. Parece até admirado.
   "- Ainda não surgiu o momento certo." Responde Daniel me olhando intensamente. Agora foi a minha vez de corar. Desvio o olhar olhando assim para Ethan.
   "- Ah, então não posso ser seu namorado. Daniel chegou primeiro. Ele é meu amigo e tenho que respeitar isso. Amigo não fica com namorada de amigo." Conclui ele. Sorrio com a consideração de Ethan, mesmo não sendo verdade.
   "- Você é um bom menino, Ethan." Comenta Daniel. Ethan sorri com o elogio.
   "- Você também é, Daniel. Não demore a pedir ela em namoro, os outros homens não vão ter a mesma consideração que eu." Avisa Ethan me deixando surpresa com sua inteligência. Ele fala como um adulto! Olho ainda surpresa para Maria.
   "- Ethan é muito inteligente. É um dos nossos melhores alunos. Já sabe ler e escrever perfeitamente bem." Explica ela.
   "- Já é quase um adulto, não é, Ethan?" Diz Daniel. Ethan concorda entusiasmado. Ele é super-dotado! Finalmente compreendo.
   "- Vai tocar pra gente hoje, Daniel?" Quer saber ele.
   "- Tocar?" Pergunto.
   "- Daniel sempre toca violão para as crianças quando vem." Explica Maria. Olho para ele surpreendida. Ele dá de ombros como se não fosse nada de mais. Olho para Ethan.
   "- O que acham de ter uma cantora como acrescimo?" Sugiro.
   "- Ia ser perfeito! Vai cantar pra gente?" Pergunta ele.
   "- Se nosso violonista não se incomodar." Respondo.
   "- Vai ser perfeito. Você canta muito bem." Diz Daniel sorridente.
   "- Que maravilha! Vou pegar o violão." Exclama Maria animada.
   "- Eu também vou com a senhora." Se oferece Ethan. Ela concorda e eles dois vão juntos.
   "- Fazemos uma ótima dupla, não acha?" Pergunta Daniel.
   "- Não sei. Vai depender do quão bom você é." Respondo.
   "- Eu sou muito bom, anjo." Diz ele ficando a poucos centimetros de distância.
   "- Prove." Desafio.
   "- Vou adorar mostrar que estou certo." Ele aceita o desafio erguendo a mão e colocando no meu rosto. É.institivo, sem sequer perceber acabo me inclinando na direção dela. Daniel sorri vitorioso e continua sua exploração por meu rosto.
   "- Me dê tudo de si, que te digo o quão bom você é." Provoco e crio forças para me afastar.
   "- Eu vou dar, anjo. Pode ter certeza. E você? Vai me dar tudo de si?" Indaga ele.
   "- Vai depender do quão bom você é." Respondo.
   "- Então você já é minha." Declara Daniel.
   "- Está errado, amor. Eu sou só minha e de mais ninguém." Aviso.
   "- Vamos ver até quando." Provoca Daniel me deixando louca. "- Adoro quando você me chama assim." Reviro os olhos e o ignoro. Confesso que gosto quando ele me chama de "anjo."
   "- Pronto, namorados. Vamos?" Ethan chega perguntando. Daniel dá um.sorriso convencido.
   "- Claro, pequeno. Vamos." Concordo pegando em sua mão e pedindo pra ele guiar o caminho.

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Beijinhos da Izzy :*

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⏰ Última atualização: Jun 06, 2016 ⏰

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