Depois que termino de colocar tudo dentro da Van do PetShop, pego Gabe, coloco-o dentro do carregador e depois de colocá-lo num local seguro entro no carro, e parto. Não precisei de endereço, pois levei Audrey em casa no dia que ela surtou na boate. Ainda estou impressionado com Audrey. Não imaginei que o Gabe iria gostar dela. Jamais. Nem em meus sonhos mais loucos. Quando Stacy um dia veio atrás de mim no PetShop que eu estava com ele, ele enloqueceu, quis atacar e fugir ao mesmo tempo dela, coisa que eu até entendo. Stacy tem repulsa de animais, coisa que qualquer um percebe, até os próprios animais. O curioso é que o John não precisava de mim hoje, e mesmo assim eu insisti em vir. Não acredito em destino, pelo menos não mais. Mas ainda assim eu fico pensando "E se...". Não, deixe de pensar bobagens, Daniel. Penso indignado. Confesso que vou sentir falta do Gabe, eu me apeguei a ele, aliás, fui eu que escolhi o nome quando John trouxe ele. Ele me lembrou o jeito majestoso e iluminado do Arcanjo Gabriel, e daí o nome. Só não levei Gabe para morar comigo no apartamento porquê o nome já diz tudo, animais não são permitidos. Só espero que cuidem bem dele. Ela vai. O pensamento aparece na minha cabeça. As vezes isso acontece, sinto outra voz na minha cabeça. Gosto de pensar que pode ser Deus, me guiando e me mostrando que ele não desistiu de mim apesar de tudo. Em vinte minutos chego na casa de Audrey. Desço do carro e pego logo Gabe e vou em direção a porta. Chegando na mesma eu aperto a campainha e espero. Logo Audrey abre. Está linda como sempre, mesmo de camiseta regata branca, short jeans curto preto e descalça.
"- Ei. Que bom que chegaram!" Ela diz sorridente. Gabe late ao ouvir a voz dela. "- Oi pra você tambem, Gabe!" Diz ela fazendo Gabe latir animado mais ainda. Ela abre o carregador e pega ele no colo. "- Entra." Diz abrindo mais a porta e entrando. Sigo atrás e vejo a família dela olhar animada para Gabe. Estranho ao ouvir ele latir animado ao invés de assustado, garoto esperto, já percebeu que dessa vez vai ser diferente.
"- Olá, Daniel. Chegou na hora, você vai almoçar conosco." Elisabeth, a mãe da Audrey fala.
"- Ah, não, obrigado senhora, mas não posso." Digo.
"- Claro que pode! Eu já tinha avisado para John que você iria tirar seu horário de almoço para comer conosco." Ela insiste. Droga! Porquê John me meteu nessa e nem avisou?
"- Desculpe senhora, agradeço novamente mais não posso aceitar." Insisto.
"- Não aceito não como resposta. E não precisa me chamar de senhora, pode me chamar de Elisabeth, ou até mesmo Lisa, todos chamam!" Ela me puxa e me apresenta ao marido. Que mulher formidável! Agora sei de onde Audrey tirou toda essa atitude! E a beleza tambem, mesmo tendo os olhos do pai, que são lindos nela. O pai dela, Joseph, tambem insiste em que eu o chame pelo nome.
"- Vamos pegar as coisas do Gabe, nos ajudamos." Andrew fala.
"- Não precisa, eu vim pra isso." Digo.
"- Sem reclamar! Não aceitamos orgulho nessa família!" André fala.
"- Isso aí mano! Vamos lá." Alec completa. Meu Deus! Um Herondale é difícil fazer mudar de opinião, agora todos? Tô ferrado! As vezes me pergunto porque tive que desafiar as ordens de Miguel e cair. Depois de ver que não se pode mudar a cabeça de um Herondale, resolvo ceder e aceitar a ajuda. Pegamos tudo que está na Van e levamos para o quarto do Gabe (Sim, Gabe tem um quarto só dele!) no andar de baixo. Brinco com ele um pouquinho para ele se acostumar e logo todos vamos lavar as mãos e nos sentar à mesa. Depois de todos nós nos servimos e começarmos a comer, logo as perguntas começam.
"- Então Daniel, com quem você mora?" Joseph pergunta.
"- Com o meu melhor amigo, Jeremy." Respondo.
"- Sozinhos?" Pergunta Elisabeth. Percebo Audrey ficando atenta, provavelmente interessada na resposta.
"- Sim. Somos emancipados." Respondo.
"- E os seus pais?" André pergunta.
"- André!" Audrey e Hayley o repreende.
"- Que foi? Foi uma pergunta normal!" Ele se defende.
"- Isso é falta de educação!" Audrey insiste.
"- Tudo bem. Nossos pais morreram quando ainda eramos bebês, Jeremy e eu viviamos em um orfanato desde então, foi daí que nossa amizade surgiu, somos praticamente irmãos, quem acabou nos adotando foi a própria diretora do orfanato, mas ano passado ela morreu de cancêr, decidimos que não queriamos mais morar com ninguem e nos emancipamos." Explico. O que de certa forma é verdade, pelo menos algumas coisas são. Elena era a diretora do orfanato, que por acaso era religioso. Ela tambêm era uma freira. Ela sabia a verdade sobre eu e Jeremy, e acabou nos ajudando à nos adaptar. Diferente de muitos religiosos que acham pessoas como nós abominações, Elena acreditava que todos podem se redimir, e que nós não eramos maus por sermos caídos. Ela soube o que nós eramos logo na primeira vez que nos viu. Existem algumas pessoas que a fé e a bondade é tão grande, que acabam tendo o dom de ver as pessoas como elas verdadeiramente são. Sejam as pessoas boas ou más. Elena era uma dessas pessoas com esse dom.
"- Sinto muito." Audrey fala, e sinto que ela verdadeiramente sente, que não falou só por educação.
"- Todos nós sentimos. Não é verdade?" Elisabeth pergunta, e todos concordam.
"- Vamos falar de coisas mais agradáveis. Então Daniel, como é trabalhar rodeado de animais?" Hayley pergunta. E eu conto tudo o que sinto ao trabalhar com eles. E é maravilhoso! Não tem criatura mais agradável e inocente que os animais. Eles são maravilhosos por serem totalmente diferentes dos seres humanos. Os animais não destroem o mundo. E tudo que eles fazem que as pessoas consideram como abominável, eles fazem para sobreviver. Eles não matam por prazer e maldade diferente do ser humano, eles matam por necessidade.
Conversamos durante toda a hora do almoço. Quando chega a hora da sobremesa vejo os olhos da Audrey brilharem, não aguento e acabo rindo como todos os outros. Ela diferente da maioria das mulheres, não economiza na hora de comer e não tem frescura achando que vai engordar. Ela come na mesma quantidade dos irmãos e ainda repete a sobremesa. E ainda por cima tem o corpo perfeito. Depois que todos estão satisfeitos, Audrey diz que vai brincar com Gabe e me chama pra ir junto, o que eu aceito. Ficamos calados brincando com ele por alguns minutos até que ela diz:
"- Não leve a mal as perguntas do André, ele não sabia e tenho certeza que não fez por maldade."
"- Eu sei." Respondo.
"- Ele como qualquer um de nós sabe como é difícil perder alguém que amamos." Comenta ela.
"- Sabem?" Pergunto sem querer ser insensivel, mas fiquei curioso.
"- Sim." Ela responde. Espero pra ver se ela vai continuar. Ela fica tanto tempo calada que acabo desistindo de esperar uma resposta e decido conversar sobre outra coisa, quando vou falar sobre outro assunto, ela fala:
"- Tambem perdemos uma pessoa à um ano. Mason era o nome dele." Ela para por um momento e espero. Quando começo a imaginar que talvez Mason poderia ser o namorado dela, ela continua: "- Ele era meu melhor amigo. Melhor amigo de todos nós, aliás. Era como um filho para os meus pais e era o namorado da Hay."
"- Entendo. Se não quiser continuar não precisa." Digo. Percebo que ela resolveu falar desse assunto para mostrar que realmente entende e sente muito pelo que passei. Que está agradecendo por eu contar a minha história. De certa forma me sinto mal por não ter contado toda a verdade, mas é algo que eu não posso contar de maneira alguma, mesmo se quisesse.
"- Tudo bem. As vezes é bom falar, ou pelo menos é o que minha mãe diz. Quer saber como ele morreu?" Ela pergunta.
"- Só se você quiser falar, se não se sentir bem com isso, não precisa." Digo.
"- Mataram ele. Ele foi morto por mero descuido nosso. Mas não era pra isso ter acontecido. Se eu estivesse mais atenta, eu poderia ter evitado, acho que é o que todos nós achamos. Mas eu poderia ter feito algo, eu era a que estava mais próxima, poderia ter evitado tudo. Mas não, eu paralisei e vi ele matar o Mase na minha frente, na frente de todos nós. E pra piorar a nossa dor, ele levou o corpo, e nem um interro digno o Mase teve..." Percebo que ela está divagando, o que tambem percebo é que ela diferente das outras pessoas, não está chorando enquanto conta. Ela parece atormentada, como se guardasse toda a dor pra si própria. Não tento abraçá-la porquê eu sei que ela não é desse tipo. Ela não quer ninguem sentindo pena dela. Não que eu esteja sentindo pena, só estou compartilhando da dor dela, não tem como não sentir tudo o que ela sente.
"- Ei, tudo bem. Não fale mais disso." Falo tentando acalma-la.
"- Não dá, eu sou a culpada, eu sei que eu sou, todos podem não achar, mas é a pura verdade." Ela continua.
"- Você não poderia fazer nada, entendeu?"
"- Você não sabe, você não entende, eu poderia sim! Eu tinha tudo que precisava, não é nada que eu já não tenha feito!" Não entendo nada do que ela está falando, como assim não é nada que ela já não tenha feito? Acabo chegando a conclusão de que ela está totalmente histérica, não aguento, ela pode não gostar, mas acabo puxando ela para os meus braços. Não falo que vai ficar tudo bem e nem que com o tempo vai melhorar, apenas à seguro em meus braços e espero ela se acalmar. Ao fazer isso tenho uma sensação de Deja Vú. Naquele momento tenho certeza de que já passei por essa situação, e com ela. Sinto coisas que não deveria. Chego à conclusão de que o melhor que posso fazer é me afastar de Audrey Herondale.Heeey pessoas!! Oq acharam? Deixem suas opiniões nos coments e não deixem de votar se gostarem. Dêem uma passadinha no meu profile e leiam "Conjuradores", vcs vão gostar!
Bjks da Izzy :*
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Karma - Tudo Que Vai, Volta.
خارق للطبيعةAudrey Herondale é aparentemente uma garota normal de 17 anos. Ou pelo menos, é o que os seus novos colegas de classe acham e o que ela os faz pensar. O que os seus colegas nem imaginam, é que essa inglesa que apareceu derrepente, faz parte de um mu...