É bem estranho

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Nota: gente, eu só quero explicar que essa é uma continuação do conto anterior, o da Estela e da Lana, por tanto, é meio óbvio que caso você não tenha lido o cap anterior, você não vai entender. Eu sei que teve gente que gostou, e eu amei, principalmente o Theo. E é ele quem narra essa parte. Até o final do cap.

*****

Theo

- Não vou! Não vou! E não vou! - escuto quando chego em casa.

Vejo minha irmã correndo pela casa, com uma pantufa de ursinho nos pés, se esquivando de minha mãe, que tenta prender algo em seu dedo.

- Amor, não custa nada colocar esse anel. - minha mãe diz, avançando para a filha.

Patty sobe em cima do sofá, e aponta para o objeto nas mãos de minha mãe.

- Não, Dona Yasmim! De jeito nenhum que eu coloco coisa de defunto! - grita.

- Patricia! Mais respeito com a sua avó! - minha mãe grita de volta, puxando a mão de Patty para que ela desça do sofá.

As duas nem parecem notar minha presença, então apenas me encosto na porta fechada e observo a briga.

- Mãe. Minha amiga disse que usar coisa de morto atrai azar! Amanhã eu tenho uma prova importante de História! Eu. Não. Vou. Colocar. Esse. Anel.

- Eu estou pouco me lixando para o que sua amiga disse, Patricia. É a sua mãe quem está mandando!

Patty joga o olhar para mim, e então sei que ela já havia percebido que eu estava ali o tempo todo.

- Theo... - diz ela, apontando para minha mãe como se apontasse para uma barata.

Cruzo a sala, puxo Dona Yasmim para um beijo na testa e acaricio seus cabelos.

- Mãe, onde achou o anel da vovó? - pergunto.

- Embaixo da pia. - responde simplesmente.

Sabe aquele momento que você espera uma resposta como: eu estava guardando esta joia, a espera do momento certo para presentear minha tão amada e querida filha. E acaba escutando que sua mãe achou uma bijuteria da vó de baixo da pia, e como não quer jogar fora, tenta dar para a filha? Ah, você não sabe? Eu sou o único estranho?

- Por que está todo molhado, filho? - escuto a voz de minha mãe.

Ela nunca aprovou a "baderna" que fazemos nas ruas. Mais o que posso fazer se a bateria do Kevin está no concerto?

- Jogaram água na gente. - respondo, dando de ombros.

Patty começa a rir. Rapidamente, tiro a camiseta molhada e jogo no cabelo azul dela, que fica quieta na hora.

- Se jogaram água em vocês, - minha mãe começa, colocando a mão em meu rosto e posicionando-o diante de seus olhos - por que está com essa cara de idiota?

Mães! Dá para esconder alguma coisa de vocês?

- Foi nada. - respondo, me dirigindo à escada.

- Toma um banho quente! - ouço a voz de minha mãe.

...

Alex.

O nome fica na minha mente.

- Alex. - repito depois que ela responde a minha pergunta.

A menina ao lado dela a fita estarrecida, por algum motivo que desconheço.

- É um nome bonito. - digo.

Coletando Contos #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora