Acordei em um lugar estranho, e eu estava sentada em uma cadeira.
Olhei para todos os lados para ver se o reconheceria, porém não reconheci. Eu estava em uma espécie de galpão, as paredes eram brancas mas, com o passar de anos, acabaram ficando amareladas. Não estava muito bem iluminado, alguns cantos estavam escuros. O resto do ambiente que estava iluminado era através de uma janela no alto de uma das paredes, que reluzia a luz do luar.
Tentei me mexer, mas estava presa, meus braços e minhas pernas estavam amarrados na cadeira. Como eu fui parar ali?
- Parece que alguém acordou - disse uma voz masculina em meio à escuridão.
Não dava para ver quem disse aquilo, estava muito escuro.
- Q-quem d-disse isso? - perguntei, com a voz trêmula.
- Não me reconhece, Liza? - perguntou a voz.
Como ele sabia meu nome? O que ele queria dizer com isso?
- Q-quem é v-você?
- Não acredito que não lembra se de mim! Eu te salvei, como não sabe quem sou eu? - disse a pessoa, enigmaticamente.
- Me salvou?
- É, eu te salvei, não se lembra? - perguntou novamente.
- C-Carl? É você?
A pessoa começou a rir.
- Até onde eu sei, mais ninguém te salvou! - afirmou, aparecendo aos poucos na luz.
À medida que Carl saia do escuro, seu rosto brilhava e mostrava uma expressão assustadora.
- O que eu estou fazendo aqui? E o que você está fazendo aqui? - perguntei, com mais firmeza na voz.
- Você é uma garota esperta Liza, pode adivinhar a resposta para esta pergunta! - falou. - Sabe a resposta?
- Não, não sei - respondi. - Qual é a resposta?
Ele sorriu, foi um sorriso bastante maligno. Carl estava me assustando com aquele comportamento estranho.
- Acha mesmo que é assim tão fácil? Nem tudo o que queremos, podemos ter! - exclamou.
O que ele queria dizer com aquela frase? Carl estava muito, muito estranho.
- O que...
Carl veio até mim e pôs o dedo na minha boca, sinal para fazer silêncio.
- Se você quer a resposta, deve pensar qual poderia ser a resposta!
Então, tirou o dedo da minha boca e andou até a metade da sala.
- Eu não posso imaginar! - falei, talvez assim ele falasse.
Mas eu me enganei, Carl continuou fazendo suspense.
- Liza, qual é a última coisa de que se lembra? - perguntou ele, de costas para mim.
Pensei um pouco.
- Eu estava na floresta, estava chorando - contei.
- E o que mais? Não é só isso que aconteceu! - comentou, como se já soubesse o que tinha ocorrido.
- Eu... Ouvi um barulho...
- Que barulho? - me cortou.
- Eram... Passos.
- Ah! E o que houve depois?
- Foi só isso - menti.
Ele riu novamente.
- Não, não foi só isso! - disse ele, ainda rindo.
- Se você sabe o que aconteceu, por que está perguntando? - já estava ficando nervosa com aquela brincadeira maldosa.
- Só responda! - gritou, parece que não fui só eu quem ficou nervosa. - O que aconteceu depois?
- Eu ouvi passos... E, então, o lobisomem me atacou. Depois que ele pulou em cima de mim, não me lembro de mais nada.
Ele ainda estava de costas para mim, mas senti que um sorriso se formou em seu rosto.
- Isso mesmo, o lobisomem te atacou. Então o que você faz aqui? - perguntou, se virando para mim.
- Não sei. Porque você me salvou? - sugeri.
Carl gargalhou muito. Quanto humor!
- Não sua boba, eu não te salvei - continuou fazendo suspense.
Meu Deus! Está explicado o motivo de ele não ter amigos.
- Então... O que você está fazendo aqui? - continuava sem entender.
- Até agora você não entendeu?
Balancei a cabeça, negativamente.
- Liza, Liza, Liza, eu pensei que você fosse mais esperta! - disse, rudemente.
Olhei para ele confusa, realmente não estava me agradando aquela conversa.
- Não está muito óbvio, garota? - gritou. - Eu sou o lobisomem!
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Sequestro À Meia-Noite
LobisomemTodas as noites de lua cheia, à meia-noite, um lobisomem vai a um vilarejo para levar alguém, e cabe a Liza e seu melhor amigo, James, descobrir quem está por trás desses sequestros. *** Todos os direitos reservados à Sophia Ribeiro Guimarães. Plági...