Capítulo 10

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Caleb narrando.

Eu poderia dizer que se passaram segundos enquanto Alysson continuava em silêncio, mas já haviam se passado cinco minutos. Sim, eu estava contando. Assim que terminei de dizer assisti ela calmamente fechar os olhos e se invlinar para trás sobre a cadeira, suspirar, abrir a boca e fechar, mas nada fora do normal acontece, até que vejo uma lágrima sair por seus olhos que agora estavam abertos.

-PAPAI...- Ouço ela gritar.

-Fala filha. - seu pai aparece assustado.

-Me leve para meu quarto, por favor. - ela diz, e a nesse momento posso ver que seus olhos estavam inundados por tantas lágrimas que desciam.

-Aly vamos conversar amor, por favor. - digo me levantando junto ela e tentando a segurar por seu pulso.

-Caleb, se conversamos agora talvez eu te diga coisas que eu me arrependa profundamente, e até mesmo para sempre. - ela me diz fitando o chão.

-Amor...- tento falar mas tudo que ouço sair da minha boca e um sussurro enquanto vejo ela tirar seu pulso da minha mão.

-Caleb meu filho, acho melhor deixar essa conversa para depois. - meu sogro me diz me enviando um olhar de compaixão.

Me aproximo de Alysson e a abraço, sinto ela relutar mas acaba cedendo e me envolvendo com seus braços.

Eu não sabia o que falar. Minha mente estava confusa, e com toda certeza a da aly estava ainda pior. Eu não podia a pedir mais do que ela poderia me dar e então eu disse apenas o que eu sentia.

-Me perdoa. - digo ao pé do seu ouvido e beijo sua testa antes de sair.

Alysson narrando.

Meu pai me guia até meu quarto e assim que sou deixada sozinha tranco a porta. Sento no chão e sinto minhas forças se esvaziarem do meu corpo aos pouco, sinto o chão gelado também; talvez seja assim que meu coração tem estado também, não por Caleb ter um filho, mas por meu relacionamento com Deus que nunca melhorava, pela minha faculdade que estava parada e pelos meus sonhos estagnados. Não é como se Caleb houvesse cometido um crime, como matar alguém, mas ele com toda certeza estava matando meu sonho de lhe dar o primeiro filho. Não o estava julgando, eu sabia do seu passado e quando disse sim para ele eu também estava dizendo sim ao seu passado, suas dores e alegrias, mas diferente de muitos eu não trazia isso a tona, não esfregava en sua cara seus erros. Porque é isso que casais fazem, ela se apóiam e se amam, mesmo quando estão destruídos por dentro.

Ando pelo quarto a procura de meu celular é quando o encontro, procuro as mensagem para mandar uma de voz para Caleb.

-Me perdoa por ter agido como uma criança chamando meu pai...não é como se eu fosse acabar com o casamento...me perdoa pela minha reação, eu só preciso de algum tempo para pensar. - êxito em continuar, mas eu precisava falar. - Minha cabeça está tão bagunçada. Eu me sinto um nada constantemente. Acho que se fosse contar as vezes que pensei que morrer seria a melhor solução ficaria até amanhã aqui. - ouço minha risada amarga sair, mas então sinto as lágrimas caírem. - Eu só não queria ser um fardo. Queria ter minha vida de volta, mas tenho medo. Quando o Dr. Fernando disse que eu poderia operar para corrigir o erro no nervo óptico eu tive esperança mas ele também disse que eu poderia ficar cega para o resto da vida. Me perdoa também por ter guardado isso como um segredo, sei que deveria ter contado. Talvez se você pudesse me entender, sentir o que eu sinto. - sinto o nó na garganta, mas não consigo parar. Eu tenho que falar o que sinto. - Eu quero chegar em casa e poder olhar nos seus olhos, quero poder caminhar sozinha, escolher a cor da nossa casa, escolher a decoração do quarto do nosso bebê. - sinto as lágrimas descerem com mais rapidez. - Quero me sentir livre da escuridão, da solidão do escuro que só eu conheço. Eu sei que sou pecadora, não estou dizendo que sou santa, mas acho que eu não merecia isso. Acho que talvez eu nunca vá entender os planos de Deus. -Suspiro limpando minhas lágrimas. - provavelmente você está dirigindo agora, então acho que não vai ouvir nem tão cedo. Quando chegar em casa e ouvir não volte a minha casa, vai estar tarde. Se quiser vir amanhã... traga seu filho, se puder.

Quem Fui [Livro -2] #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora