Capítulo 12

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Antes de tudo gostaria de pedir que orem por minha família, meu avô faleceu hoje cedo e estamos todos meio destruídos, não ia postar hoje mais como já estou quase dois meses sem postar, achei melhor postar logo. Me perdoem por qualquer coisa. Bom capítulo.

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Resultado do sorteio : Nossa querida Ingred_Nascimento foi quem ganhou ! Parabéns nega ❤

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Cabel narrando.

Eu percebia olhares de Lucy em mim a todo instante, mas não eram olhares de interesse, eram olhares analisadores. Ela parecia querer entender minha postura e o porquê de minha mudança de ideia repentina, mas sequer teve coragem de perguntar. Durante a consulta Enzo apenas me olhava e uma vez ou outra e dirigia palavras a mim, eu tentava me aproximar mais, mas ele parecia me bloquear de todas as formas. A cada gesto que fazia ele recuava e então Lucy mandava lhe um olhar de advertência e ele pedia desculpas. Quando a consulta acabou eu ainda estava trocando mensagens através do meu avô para a Alysson e havíamos marcado de nós encontrar na pracinha, queria que alysson conhecesse o Enzo, mas também tinha medo de sua reação ao conhecer Alysson.

Como eu estava com o carro e Lucy com o dela e a cadeirinha, achamos melhor deixar Enzo em seu carro e apenas seguir caminho.

Durante o trajetório sinto meu coração ficar no desespero, e a cada minuto parecia saltar mais ainda.

Chegamos na pracinha e vejo Alysson gargalhar ao lado do meu avô e de um outro senhor.

-Oi...- digo olhando para Alysson que sorri calmamente me aproximo dela e a beijo.

Essa mulher devia tomar maracujina todo santo dia, mulher calma. Deus do céu. As vezes eu esperava que ela gritasse, ou surtasse, mas ela ainda estava lá, de pé, inteira.

-Ela qui é a cega, Mamãe ? - Enzo diz puxando a calça de Lucy.

-Enzooo...- Lucy cora e olhando para baixo ele e logo em seguida olhando para Alysson. - Alysson, me desculpe por meu filho.

-Tudo bem.- ela diz como se pudesse ver o menino. - Eu gosto da inocência dele.

-Eu também gosto.- Meu avô diz dando uma risada leve.

Logo Enzo sai de traz de Lucy e corre para Alysson, vejo ele pegar em sua mãe e por em seu rosto.

-Tia, mamãe dix que sou muito lindo. Você acha ?- ele diz sorrindo.

-Sim, você é lindo ! E tem os traços do seu pai. - ela diz alisando o rosto do menino.

Olho para Lucy esperando traços de ódio, raiva ou algo do gênero mas encontro calmaria.

Se essa mulher finge, ela finge muito bem!

-Vou passear um pouco, se importa se levar ele em casa ? - ela diz baixo aí se aproximar de mim.

-Não, claro que não me importo. - digo sorrindo para ela.

-Enzo, venha cá. - ela chama. Ele que ria no colo de Alysson apenas para e faz sinal com as mãozinhas para que ela vá até ele.

-Vem cá mamãe. - ele diz com os braços levantados como se comemorasse um grande jogo.

-Vou sair um pouco e o papai vai te deixar em casa mais tarde. - ela diz abaixando e ficando na altura de Enzo que estava no col de Alysson ainda. - Se comporte.

-Sim senhola. - ela diz mostrando os dentinhos pequenos.

Lucy sai nos deixando a sós. Meu avô se levanta e caminha com o outro senhor até a banca entretidos em uma conversa sobre coisas aleatórias, me sento perto de Alysson e Enzo, vejo eles conversarem animadamente e não os interrompo.

-Tia, meu bumbum ta doendo, me põe no chão. - ele diz calmo.

-Tudo bem.- ela diz sorrindo.
Ele vai para o chão e começa a brincar com um carrinho que estava perto. - E ai gatinho, tudo na paz ? - ela diz se a chegando a mim e beijando meu rosto.

-Sim gatinha, tudo na paz. - falo rindo.

-Posso ficar com o coração em paz ou meu noivo foi assediado?

-As enfermeiras tentaram me agarrar mas não conseguiram, fora isso, nada mais.- digo passando o braço por seu ombro.

-Graças a Deus, teria que matar alguém e não queria ter que ir presa virgem. - ela diz séria, só então entendo sua brincadeira e começo a rir e vejo ela ficar vermelha de vergonha enquanto ri.

-Graças a Deus não teremos esse problema. - falo sorrindo. - Acho que o Enzo gostou mais da "Tia" do que do próprio pai.

-Foi tão ruim assim ?- Ela diz alisando minha mão que estava em seu ombro.

-Não foi ruim, foi péssimo! - falo olhando para ele que brinca com o carrinho despreocupado. - Não deixou sequer que eu chegasse perto dele o dia todo. - sinto a mágoa em meu tom de voz mas tento recolher.

-Amor, tudo tem seu tempo, vá com calma, tudo e novo para ele. Eu sou só uma moça qualquer, cega e que ele acha legal...

-Aly...- a corto.

-Cala boca e deixa eu continuar - ela diz em alto e bom som. Me calo. - Você é o PAI dele, que chegou depois de 3 anos, ele estava acostumado com um tipo de vida, apenas de tempo a ele...

-Tudo bem então. - digo me dando por vencido e dou-lhe um selinho. - Na próxima vez que me mandar calar a boca teremos problemas.

-Ahã, teremos. - ela diz revirando os olhos e sorrindo.

Desvio meu foco dela e olho para Enzo que por um instante podia jurar que estava me encarando.

Quando crescemos sempre escutamos nossos pais falarem de um tal amor incondicional por seus filhos, com o tempo nos desconfiamos, falo por mim mesmo, que mesmo não tendo país sempre presente tive avos que me criaram com muito amor, e agora, aqui, olhando para esse pequeno, eu percebo o quanto o amo, e só de pensar o quanto já perdi de sua vida, me arrependo por tudo, inclusive por não o ter conhecido antes... eu só queria...eu só quero, o melhor para ele.

Sei que está pequeno, mas estou sem cabeça para capítulos maiores, espero que me perdoe, e me desculpem também caso o capítulo não esteja muito bom.

Amo vocês
Colar de beijo.
Vou atualizar com mais frequência, prometo.❤❤❤❤

Quem Fui [Livro -2] #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora