Corey P.O.V.
Fiquei várias horas esperando na sala de espera, preocupado, andando de um lado para o outro, aos poucos, as pessoas foram indo embora e falando para avisar qualquer coisa.
Toda vez que chegava um médico e chamava por outra pessoa, eu praguejava mentalmente, não aguentava mais toda aquela pressão, de saber que Joey tinha entrado naquele estado por minha causa, de estar em uma cama de hospital. Tudo o que eu queria era ve-lo correndo para me abraçar, sentir seus lábios contra os meus, seu perfume, ouvir sua voz de homem... em corpo de gnomo...
Fiquei várias horas andando para lá e para cá, na sala só sobravam Sid, Chris, Jim, Shawn, Mick, eu, Juliana e algumas outras pessoas que eu não conhecia, que não esperavam Joey, até que um médico finalmente apareceu, falou algo á recepcionista, e virou a folha na prancheta, encarando a sala de espera.
- Os parentes de Joey Jordison. - disse ele, e nos levantamos, eu e Juliana fomos na frente.
- Eu sou a irmã dele. - disse ela
Eu fiquei quieto, não sabia exatamente o que era de Joey.
- Ótimo, vocês dois podem vir. Vamos de dois em dois. - disse ele - Não queremos perturbar o paciente.
- Ok. - falei, e o médico colocou a mão nas minhas costas e na de Juliana, nos conduzindo pelos corredores até uma sala particular, então entramos, e acho que aquela era a pior imagem que eu já esperei ver. Joey estava preso á tubos, com uma máscara de oxigênio, os batimentos e a pressão sendo mostrada em uma máquina, sem piercings, o cabelo completamente liso, espalhado no travesseiro, o cavanhaque havia sido raspado, sua boca estava fechada, ele estava imóvel, com as mãos ao lado do corpo, seu coração batia normalmente, mas estava como se fosse a batida de uma música, uma bela música, porém triste. Fiquei o observando estático até ter coragem de avançar, e o doutor disse enquanto ficávamos ao lado de Joey:
- O estado dele inicialmente é grave, não sabemos o porque dos sangramentos, a batida não o machucou, mas o impacto foi grande, ele vai provavelmente ter perda de memória ou perda de memória recente, talvez não se lembre de vários pontos da sua vida, ou as sequelas talvez sejam outras, está em todos os noticiários que ele veio parar aqui, por falar nisso.
- Entendo. - falei, mesmo sem entender nada, me apoiei na cama, coloquei a cabeça no peito de Joey e comecei á chorar, Juliana tentava me acalmar acariciando minhas costas, mas pouco adiantava, já que ela também chorava, chorava tanto quanto eu, porém em silencio.
Fiquei mais de vinte minutos chorando no peito de Joey, até que Juliana me levantou, ambos estávamos com os olhos vermelhos de chorar, ela me conduziu para fora, e todos se levantaram e armaram um círculo ao nosso redor assim que chegamos na sala de espera, perguntando o que havia acontecido, mas eu só respondi:
- Podem entrar de dois em dois para ve-lo. - e saí andando, sozinho pelo hospital, procurando o lugar mais próximo que tivesse comida para vender.
Cheguei em uma lanchonete, na grande praça de alimentação do hospital, pedi e paguei um suco de caixinha e um sanduíche de frango, então me sentei no canto mais afastado que achei, em um banco quase na saída do hospital, comi meu cachorro quente em silêncio, desanimado, queria meu Joey de volta.
Terminei a caixinha de suco e á joguei no lixo, olhando para o horizonte. Estava extremamente frio ali, e começava á nevar, fiquei ali parado, sem saber o que fazer, e comecei á chorar lágrimas quentes que esquentavam meu rosto gelado. Me encolhi no banco, e comecei á pensar em meu primeiro momento com Joey, o segundo, o terceiro, e todos os outros que eu conseguisse me lembrar.
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Meu Pequeno
FanficDepois daquela noite, Corey Taylor não se lembrou de nada, mesmo tendo acordado na mesma cama que Joey Jordison...