23. "As águas rebentaram"

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Passados 5 meses....

A barriga da Martina estava enorme, e agora mal saia da cama, até porque eu não deixava, o bebé estava prestes a nascer e eu não queria que ela fizesse esforço nenhum.

O Gabriel e a Francisca foram passar uns dias com o meu irmão Daniel e a sua família, pois todos os anos eles iam na casa dele para passarem tempo com o primo.

Cheguei na minha empresa e entrei no meu escritório, a minha cadeira estava virada ao contrário, o que eu achei estranho, assim que fechei a porta, ela se virou, e lá estava sentada uma das minhas secretárias a fumar um cigarro.

- Bom dia Sr. Blanco - diz ela com uma voz muito sedutora - Hoje terá apenas uma reunião - diz ela se levantando e vindo em minha direção

- Ai sim? A que horas? - perguntei

- Agora mesmo - diz ela quase chegando até mim

- Com quem? - perguntei sem perceber

- Comigo - diz ela e me beijou de imediato, eu não estava a raciocinar e me deixei levar naquele beijo - Eu sei que o senhor também me deseja - diz ela

A verdade é que eu já não fazia amor à 9 meses, por causa da gravidez da Martina, mas não a podia trair assim deste jeito, por mais que a vontade fosse maior que tudo, não podia e sabia bem o que tinha que fazer.

- Está despedida - digo me soltando do agarre dela e indo até à mesa

- Ah? Como assim? - diz ela arrumando a roupa dela

- Não percebeu, o quê? Que está despedida? Acho que fui muito claro - digo me sentando na minha cadeira - Arrume as suas coisas Macarena e vá se embora

- Mas Jorge eu preciso deste trabalho - diz ela vindo até à mesa

- Sr. Blanco - disse eu a corrigindo - Caso não saiba, eu tenho mulher e nunca a trairia

- Eu...- no momento em que ela ia falar, meu celular tocou

Chamada on

- Jorge? As águas rebentaram - diz Martina muito aflita

- Eu vou já para aí, respira - disse eu pegando nas minhas coisas muito rápido

- Rápido Jorge - diz ela e desliga

Chamada off

- Quando eu voltar, não a quero ver cá - disse e saí a correr

Assim que cheguei em casa, vi que ela estava sozinha e que fazia muitos exercícios de respiração, ela estava um pouco molhada, peguei nela ao colo e a coloquei no carro, acomodando o banco para que ela fica-se confortável, o saco já estava pronto no carro, porque já estavamos preparados para aquela situação.

Cheguei no hospital e pedi ajuda a uns enfermeiros, que me dispensaram logo uma maca para coloca-la.

- Chamem a doutora Velásquez - digo acompanhando a Martina à medida que a maca dela avançava - Vai correr tudo bem meu amor - disse segurando na mão dela

Chegaram a um bloco, e entraram com a Martina lá para dentro.

- Você é o pai da criança? - perguntou um enfermeiro

- Sim sou - disse muito rápido

- Então vá....- eu interrompi o enfermeiro

- Eu já sei o que fazer, tive 4 filhos - disse indo até um local onde havia daquelas batas verdes e toucas para o cabelo

Vesti-me super rápido e entrei para o bloco com permissão da doutora que acompanhou a Martina durante muito tempo.

- Vai querer epidural? - perguntou uma enfermeira à Martina

- É claro - diz ela respirando muito rápido - Jorge dá-me a tua mão - eu assim o fiz

- Pronta Martina? Precisamos que faça muita força - diz a doutora

- Pronta - diz Martina

- Esperem - disse eu muito rápido e tirei um lenço que tinha no bolso e coloquei na boca da Martina para que ela pudesse morder

- 1, 2, 3 força Martina - disse a médica

- Ahhhhhhhhh - gritava a Martina enquanto que me apertava a mão com muita força

- Vá lá amor, tu consegues - digo dando-lhe o meu apoio

Depois de uns 10 minutos naquilo, a médica finalmente disse.

- Está quase Martina, só mais um bocadinho - diz a doutora

- Ahhhhhhh - voltou a gritar e nesse mesmo momento ouviu-se em toda a sala um choro do bebé, o que era muito bom sinal

Olhei para a Martina a sorrir, ela fez o mesmo, e depois fechou os olhos por um bocadinho para descansar e para que se acalma-se.

- Aqui está o vosso filho - disse a médica me entregando o bebé

- Oh meu amor, bem vindo ao mundo - disse e fui ate à Martina que sorria para mim

Dei-lhe o bebé para os braços e podia ver o seu olhar a cintilar, enquanto que sorria e fazia carinho na carinha dele.

- Martina? Vamos levar o bebé para lhe dar um banho, esta bem? - perguntou a médica

- Sim, sim - diz Martina sorrindo

Formando uma família || Jortini Onde histórias criam vida. Descubra agora