Parte 3

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Eram sete e meia da manhã. Os primeiros raios de sol entravam pela brecha das portadas acordando-me. Puxei os lençóis para o fundo da cama e espreguiçei-me, abrindo as portadas, em seguida.

- Bom dia, alegria! – gritei para o jardim.

Os pássaros voavam para cima do telhado entre trinados alegres, botões de flores abriam-se perfumados radiosamente, pombos arrulhavam amor, ninhados de pintos recém-nascidos seguiam o cacarejar das galinhas vizinhas. A Natureza era simplesmente a mais bela de todas as coisas presentes no mundo. O sentido de viver, da alegria, da promessa era algo perfeito. Vesti um vestido leve e cheio de luz, de cores e de alegria. Fiz a minha cama e em seguida penteei os meus cabelos com os dedos para não desfazer o ondulado dos meus cabelos. Desci a enorme escadaria que ligava o meu quarto, no último piso, às restantes partes da casa. Todos ainda dormiam. Apenas se ouviam as sonoras melodias do exterior. Coloquei uma chávena de leite a ferver, enquanto isso, abrindo a porta da frente, procurei o padeiro que todos os dias passava a diferentes horas do dia. Avistei o sr.padeiro e sorrindo aproximei-me.

- Bom dia, querida! Então estás bem disposta?

- Bom dia, estou sim! Adoro estas manhãs de verão! – rasguei um sorriso.

- Então o que vai ser hoje? Ainda é cedo.

- Eram 10 pães, por favor.

O Sr. Alaric, padeiro, encheu um saco cheio de pão e regueifa doce. Colocou dois pastéis numa caixa de cartão e deu-me com leve sorriso nos seus lábios.

- Hoje, fica por minha conta. Não é todos os dias que uma menina tão bonita vem buscar o pão.

- Obrigada, Sr.Alaric – sorri novamente.

Atravessei o portão e levei os alimentos para a cozinha, colocando-os na cesta. Desliguei o fogão e dividi a quente chávena de leite, por outras chávenas. Barrei um pouco de manteiga nos pães que foram torrados depois e coloquei-os numa bandeja. Subi a escadaria e bati à porta do quarto dos pais. Ninguém respondeu e por isso, decidi entrar. Pousei a bandeja em cima da mesinha de cabeçeira e abri as portadas.

- Bom dia! – saudei – Trouxe-vos o pequeno almoço.

Os meus pais esfregaram os olhos e espreguiçaram-se arregalando os olhos ao ver uma bandeja cheia de pão, leite e fruta do seu lado.

- Bom dia, querida! Isto é para nós? – perguntou Matt, meu pai.

- Acordei cedo e como vou dar um longo passeio, quis fazer-vos uma surpresa. Não esperem por mim para almoçar – beijei a face de cada um e desci a escadaria.

***

- Como é possível esta rapariga ter um coração de oiro tão grande? – lacrimejou a mãe.

- Enquanto pudermos protegê-la, nada de mal lhe vai acontecer – olhou-a Matt.

Tomaram o seu pequeno almoço na cama entre beijos e carícias, orgulhando-se da bela filha que criaram juntos. Enquanto isso, Jane preparava-se para sair de casa.

***

Fechei o portão e levei uma pequena mochila às costas.

Subi o enorme carreiro do bosque. A manhã esquentava o sol, trabalho cansativo, pensava sorrindo. Avistei Harry ao longe e tentei manter o passo mais lento que conseguia, só para irritá-lo.

- Vais demorar? Eu bem tinha razão, vocês raparigas são todas iguais, aposto que não aguentam nem um pequeno passeio – gozou.

- Vamos à aventura, menino caracolinhos.

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