Parte 5

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Parte 5

***

Matt e Evelyn dirigiram-se à cidade de carro em busca de mais informação. Eles temiam o futuro de sua filha Jane. Pararam junto de uma casa térrea com um jardim e flores bem tratadas. Evelyn bateu à porta, esperando alguém abrir. Uma mulher morena com cabelos pretos, lisos e uma franja caindo pela testa abriu a porta. A sua figura era esguia e os seus lábios grossos pronunciaram:

- Em que posso ajudar-te, querida Evelyn?

- Nossa filha está em perigo. Precisamos de ajuda, Mirela – respondeu Evelyn.

Mirela cedeu-lhes passagem e eles acomudaram-se confortavelmente no sofá de sua casa. Mirela fez um chá de ervas aromáticas para acalmar as auroras nervosas visíveis naquela sala.

- Ela está doente? – perguntou.

- Não... Ela está ótima, mas algo nos preocupa – disse Evelyn.

Mirela deu sinal para ela prosseguir.

- Na linhagem familiar das «Petrova» existem 3 pessoas que são completamente iguais e Jane é uma delas. Jane é exatamente igual a Isobel e Tatia Petrova, nossas antepassadas. Eu penso que isto é uma maldição.

- Achas que isso é uma maldição, mas porquê?

- Elas não têm nenhuma diferença, elas são exatamente iguais, apenas o cabelo liso difere do encaracolado, nada mais. Não tente fazer com que eu engola e deixe ver a minha filha morrer.

- Eu não posso fazer nada quanto a isso.

- Mas como? Você é uma bruxa – indignou-se Matt.

- Eu sou uma bruxa, faço remédios caseiros e cuido de pessoas doentes, esse é o termo correto de uma bruxa ou esperavam que fosse o quê? Fazer feitiços do mal? – arqueeou uma sobrancelha.

- Nós sabemos que algo de errado se passa. Temos centenas de livros em estantes que nos falam de lobisomens e vampiros. Tivemos, inclusivé, caçadores de vampiros nas nossas famílias, é normal que desconfiemos que algo estranho aqui se passe.

- Essas coisas não existem Matt. Os vossos antepassados podem muito bem ter estudado ciências ocultas como podem ter sido escritores de ficção. Tirem isso da vossa cabeça e deixem Jane viver a sua juventude. Não a privem da sua vida por causa de regras ou de lendas estúpidas que não interessam a ninguém.

Matt olhava-a com friesa e Evelyn tentou acalmar o ar pesado no ar perguntado:

- Então dê-nos uma explicação possível para Jane seja igual a duas familiares da nossa linhagem – suplicou.

- Sósias. Todos nós temos alguém muito parecido connosco e nem sequer são das nossas famílias, portanto porque na mesma família não pode haver pessoas parecidas? Deixem-se de superstições e vivam a vossa vida – continuava Mirela tentando convencê-los – esse tipo de coisas só existem nas histórias de terror – bufou a bruxa.

***

Guardei todas as fotografias e certidões e fechei a porta da divisão acabada de explorar, trancando-a. Saí de casa em direção a casa de Harry. Nunca tinha passado do portão e das poucas vezes que vi seus pais, eles não pareceram nada simpáticos. Peguei em pedras pequenas e lançei para o parapeito da sua janela, chamando a sua atenção. Harry apareceu na janela e sorriu para mim.

- Vou já descer! – gritou da janela.

Esperei atenciosamente a sua chegada. Podia ouvi-lo a descer a madeira velha das suas escadas e destrancando a porta principal, atravessando o portão.

« O lado obscuro da Lua »Onde histórias criam vida. Descubra agora