Parte 10

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Parte 10

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Desejo tornara-se um sítio mais agitado nos últimos dias. Harry notara ligeiras diferenças no seu corpo, sentia-se mais forte, mais ágil, mais confiante.

- Arrrrrrrrrrrrrr – ele gritou, expulsando todo o ar nos seus pulmões – eu preciso de ti, eu preciso – socou o chão vezes sem conta.

Os seus ferimentos saravam rapidamente e a dor era amplificada no seu coração. Era como se tudo o que ele sentisse fosse maior e cada vez maior. Como o amor por aquela rapariga fosse capaz de crescer ainda mais, como a raiva pelo seu pai tinha tomado conta dele. Isto deixava-o confuso e fazia-o procurar por respostas.

Harry vasculhou alguns livros velhos que pertenceram aos seus antepassados e encontrou o diário de um antepassado seu. “Stilinksi’s journal”. Abriu e aí soube toda a quantidade de segredos que lhe haviam sido escondidos, o perigo a que ele estava exposto.

***

Cada vez que fechava os meus olhos, sentia algo escorrer pela minha face. A saudade era imensa, as recordações dilaceravam-me por completo. Meus pais estavam tentando distraír-me para que eu não pensasse em Harry ou em Desejo, mas como se isso fosse possível. Eu pensava nele a cada segundo, a cada momento que passava. Desci a escadaria para ir à escola, Ariadne estava à minha espera.

- Bom dia, querida! – falou meu pai.

- Bom dia! – trinquei uma maçã e dirigi-me à porta.

- Isso são modos? – olhou-me.

- Depois de ter arrancado tudo de mim, posso dizer que perdeu o significado que tinha pr’a mim pai – disse com magoa nos olhos.

A rua estava calma. Um vento frio soprava e pela direção das nuvens, iria chover.

- Más vibrações logo pela manhã, pelo que pude perceber – falou Ariadne.

- Vamos para a escola? Não quero passar o resto do dia mal humorada – ri.

Passamos o resto da manhã normalmente, aulas, aulas e mais aulas. Como Harry gostaria de estudar aqui, visto que também tinha um professor particular e raramente vinha à cidade. Por mais que quisesse virar a página, eu não conseguiria, não queria também.

No intervalo, um rapaz misterioso aproximou-se de mim. Os seus cabelos eram pretos, os seus olhos castanhos e a sua pele morena. Tinha tatuagens no corpo, quantas eu não sei. O seu olhar sedutor trespaçava o meu. Era alto e musculado. A sua altura intimidava-me, apesar de Harry ser do mesmo tamanho, naquela altura.

- Jane, certo? – sorriu­.

Apreciei o movimento que ele fazia com os seus lábios, mordiscando-os e soltando-os de vem em quando. Afirmei que aquele era o meu nome e olhei-o de forma a que ele pudesse entender que eu não sabia quem ele era.

- Sou Zayn – disse passando a mão nos cabelos – Que tal uma visita guiada?

- Eu tenho de ir andando – gaguejei.

- Tens medo de estar sozinha comigo? – o seu rosto visivelmente ficou um pouco mais feroz, mas imediatamente ele descomprimiu os seus lábios e deu uma suave gargalhada afagando o seu cabelo.

  - Não. Claro que não – disse tentado não mostrar medo na minha voz.

- Então não tens de temer nada, bebé – desceu as mãos para as minhas costas devagar enquanto fazia pequenos círculos na minha pele coberta por uma camisola fina.

Ele mostrou-me os principais pontos da escola, aqueles que eu já tinha tido oportunidade conhecer: a cantina, o bufet, a sala de convívio. Derepente, ele puxou-me para um sítio escuro, onde as câmeras não eram visíveis e haviam duas paredes encurralando-nos.

- Acho melhor voltarmos...

O seu corpo avançava em frente do meu e a sua mão ía descendo até ao meu traseiro. O seu corpo fazia pressão contra o meu encostando-me violentamente contra a parede.

- Mas o que pensas que estás a fazer? Larga-me. Deixa-me ir embora – suplicava aflita, já com o medo a percorrer-me desde a ponta dos pés à ponta dos cabelos.

- Não sem antes te despedires de mim – sorriu maliciosamente.

Os seus lábios pressionaram contra um ponto perto da minha orelha. Os meus olhos fecharam-se lentamente por uns instantes e soltei um suspiro à medida que ele forçava o seu corpo contra o meu. Claramente ele estava se divertindo com a reação do meu corpo.

 - És tão inocente... - o seu olhar desceu para os meus peitos e ele deixou escorregar as suas mãos para as minhas ancas, agarrando-as com muita força.

A minha vontade lhe dar um estalo concretizou-se e pude ouvir o som do “clap” na sua face. Agi por impulso, mas sem saber quais seriam as consequências. Zayn pegou nos meus pulsos com muita força e baixou os meus braços

 - Para! – pedi francamente.

Ele baixou a cabeça fazendo a minha se inclinar e senti os seus lábios a pressionar contra o meu pescoço. Uma das suas mãos segurava a parte de trás da minha cabeça, proibindo-me de fugir. Pousei a minha mão no seu peito tentanfo afastá-lo à medida que ele chupava de forma bruta o meu pescoço, provocando-me uma dor horrenda.

 - Por favor, para – disse entre soluços e lágrimas.

A dor foi-se intensificando à medida que ele ía mordendo e a sua respiração fazia o meu pescoço arder. Consegui perceber que ele tinha perfurado a minha pele quando vi uma pequena quantidade de líquido vermelho escorrer pelo meu pescoço. Senti-o soprar de leve fazendo o meu corpo vibrar. O seu olhar parou sobre o sangue que escorria pelo meu pescoço e pude perceber que os seus olhos mudavam de cor. As minhas pupilas dilatavam e a minha respiração era ofegante. Pude o sentir lamber o meu sangue e cerrei os meus olhos com força. Ele poderia fazer tudo o que quisesse, eu não tinha controlo pelo meu próprio corpo. Imediatamente, ele cuspiu e foi-se embora indisposto, sem dar explicação ou deixar rasto.

Como ele foi capaz de fazer aquilo comigo? Passei a minha mão pelo grande hematoma que ele me tinha feito e sensivelmente gemi de dor. Era horrível. Estaria eu destinada a sofrer assim nas mãos de um psicopata?

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Desculpem se não está do vosso agrado ou se a história não é boa o suficiente. Obrigado aos poucos leitores que me acompanham é importante para mim porque é por vocês que eu tenho pensado bem e não parado de escrever.. 

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