Parte 8

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Parte 8

Estava na casa da àrvore. Sentia que aquele local era especial e que me pertencia. Haviam estantes com livros velhos, cheios de pó e já danificados. A pequena casa precisava de umas remodulações: tapar uns baracos, substituir umas janelas, de resto era impecável. Havia uma cama com um colchão forrado a penas, no canto superior direito, após umas escadas de madeiras serem subidas. Uma grande falha era visível no forro de madeira do teto. A vista para o céu era perfeita. Harry estava sentado na cama e eu sentei-me de costas para ele. Os seus grandes braços prenderam a minha cintura. O meu corpo estremeceu. Uma estranha sensação vibrou dentro de mim.

- Não deixarei ninguém fazer-te mal, eu prometo – colocou o meu cabelo só para um lado e foi passeando o seu dedo médio e indicador pelo meu ombro, subindo e descendo, arrepiando-me.

Um silêncio se fez e ele sussurrou-me docemente ao ouvido:

- Jane, quero tocar-te como nunca o fiz – o seu aroma invadiu-me os pulmões. Eu queria-o, desajava-o, ansiava por uma noite de amor com ele.

Lentamente fechei os meus olhos, mas o medo era maior que o desejo. Senti um beijo quente nos meus ombros. Os seus braços agéis e fortes deitaram-me na cama. Os seus lábios beijaram os meus. Era um beijo desajeitado e com ardor. A minha respiração falhava e os suspiros brandos atrapalhavam-me. A sua língua pedia passagem e explorava a minha boca de uma maneira exótica, livre. Deixei-me levar. Senti as suas mãos passarem para as minhas ancas, apertando-as. Coloquei as minhas mãos no seu pescoço, puxando-o mais para mim. Eu sentia paixão por ele, desejo, carinho. Tinha medo que ele me abandonasse depois de todas as aventuras que tínhamos passado, após ele ter-me ajudado a libertar da minha inocência e dos meus medos de errar e desobedecer. Queria entregar-me a ele, porém sabia que havia mais uma lei que eu deveria cumprir, mas não queria. As minhas roupas foram removidas, tais como as dele. A surpresa no seu olhar era evidente e o seu sorriso malicioso excitou-me. Tudo nele me fazia querer mais e mais, era viciante. Nós deliravamos com o toque frio e selvagem, ansiosos pela união. As suas mãos geladas foram de encontro ao meu tronco quente e eu não conseguia controlar a chama que estava acesa dentro de mim. Beijei suavemente o seu peito nu. Na verdade, nunca o tinha visto assim, mas sempre tive a sensação que o conhecia por inteiro. Ficamos vulneráveis. Ele sorriu-me acariciando a minha face. Senti as minhas bochechas a queimar. O nossos corações batiam como um só, uma ânsia inexplicável. Entrelancei os meus dedos e lentamente ele ia unindo os nossos corpos. Uma dor intensa apoderou-se de mim. As lágrimas iam escorrendo. Eu já não queria aquilo. Senti o corpo de Harry arquear-se por cima de mim e ouvi um gemido rouco que me delirou por completo. A dor inicial transformou-se num prazer intenso que me enlouquecia e me fazia pedir por mais. Tocamo-nos, sentimo-nos, amamo-nos. Unimos os nossos lábios vezes sem conta. Cada toque, cada carícia, cada gemido me faziam arrepiar. O nosso desejo era saciado aos poucos, no entanto, comecei a sentir as minhas pernas a tremelicar. O esvoaçar das folhas abafava o barulho dos nossos suspiros desesperantes e uma chuva que caía refrescava os nossos corpos quentes.

- Amas-me? – perguntei nervosa com um brilho ardente nos olhos.

- Com todo o meu ser... – revelou ele as suas perfeitas covinhas.

Delicadamente, Harry beijou cada centímetro da minha pele descoberta, cada canto do meu corpo e, tudo me fazia estremecer. Todo ele irradiava calor, uma energia sobrenatural. Movimentamo-nos sem nunca querer parar e os nossos seres gritavam delirantes de paixão, de amor, de prazer, de emoção.

Arquei o meu corpo quando uma sensação frenética de prazer se apoderou de mim e aí gemi e suspirei, arranhando as costas de Harry, certamente deixando marcas. Harry sussurrou o meu nome entre os seus gemidos sufocantes o que nos fez aumentar de intensidade. Era como uma explosão de dinamite. Uma paixão ardente gritava dentro de mim. Ambos gememos uma última vez e soltamos todas as nossas forças num último suspiro. As pingas de chuva continuavam a escorrer pelos nossos corpos. A cabana precisava de uns arranjos ou tornar-se-ia inundada nos próximos tempos. Esta foi sem dúvida a melhor noite da minha vida. Foi sublime, lindo, encantador. Eu sabia que o medo de perdê-lo era maior que qualquer coisa que eu já sentira. Era ele, sempre foi.

Está pequenino, mas já adiantei capítulos.. agora fiquei sem inspiração para escrever.. preciso das vossas opiniões. Obrigada mesmo por lerem ♥

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