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Antes que eu pudesse perceber, a janela já estava aberta. Scott continuava a fazer movimentos com o machado.

- Rápido! - disse Alicia, que estava se preparando para pular a janela. Eram dois andares, não muito. Mas relativamente muito alto.

Ela foi primeiro, pulando sem sequer olhar para trás.

O barulho do machado era contínuo e, então, de repente, parou. Olhei para a porta, agora inteiramente arrombada pelo machado do assassino. Por que Scott estava fazendo isso?

Ele passou pela porta do meu quarto como se não fosse nada - e agora realmente não era - quando vi que Mark já havia pulado a janela atrás de Alicia. Emma estava no quarto, esperando por mim. Cheguei ao parapeito e olhei para baixo. Os dois estavam lá embaixo, olhando para mim, a minha espera.

Olhei para Emma. Scott andava vagarosamente na nossa direção, como se não se importasse em nos matar.

Segurei firme em seu pulso e os dois nos preparamos para pular.

Um barulho foi ouvido um milésimo de segundo antes que pulássemos.

Quando meus pés tocaram o chão, minha mão se soltaram da de Emma. Eu rolei um ou dois metros, enquanto ela continuou parada onde havia caído.

Me levantei, percebendo o semblante de assustados nos rostos de Alicia e Mark. Emma havia pulado com o machado preso em suas costas.

Mais um, Sam. Parabéns.

Ela ainda estava viva, agonizando no gramado do quintal da parte de trás da minha casa.

Alicia chorava aos prantos agora, e Mark tentava acalmá-la.

Eu simplesmente fiquei sem reação. Não havia nada que eu pudesse fazer.

Olhei para cima, para a janela do meu quarto. O quarto onde Emma havia sido assassinada. E depois havia pulado três metros para finalmente morrer em "paz". O que Scott queria com isso tudo, afinal de contas?

Ele não estava mais lá. Deveria estar preparando sua encenação de padrasto bonzinho para quando a polícia chegasse.

E ela chegou. Primeiro de tudo, eu vi o homem com a roupa azul aparecer na minha janela, e em seguida vários deles chegaram para presenciar o espetáculo.

Emma ainda não havia morrido e, aparentemente, os policiais não sabiam o que fazer.

Eu continuava sem reação. Não poderia fazer nada. Não poderia demonstrar fraqueza. Mas, droga, como isso era difícil!

Meu celular vibrou no bolso.

Ah, Deus, como eu era popular agora. Meu celular vibrou mais de uma vez em um dia só. Acho que já podia fazer uma festa.

Era uma foto de Scott, não Scott, O Assassino Brutal, mas Scott, O Pai Que Eu Nunca Tive, amarrado e com uma fita adesiva na boca.

Ele estava cercado de objetos estranhos, e aparentemente estava em um local abandonado. Algo como uma biblioteca ou coisa do tipo.

Quem quer que estivesse fazendo isso, era realmente para me atingir, mas não diretamente. O que era pior.

Mas por quê? O que eu havia feito de tão ruim ao ponto de alguém querer matar todos ao meu redor apenas para me ver sofrer?

Fomos os três levados pelos policiais para o quintal da frente. Aquele que parecia ser o líder, xerife, ou sei lá, se apresentou como Matthew Phelps. Não sei qual era a necessidade de ele se apresentar com o primeiro nome. Provavelmente, sentia uma certa empatia por nós.

Ele sugeriu que fôssemos para dentro, e deixássemos tudo claro com detalhes do ocorrido.

Não estávamos prontos para falar sobre isso, mas fomos mesmo assim.

Nos sentamos no sofá de casa, e ele na poltrona de Scott, com o que parecia ser uma planilha e uma caneta em mãos. Anotaria tudo o que disséssemos. Isso me assustava.

Com a porta aberta, eu podia ver Emma sobre a maca, que entrava na ambulância e seguia para Deus sabe onde.

O machado não mais estava cravado em seu corpo. Agora estava sendo segurado por um dos policiais, que obviamente usava luvas.

- Resumidamente, foi isso, senhor. - Mark parecia manter a calma. Mas, ao mesmo tempo, parecia querer explodir em lágrimas. Provavelmente as segurava para demonstrar força, assim como eu.

Disperso em meus pensamentos, sequer o ouvi contar a história.

Olhei para a mesa de centro. Uma foto minha com minha mãe, e uma dela quando criança, com a irmã, Margareth. Eu nunca cheguei a conhecer essa tal de tia Margareth. Assim como nunca conheci as pessoas da família do meu pai. Minha mãe agia como se eles nunca haviam existido e eu, sinceramente, não me importava muito.

A minha família sempre foi inteiramente desastrosa, então se eu conhecesse mais pessoas, acreditava que o desastre seria ainda maior do que o normal.

- Empty Woods está em alerta. Acredito que é a primeira vez que algo assim ocorre em séculos - disse o xerife.

- Assassinatos em série? - pergunta Alicia.

- Não especificamente os assassinatos. Estou falando do perigo.

Ele tinha razão. A cidade nunca havia sido tão perigosa, tão violenta.

Era a primeira vez que algo assim acontecia. E aparentemente a culpa era inteira minha, de acordo com o assassino, ou Scott... Eu não consigo mais pensar com clareza. Quem quer que estivesse fazendo isso, deveria ser parado.

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QUEM PROMETEU QUE SERIA FREQUENTE E PERDEU A CRIATIVIDADE EM PLENA SEMANA DE FERIADO?????????? Desculpa aí, serião.

Espero que tenham gostado do capítulo. Votem e comentem sz

Até a próxima ;-)

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