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Estávamos todos na delegacia. E, quando digo todos, eu quero dizer exatamente todos.

Mark, Alicia, James, Lindsay, Bobby e eu estávamos esperando por Deus-sabe-o-quê sentados naqueles bancos extremamente confortáveis da delegacia.

Mark e James tentavam acalmar Alicia e Lindsay, enquanto Bobby se preocupava comigo.

Na real, eu não dei atenção ao que ele dizia; tentava encaixar todas as peças na minha cabeça.

Mas nada se encaixava. Era como se eu tivesse perdido cinco minutos de um filme. Agora percebia que os cinco minutos foram essenciais para a história.

Às vezes, eu queria ter um irmão gêmeo. Tudo seria tão mais fácil.

"Por que você socou a cara do seu colega, Sam?"

"Eu nem sei do que você está falando. Deve ter sido o..."

Dan? Sam e Dan? Parece nome de série infantil. Gostei. Samuel e Daniel Walker, os gêmeos da escola.

Outro ótimo exemplo é:

"Eu estou assassinando todas essas pessoas por causa do Sam."

"Calma, gente, ele errou na pronúncia. Quis dizer Dan."

Tudo bem, eu sei que não é bem assim. Mas isso não ameniza o fato de que seria incrível.

Dan nasceu morto. Ele não se chamava Dan e eu nem sei o sexo dele, ou dela. Mas o fato é que eu teria um irmão gêmeo, ou irmã.

Minha mãe não se cansa de contar essa história, talvez pra me lembrar da sorte que eu tenho.

Ela nunca me disse o sexo da criança, ou o nome que daria. Apenas contou que se não fossem aqueles dez segundos milagrosos eu talvez nem estaria vivo.

Mas, de qualquer maneira, se eu tivesse um irmão gêmeo não o deixaria ficar tão longe de mim, sem se falar por tanto tempo, como minha mãe com a família.

Ela adorava enfatizar o quanto gêmeos eram comuns na família dela. Eu nunca conheci nenhum que ela diz, a não ser ela própria.

Mas a família da minha mãe era o menor dos meus problemas naquele momento. Tudo o que eu deveria me preocupar era com o que acontecia. Sem mais pensamentos perdidos.

- Eu estou dizendo, pai. É como se tudo estivesse se repetindo. - Era a voz de Frank.

- Olha quem está ali - eu disse a Bobby, que calou a boca de imediato.

- Frank Morgan? Ele é o sobrinho do xerife. Tem vivido com o tio desde que sua mãe se mudou para Nova York - respondeu.

A mãe de Frank, Angelina Phelps, era tipo uma celebridade pela cidade. Uma jornalista de sucesso. Ela cobriu o julgamento do meu pai inteiro e, desde então, é conhecida por todos da cidade.

- Se mudou ou fugiu?

Foi uma piada, mas não deixava de ter um fundo de verdade. Já haviam cinco anos que os pais de Frank haviam saído da cidade. Eles tiveram um desentendimento com a minha mãe e era claro que os dois tinham problemas com o filho.

Bobby riu.

Ao pensar bem, percebi que o xerife era o pai que Frank sempre quis. Desde criança, quando nós dois éramos vizinhos, via ele chamar o tio de pai, provavelmente por influência do primo, Freddie Phelps, filho do xerife. Ele era 2 meses mais velho do que Frank e os dois viviam juntos, sempre comentado sobre filmes de terror e serial killers.


E lá estava ele comentando sobre o assassino que estava à solta em Empty Woods. Confesso que estava ansioso para saber sua opinião.

- O que quer dizer, Frank? - perguntou o xerife.

- Já vimos isso tudo nessa cidade - respondeu. Isso era bem contraditório, considerando que o próprio xerife disse mais cedo que há tempos nada daquele tipo acontecia.

- Por favor, Frank... - E então olhou para mim. Parecia que ele não queria que eu soubesse de algo. Isso era bem nítido. - Sam, pode vir aqui por um minuto?

Eu obedeci, com Bobby me lançando um olhar de apoio.

- Sim? - eu disse ao me aproximar.

- Quero te apresentar a uma pessoa. E Frank, vá pra casa ver como o seu irmão está. - Irmãos. Era isso o que eles eram. Não primos. - Me siga, Sam.

Frank sorriu pra mim e seguiu seu caminho enquanto eu ia atrás de seu tio/pai.

E antes que eu sequer percebesse, estava em sua sala.

Lá, para minha surpresa, sentado na cadeira de frente para a mesa do xerife, estava um homem. Ele se levantou e veio até nós.

- Muito prazer, sr. Walker. Eu sou o detetive Acher, e vou ajudar você a descobrir quem está por trás disso.

- O prazer é todo meu, sr. Acher . - Foi minha maior frase desde a morte de Emma. - Eu não quero ser inconveniente, e nem demonstrar ansiedade, mas... tiveram algum progresso nas pistas até agora?

- Infelizmente - disse o xerife, sentando-se. Ele fez sinal para que eu fizesse o mesmo, mas eu estava ansioso demais para isso -, não tivemos nenhum progresso muito grande. Mas tivemos um.

- Qual? - eu perguntei de imediato.

- Recebemos uma mensagem com o seu padrasto amarrado no que parece ser algum tipo de lugar abandonado - respondeu o detetive. - Não identificamos o lugar ainda, mas assim que houver um andamento no caso o avisaremos.

- Enquanto isso - interveio o xerife -, sr. Walker, pedimos que você fique fora disso o máximo que puder para que não atrapalhe em nada.

Resumindo: "Fica fora dessa, garoto, vai arranjar algo melhor pra fazer."

Perdão, xerife, mas eu não escolhi estar no meio disso.

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MANOOOOOOOOO, OLHA A HORA QUE EU TÔ POSTANDO (tô bêbado de sono)

Espero que estejam gostando da história, votem aí e comentem o que acham PLUS quem vocês acreditam ser o assassino.

Até a próxima sz

ScreamOnde histórias criam vida. Descubra agora