1942
Estávamos sentindo cada vez mais o peso que era estarmos sozinhos naquela situação toda. Mas tínhamos um ao outro. Ele dividia comigo cada porção de alimento que conseguia. Eu fazia tudo o que podia por ele. Nos ajudavamos.
Tomamos uma decisão, decidimos tentar fugir do Gueto. Não dava pra ir muito longe. O governo dificultava tudo. Não conseguíamos os vistos e nem permissão pra sair do pais.
Éramos obrigados a trabalhar pelos nazistas, por porções de comida e água. Passavamos as noites planejando um jeito de escapar sem sermos mortos. As vezes o desespero batia, mas acalmavamos um ao outro. No entando houve um desses dias que foi diferente.
Estávamos dormindo abraçados e eu comecei a pensar. Pensei em muitas coisas sobre a situação em que estávamos vivendo, a morte dos nossos pais, das minhas amigas e de tudo o que conheciamos. Meu medo de morrer se tornou tanto, que comecei a chorar compulsivamente. Só de pensar na possibilidade de Antoni morrer também perdi totalmente o controle e quase a vida. O barulho do meu choro desesperado quase chamou atenção negativa para nós. Mas ele segurou-me pelas mãos e me sacudiu com força. Pediu que eu me controladas e que ficasse em paz que ele daria um jeito de fugirmos e juntos. Me abraçou forte e disse várias vezes que me amava e que ia ficar tudo bem, que eu ficasse calma. Eu obedeci e olhando em seu rosto pude ver que ele também não estava bem. Mas manteve o controle por mim. Ele sabia que não podia desmoronar junto comigo, naquele momento ele era a única força que eu tinha e ele só pensava em mim e manteve todo controle pra não me deixar no chão. Vendo essa atitude dele, só me fez perceber o quanto ele também precisava da minha força, do meu consolo, então decidi buscar forças dentro de mim, para suportar tudo, por ele. Então me mantive forte também. Peguei seu rosto em minhas mãos e o beijei com todo amor. Ele acariciou meus cabelos e passou a ponta dos dedos sobre meus lábios e disse:
- Sei que não é o melhor momento, mas eu te desejo tanto, quero você pra mim, te sentir, tocar seu corpo. Seja minha? - disse ele sussurrando ao meu ouvido.
- Sejamos um do outro então. -Respondi excitada.
É naquele momento fizemos amor. Naquele dia me entreguei a ele de todo corpo e coração.
Ele passava as mãos sobre minha pele com cuidado, fazendo questão de me fazer ancear por mais. Seu leve toque me deixava entorpecida de tesao. Ate que tirou toda minha roupa e tomado de vontade me fez sua mulher.
Foi nossa primeira vez juntos. Nunca me senti tão amada e tão desejada como naquele momento.
Apesar das circunstâncias tínhamos muito amor um pelo outro. Era o que nos sustentava.
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Um Pouco de Nós
RomanceKarol e Antoni se conheceram em meio uma época difícil, viraram amigos inseparáveis, descobriram o amor um no outro. Mas seu país entrou em guerra e quase foram separados. O que um Judeu e uma negra poderiam fazer? Estávamos condenados a morte! Adol...