O tiro me acertou, bem no braço direito. Eu pensei que fosse morrer. Quando o militar se aproximou com aquela arma enorme na minha testa e sorrindo apertou o gatilho. . .
A bala não saiu!
Ele continuou apertando a arma, nada acontecia. Atirou para cima e para todas as direções e nada acontecia. Era um milagre! Ele ja estava nervoso, cheio de odio e vontade de me matar, me chutou no rosto e fez sangrar meu nariz, pisou na minha cabeça e então foi checar a arma pra atirar novamente, colocou os olhos no cano da arma e apertou o gatilho..
A bala saiu e estourou sua cabeça. Ele caiu morto.
Eu quase sem forças tentei me levantar, outros militares vieram socorrer o rapaz, mas já era tarde. Consegui correr e entrei num dos predio. Uma senhora estava vindo do mercado e me viu cheia de sangue sentada na escada. Eu chorei, senti que era meu fim. Mas ela não me denunciou. Enrolou sua xarp no meu braço para estancar o sangue e me colocou pra dentro de seu apartamento depressa. Encontrei um pouco de compaixão. Ela me ajudou e me alimentou. Me pediu pra ficar com ela até que eu ganhasse o bebé. Eu não sabia se chorava de gratidão ou de medo naquele momento.
Pude finalmente descansar. Os guardas continuaram atrás de mim, porém não me procuraram no apartamento daquela senhora.
Deus estava no controle.
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Um Pouco de Nós
RomanceKarol e Antoni se conheceram em meio uma época difícil, viraram amigos inseparáveis, descobriram o amor um no outro. Mas seu país entrou em guerra e quase foram separados. O que um Judeu e uma negra poderiam fazer? Estávamos condenados a morte! Adol...