Fugitivo

143 24 0
                                    

Em Auschwitz.

Pov Antoni

Faz meses que estou aqui. Não saiu do meu posto, vejo muito pouco daqui. Penso todos os dias na minha família. Provavelmente meu filho ja nasceu! Será que vou conhece-lo? Meu Deus por favor me tire daqui, me permita ver meu filho e minha amada novamente. Me deixe sobreviver a isso, não tenho mais forças, mas me faça resistir. --Orou Antoni olhando para as estrelas.

Dia após dia os fornos eram utilizados para queimar pessoas, o cheiro de podre cobria todo lugar. Cheiro de cadáver queimado. E eu orava pra que não fosse o próximo. Eu queria muito sair dali. Para minha sorte um dos médicos que ali trabalhava simpatizo comigo. Ele queria testar alguma coisa em mim. Não entendi bem o que. Mas me manteve vivo e bem alimentado, para mim só isso já era suficiente, estava sobrevivendo.

Algumas semanas depois descobri porque estava sendo engordado e bem tratado. Começou a tortura. Ele me amarrou e me cutucava com uma navalha, jogava umas substâncias em cima de mim. Ardia muito. Algumas eu identificava. Jogou ácido em mim e por cima um líquido. Estava testando armas químicas em mim. Armas biológicas. Começou pelo corpo e terminou na minha face. Derramou sobre meus olhos uma espécie se gás estranho que me cegou um dos olhos. Eram horas de tortura diária que pareciam anos. Um minuto era um dia. E doía, como doía. E ele me questionava. "Porque você é Judeu eu vou fazer bem devagar, Judeu nojento." Eu chorava tanto que chegou um dia em que eu não tinha mais lágrimas, só conseguia gritar. Quando ele vai que eu estava quase morrendo, tratava as feridas e me alimentava. Pra começar tudo de novo.

Um dia aproveitei uma de suas distrações. Ele sempre bebia de uma vez só um copo de chá quente. Observei bem e coloquei ácido no chá dele. Ele virou o copo de uma vez so e caiu no chão. Eu me cortei todo tentando sair sãs aberrações, mas consegui. Coloquei o jaleco branco dele, uma máscara no rosto, luvas e sai. Consegui sair da tenda dele e esperei anoitecer. Passei me arrastando até chegar na grade, as luzes de busca quase me pegaram,mas eu consegui escapar. Cavei por baixo da cerca, as pontas dos meus dedos sangravam. Mas finalmente consegui fugir daquele inferno.

Um Pouco de NósOnde histórias criam vida. Descubra agora