- Que coisa? - ele perguntou, confuso. - se for me dizer que tá afim de mim e que sou gostoso, disso eu já sei.
- Não seja bobo, estou falando sério, e preciso contar um assunto muito sério pra você.
- Tudo bem, pode botar pra fora.
- Eu espero que depois dessa você não fique com raiva de mim, eu sei que vai ficar, mas nessa época eu nem te conhecia direito, muito menos os seus amigos... Não quero que pense em mim como uma pessoa ruim, apenas quero que confie em mim e me compreenda, não posso mais carregar esse peso de esconder coisas de você.
- Kora, você tá me assustando... Do que você está falando?
- Eu matei Laura. - Disparei sendo direta, curta e grossa.
- Você tá brincando comigo né? Diz que isso é uma piada por favor. - A pupila dos olhos dele se dilatou e seu queixo caiu, ele pareceu estar chocado demais para continuar a falar.
Eu me aproximei dele e o abracei com todas as minhas forças.
- Não é brincadeira, mas por favor, me perdoe, eu não queria ter feito isso!
- POR QUE FEZ, SUA DESGRAÇADA? - Ele gritou comigo, me empurrando para longe dele.
- ME DESCULPE! Por favor! Eu jamais poderia saber que ela era sua amiga! Muito menos que você gostava dela! Se eu soubesse disso antes eu jamais teria feito!
- ALÉM DE TER MATADO ELA VOCÊ É UMA PSICOPATA! UMA DOENTE! SAIA DE PERTO DE MIM ANTES QUE TENTE ME MATAR COMO DAQUELA VEZ!
- Domink! Se acalme por favor! Daquela vez foi porque eu desconfiava de você e achava você uma ameaça pra mim, e pra evitar isso tentei
te matar, mas não matei! E agradeço isso pelo resto da minha vida, pois se você não tivesse se defendido eu não teria mais esse melhor amigo que tenho hoje do meu lado! Por favor, me compreenda!
- E SE EU FOSSE UM CARA NORMAL? EU NÃO TERIA MINHA VELOCIDADE DE VAMPIRO PRA ME DEFENDER E VOCÊ TERIA ME MATADO, SUA CACHORRA! E EU TERIA MORRIDO SEM CULPA DE NADA! VOCÉ É UMA LOUCA! NÃO TEM CONTROLE DE SI! SAIA DE PERTO DE MIM E DA MINHA VIDA!
- POR FAVOR, EU IMPLORO, DOMINIK! NÃO ME ABANDONE, VOCÊ É A ÚNICA PESSOA QUE TENHO DO LADO AGORA E NÃO POSSO TE PERDER!
- VOCÊ MATOU A MINHA AMIGA! A AMIGA QUE EU GOSTAVA, QUE EU DESEJAVA, QUE EU FICAVA! PODERÍAMOS ESTAR NAMORANDO AGORA E VOCÊ ESTRAGOU TUDO! ESTRAGOU A MINHA VIDA!
- Olha... Gritar não vai adiantar nada, preciso que você me entenda que se eu pudesse voltaria no tempo para não fazer mais isso eu voltaria, e a partir de hoje prometo não matar mais ninguém que você goste, por favor, por favor, por favor!
- POR QUE VOCÊ MATA AS PESSOAS? QUAL O MOTIVO DE VOCÊ COMETER ESSAS ATROCIDADES?
- Poder. Sempre que mato alguém eu fico mais poderosa, e se eu não fizer isso vou enfraquecer. Um poder desconhecido me consome desde que saí do Submundo, e me tornei essa pessoa que sou hoje.
Dominik parou de gritar, respirando fundo e segurando as lágrimas.
- Por que você quer a minha amizade? Uma pessoa como você não merece nem sequer um amigo!
- Se você não se juntar a mim, vai querer matar pessoas para sobreviver? Sei que você não faria uma coisa dessas e prefere não sujar as mãos de sangue, então eu posso matar as pessoas e compartilhar o sangue delas já mortas com você, e aí você não vai precisar matar ninguém, em troca eu prometo não matar nenhuma pessoa que você conheça. Fechado?
Ele me encarou indignado, e levou alguns segundos pra que ele processar tudo o que eu havia dito, até que ele se acalmou e levou tudo pro lado racional.
- Eu sei que o que aconteceu com Laura não pode ser impedido, então como não tem outro jeito de eu sobreviver a não ser o ataque, prefiro que você faça isso por mim mesmo, já que parei com essa vida de matar pessoas, não acho isso certo. Fechado.
Um sorriso malicioso passou pelos meus lábios, e fiquei feliz em tê-lo como aliado, afinal mesmo ele estando com raiva de mim e essa raiva passaria porque ficaríamos mais próximos e ele dependeria de mim, pois como o conheço, ele realmente é desse tipo que prefere evitar matar alguém.
Durante todo esse tempo, meu remorso de matar as pessoas havia acabado totalmente, minhas asas ainda continuavam pretas desde a festa, combinando com o meu cabelo, e meus olhos azuis se realçavam mais ainda no meio dessa escuridão.
Dominik não parecia nada feliz em saber a verdade sobre a morte de Laura, porém dava pra perceber em seu olhar que ele estava segurando a tristeza e a raiva, como um balão de gás prestes a estourar.
- Vamos pra o bar? - Perguntei.
- Por que acha que eu iria querer ir pra lá com você? Não quero conversar agora.
- Vamos, por favor, você vai se sentir melhor se botar tudo isso pra fora. - Falei gentilmente.
- Tudo bem. - Ele suspirou, botando uma jaqueta de couro e verificando a carteira no bolso.
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Ao andarmos a pé até o Moonlight Bar, o bar neon mais badalado da cidade, pedi dois drinques e me sentei no banco redondo da bancada, conversamos por um tempo, mas ele parecia sem interesse, apenas respondendo o que eu perguntava.
- Quero ir embora. - Disse Dominik.
- Vejo que não melhorou muito o seu humor...
- Apenas me leve para casa.
- Não se mate por uma garota! Esqueça que ela existiu e tente ser mais feliz, venha comigo conhecer minha nova casa.
- Eu não....
- Você vai sim! - O puxei pela manga da jaqueta em direção a saída do bar.
Andamos por vários quarteirões, já era de noite e chovia bastante, os postes do meu bairro estavam todos eletrizados e sem luz, apenas soltando choques.
- Chegamos. - Falei, mostrando a minha casa.
- Você me mostra o que tem dentro e vou embora.
- Fechado. - Abri a porta, percebendo que obviamente tudo estava escuro, até que pisei em algo com a minha bota... Algo molhado.
- Ligue a luz, por favor. - Falei confusa, já que a casa nem sequer tinha móveis estava vazia como podia estar pisando em algo?
Assim que Dominik ligou a luz, percebi que estava pisando em sangue,e todo o chão estava respingado, com poças de sangue por todos os lados.
Férias finalmente! 12 likes e posto o próximo!
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fαℓℓєn Angєℓ
ÜbernatürlichesKora foi expulsa dos Céus, tornando-se um anjo caído, uma renegada. Sem saber para onde ir, ela enfrenta a vida no mundo mortal, em dúvida constante de qual será seu destino: Céu ou Inferno. De trabalhadora a serial killer, ela aprende a viver numa...