Medidas extremas

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Passou-se um dia, e na noite anterior eu havia voado para a sacada da minha nova moradia e dormido ali mesmo, no duro chão de Mármore, já que ainda não possuía as chaves da casa, afinal o vendedor duvidava que alguém comprasse uma propriedade tão velha.
Quando acordei, resolvi ir até a casa de Dominik e ver como estavam as coisas por lá, afinal o noticiário havia dito na reportagem que a polícia estava investigando o crime e talvez tivesse executado algumas prevenções ou alertas para a população. Chegando lá, o vi deitado no sofá, ainda dormindo, parecia que ele havia caído no sono enquanto chorava, pois sua expressão não era das melhores, e suas olheiras estavam bastante visíveis.
- Então... A bela adormecida pode acordar? - Perguntei, o cutucando.
- Kora... O que você veio fazer aqui? - Ele me perguntou, meio desacordado.
- Vim ver se você estava bem, bobinho. Teve alguma notícia dos crimes depois que eu sai?
- Não, eles apenas entrevistaram a General Rânia, e disseram que as decisões públicas ficariam com ela, mas não acho que ela vai propor uma evacuação de área, daquelas de estilo filme de terror.
- Certamente ela vai agir, não é?
- Sim, e pelo o que sei, como moro há muitos anos aqui, ela acredita no sobrenatural, talvez ela possa pensar que esse crime seja do tipo. Na época que vim morar aqui, não tinha controle sobre a sede de sangue, e alguns lobisomens se juntaram a mim para atacar a população, dai em diante, ela descobriu o ponto fraco deles e matou boa parte, os que sobraram fugiram da cidade.
- Por sua sorte ela não descobriu o ponto fraco dos vampiros.
- Pois é, temo que dessa vez ela proponha algo contra os vampiros, pois o sangue da garota morta na festa passada foi drenado, e se ela associar ao vampirismo...
- Temos que ir atrás dela! - Falei.
- Está louca? O que vai fazer contra a mulher? Matá-la?
- Não, pois se matarmos ela, com certeza mais policiais e generais sabem das coisas que ela sabe, então não vai adiantar nada, afinal ela não matou uma alcateia de lobisomens sozinha, não é?
- Então vamos lá apenas perguntar sobre as medidas que ela vai tomar?
- Sim.
- Ela vão vai responder, Kora.
- Veremos... Eu tenho minhas trapaças.
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Fomos até a Delegacia andando, e isso demorou alguns minutos, chegando lá pedi para falar com a general, disse que era um caso urgente e nos deixaram entrar.
- General Rânia? - Chamei-a.
- Boa tarde, o que desejam? - Ela perguntou.
- Somos moradores de um bairro muito perigoso por aqui, sabemos da existência dos vampiros e tememos bastante que algum deles nos ataque, e olhando a procedência dos crimes, a senhora concorda que o executor deles foi um vampiro? - Perguntei.
- Claro que concordo, e fico feliz que cidadãos comuns como vocês tenham tamanha sabedoria no assunto e não me acham louca por acreditar nessas criaturas. Como vocês viram, o sangue da garota foi drenado, esses monstros precisam parar! Temos que tomar medidas e no caso, irei fechar os bancos de sangue da cidade por um tempo.
- É disso que preciso falar com a senhora! Se você tomar alguma medida contra os vampiros, por favor, não feche os bancos de sangue! Tenho um irmão mais novo e ele possui Leucemia, precisa muito estar recebendo sangue no tratamento. - Menti.
- Sinto muito pelo seu irmão garota, porém não posso fazer nada a respeito. O único jeito de evitarmos os ataque de vampiro é os matando de fome. Vamos ter que fechar os bancos, me desculpe.
- Você não está pensando! - Dominik se exaltou.
- Por que acha isso, menino?
- Porque se fecharem os bancos de sangue, esses vampiros atacarão a população diretamente, aumentando o número de mortes.
- Não se preocupem, vamos ficar em ronda com muito mais frequência, agora com licença, preciso preencher uns papéis, saiam da minha sala.
Os dentes de Dominik se afiaram instantaneamente, e ele se curvou atrás de Rânia, que estava de costas para ele, mas antes que ele a mordesse, gritei.
- DOMINIK! NÃO!
Ele parou confuso, e fingiu estar distraído. A general me olhou confusa.
- Desculpe a falta de educação dele, general! Ele estava prestes a pegar os biscoitos que estão em cima da sua bancada.
- Tudo bem, agora se retirem por favor.
Saímos da sala dela sem mais delongas e apresentei minha casa a Dominik.
-Sinistra essa sua casa! Só falta você varrer essa poeira essas teias de aranha e colocar uns móveis.
- Esse não é o assunto agora, Dominik! O que deu em você tentar matar a general? Conversamos sobre isso antes de irmos até a Delegacia e você não se segurou! E se eu não estivesse lá para contê-lo?
- Calma, Kora... Você não ouviu o que ela disse? Vamos ficar sem sangue! Por onde eu vou poder me alimentar agora?
- Ué, mas você me disse que se alimentava dos animais da granja, e não dos sangues de coleta.
- Isso era antes, a granja e o frigorífico que ficavam no terreno se mudaram para longe, porque um milionário comprou a propriedade para construir um hotel, e minha única opção era o banco de sangue? O que eu vou fazer?
Dominik parecia frustrado, preocupado e frio ao mesmo tempo, ele parecia ser capaz de fazer qualquer coisa para sobreviver, foi nesse momento que aproveitei a maldade dele para me revelar, afinal ele não tinha escolhas a não ser me apoiar, já que nós dois agora mataríamos para sobreviver, eu pelo poder e ele pela fome.
- Dominik, tenho que te contar uma coisa...

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Olá leitores! Primeiramente quero pedir perdão pela demora para postar o capítulo, mas tive  motivos pessoais, já que tive semana de provas, recuperação, trabalhos valendo nota e muitas decepções e tristezas que me deixaram abalada e sem disposição e motivação  para continuar o capítulo, mas garanto que a história vai rolar e tomar seu rumo normal a partir de agora que melhorei e espero que continuem lendo, digam o que estão achando e votem para que a história continue! Bjs!

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