Anti-cupido

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- Apenas matando minha sede...- Marry disse, com sangue nos lábios.
- VOCÊ MATOU PETRUS! - Gritei, me descontrolando. Marry me olhou com estranheza, desceu as escadas, pegou um saco de sangue e encheu uma taça com o líquido (foto). Ela sorriu, deu algumas risadinhas e me ofereceu a taça.
- Não sabia que o gato da vizinha se chamava Petrus.
- Então esse sangue é do gato dela?
- Sim. - Ela me respondeu, me fazendo aliviar.
- Por que matou ele? Você poderia ter me dado! Eu gosto de gatos...
- Ele era a única coisa que sobrou daquela casa, me poupe... Além disso não gosto muito de gatos, isso não ia fazer diferença para mim. Pegue uma taça e vamos brindar com o sangue dele? - Marry falou, estendendo o saco pra mim. - Está fresquinho, acabei de matá-lo, mas afinal...quem é Petrus? Seu novo namoradinho? -Enquanto ela perguntava tudo aquilo, dei as costas e suspirei de raiva, subindo as escadas até meu quarto.
Abri a porta e vi Petrus no mesmo lugar que eu o havia deixado e estranhei, pois ele estava com algo no bico. Cheguei mais perto e vi que se tratava de um alfinete vermelho, e ele me entregou na  mão com o bico.
- Onde achou isso, garoto? - Perguntei.
"Crááááá" - Ele respondeu.
Quem dera eu soubesse falar a língua dos corvos...joguei o alfinete pela janela, pois não achava que aquilo tinha utilidade pra mim, então Petrus me olhou, tristonho, como se quisesse me avisar alguma coisa.
- Não, Petrus, eu não gosto de costura. Sua antiga dona gostava? - Eu brinquei, e ele virou as costas para mim.
- Fique aí, eu vou com Dominik passear, depois volto pra te dar atenção, seu mimado.
Petrus era a única criatura que eu realmente confiava e acreditava, pois todo o resto podia me trair algum dia.
Tranquei o quarto para que ninguém visse Petrus e desci as escadas novamente, até que vi Marry conversando com Dominik, antes que ela o segurasse pelo ombro, eu interrompi.
- Desculpe estragar o climinha de vocês dois, mas preciso falar com Dominik.
- Fica com ele aí pra você, garota. - Marry zombou, enquanto nos deixava a sós.
- Olha, eu tô com fome e queria que você saísse comigo pra me ajudar a caçar, mas não quero ir com Marry, porque ela me irrita.
- Tudo bem, Kora, eu vou com você, mas não entendo essa sua raiva dela.
- No caminho nós conversamos. - Abri a porta e coloque um casaco da Gap preto, para disfarçar melhor minhas asas.
Andamos alguns quarteirões, e vi um homem saindo de dentro de uma casa estilo Vintage, ele levava uma gaiola com algumas araras azuis, e elas grunhiam desesperadamente.
- Achei nosso almoço. - Sussurrei no ouvido de Dominik. - Você distrai ele enquanto eu voo por cima ok?
- Ok.
Dominik foi até o homem, sorriu e começou uma conversa sem graça.
- Ótima tarde para observar os pássaros! São suas essas araras?
- Claro, eu as vendo para quem deseja, gostaria de comprar?
- Não sei se tenho dinheiro pra isso.
- Eu posso vender num preço bom para você! Elas não dão trabalho de ficar engaioladas, mas são muito agitadas.
- Elas vão sobreviver muito tempo?
- Não...
- Assim como você! - Dominik sorriu, enquanto eu voei por trás do homem e decepei sua cabeça com minha espada Perfect. Eu o segurei ainda sangrando e o levei a um terreno baldio para que ninguém notasse e abri a gaiola, vendo todas aquelas aves voarem livres.
- Você parece uma mercenária.
- Por que, Dominik?
- Porque só mata quem lhe convém, agora vamos acabar logo com isso. - Eu e ele voltamos ao terreno que era bem perto dali, e eu drenei metade do sangue do homem, transformando seu sangue  num  preto pastoso tipo petróleo, que escorreu para minhas veias. Dominik o drenava com as presas, e ainda soltou uma piada.
- Você tava mesmo precisando... Antes era meio pálida...
- Sempre fui pálida, guarde esse sangue numa sacola e vamos embora antes que apareça alguém aqui!
- Tudo bem, mas você não me explicou porque não gosta de Marry.
- Eu preciso mesmo explicar, Dominik?
- Claro, eu não leio seus pensamentos, e acho que se lesse eu não conseguiria dormir.
- Primeiro ela invadiu minha casa, depois ela quis ficar morando lá sem ter pago e ainda vira sua melhor amiga! Eu não acho que ela se importe com você tanto quanto eu... - Me aproximei, passando meu dedo que ainda escorria sangue nos lábios de Dominik.
- Eu não tô com fome, pare de brincadeiras. - Ele olhou confuso, empurrando minha mão de volta para mim, foi aí que me aproximei meu rosto do dele, e tentei encostar meus lábios nos seus lábios quentes, coisa que eu nunca havia feito desde que nasci nos céus, pois eu nunca havia beijado alguém antes.
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Olá leitores! Comentem aqui qual casal vocês shippam e terão uma surpresa no próximo capítulo! 12 votos e eu libero o próximo!

fαℓℓєn AngєℓOnde histórias criam vida. Descubra agora