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Bernardo me guiou até seu Audi e me emprestou um de seus casacos jeans hipster, sintonizando o rádio num fm alternativo, que começou a tocar Arctic Monkeys- R u mine?
No meio do caminho, percebi que estávamos indo para uma loja de roupas comum, onde ele estacionou seu carro em frente da loja e sorriu, radiante.
- Pronta pra renovar seu guarda-roupa?
- Que guarda-roupa? - Eu ri, me lembrando que não tinha comprado roupas ainda desde que me mudei. Marry não era exatamente uma boa companhia para se andar no shopping.
Ao entrarmos, percebi que era uma loja ótima para todos os estilos, inclusive o meu. Antes que eu corresse pera sessão de vestidos, Bernardo me puxou.
- Não, você não vai a uma festa, você vai a um encontro. Pode esquecer desses vestidos, você precisa de roupas normais e mais chamativas.
- Chamativas tipo como? - Perguntei, virando os olhos.
Num movimento rápido, ele puxou de um dos cabides um cropped preto, que tinha um decote cheio de tiras de tecido.

 Num movimento rápido, ele puxou de um dos cabides um cropped preto, que tinha um decote cheio de tiras de tecido

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- Uau. - Falei, surpresa. Aquilo não chegava nem perto do estilo de coisa que eu vestia, que basicamente eram vestidos pretos, pomposos e longos.
- Agora não reclame, vou escolher o resto. - ele disse, se aproximando da sessão de casacos.
Em poucos minutos, Bernardo tinha um conjunto completo de roupas penduradas em seu braço, onde havia separado uma jaqueta, uma saia e um salto também. - Pode se vestir! Vou ficar aqui do lado de fora esperando, temos ainda muita coisa pra fazer. - Ele me entregou tudo e fui direto pro provador, meio receiosa de dar tudo errado, já que meu corpo não era tão musculoso como as garotas de revista fitness, pelo contrário, eu era magra e às vezes não me orgulhava muito disso.
Coloquei todas as roupas rapidamente, me olhando no espelho e vendo que minha barriga seca se destacava, deixando minha aparência muito melhor e um pouco ousada. Eu não podia negar que o Ber entendia muito bem de estilo.
- Vou levar tudo! - Falei, animada.
- E com que dinheiro você vai pagar, Kora? - Ele me perguntou, rindo.
- Eu.... - Fiquei sem palavras.
- Vou pagar pra você sua bobinha! Descolei um trampo na faculdade, não se preocupe. - Sorriu, indo direto ao caixa para fazer o pagamento.
Eu não podia me sentir mais agradecida, estava muito grata por tudo o que o Bernardo estava fazendo por mim, mesmo depois de eu ter saído de sua casa, e agora ele estava me ajudando a recuperar Dominik. Isso era muito estranho, pois os dois sempre se odiavam e foi esse um dos motivos de eu ter ido embora. Fico feliz que ele realmente entenda o quanto eu valorizo eles dois.
Assim que entramos no carro, pensei que estava voltando pra casa, até que notei o caminho diferente.
- Pra onde estamos indo? - Perguntei, confusa.
- Comprar o que falta.
- Mas não me falta nada... - Fiquei meio assustada, e se tudo aquilo fosse uma armadilha e ele estivesse com raiva de mim? Bernardo não era o tipo de pessoa que tinha algo a se vingar, pelo menos eu acho...
- Ainda falta tanta coisa que você nem imagina.
- Tipo meu funeral? - Perguntei, em tom de brincadeira, pra jogar um verde.
- Não seja boba! O encontro de vocês não vai ser tão ruim quanto você imagina. - Ele disse, aos risos, enquanto eu respirava fundo e desabafava por não ter mais motivos pra me preocupar. Eu confiava nele.
Assim que o carro estacionou novamente, percebi que era uma loja de lingerie misturada com sex shop. Odiava a forma como esses dois tipos de loja se misturavam. Não podíamos comprar uma calcinha para nós mesmas sem fim sexual? Fiquei meio sem graça de entrar lá, mas Bernardo me empurrou para dentro da loja e foi junto.
- Boa tarde! Estão procurando algo em especial? - Uma mulher loira e bastante alta, com um decote saltando da blusa perguntou, sorridente.
- Ela quer roupa íntima. - Disparou Ber.
- Temos muitas opções! Não seja tímida! Seu namorado está aqui pra te ajudar e encorajar. - Eu e o Bernardo nos entreolhamos.
- Não é seu namorado? - A vendedora riu.
- Somos irmãos. - Menti.
- Família unida, não é mesmo? - Ela riu. Pelo seu tom de voz, eu já podia pensar em todas as cenas de incesto que ela imaginava.
Quando fui provar a primeira peça, se tratava de um conjunto roxo transparente, e de toda forma eu teria que mostrar ao Bernardo já que era ele que ia me dizer qual comprar. Isso me deixou completamente constrangida, porque mesmo que fôssemos quase irmãos, eu nunca havia ficado seminua perto dele, o máximo que chegamos disso foi quando eu dormi de blusa e uma vez vi ele de cueca antes dele ir a escola.
- Como ficou? - Ele perguntou, mexendo do outro lado do provador. - Abri as cortinas, morrendo de vergonha e cobrindo os olhos.
- Acho que vermelho combina mais com a sua
pele branca. - Ele disse, sem surpresa, jogando vários modelos diferentes no meu braço.
Depois de algumas horas provando quase todas as opções na loja, comprei um modelo vermelho transparente, a parte de cima do sutiã fazia meus seios parecerem maiores, e a calcinha de renda transplante parecia bem ousada, algo que eu não imaginaria comprar.
Depois de entrarmos no carro e dirigirmos para casa, percebi que Bernardo havia mudado a rota pela terceira vez. O que mais faltava comprar?
- Onde estamos indo? - Perguntei, confusa.
- Pra o lugar certo. - Ele falou, concentrado na estrada, sem olhar para meu rosto.
Suei frio, nunca fui acostumada com surpresas.
Quando ele finalmente parou e estacionou o carro, percebi que não havia ninguém melhor para reconhecer aquele lugar do que eu.
Estávamos de volta à sua casa.
- Você esqueceu algo aqui, Ber?
- Entre, precisamos ter uma conversa. - Naquele momento, me senti burra por ter deixado Perfect, minha espada, em casa. Ele iria mesmo me machucar ou fazer algo a mim?
Subimos pelo elevador e ele me levou até seu quarto, se sentando na beira da cama e sorrindo, meio constrangido.
- Você sabe como começar? - Perguntou.
- Começar o quê? - Fiquei mais confusa do que estava.
- Você tem que fazer ele ter desejo por você, está óbvio.
- Ah... -suspirei- Eu nunca tentei fazer isso com ninguém, na verdade. O que eu devo fazer?
- É pra isso que eu estou aqui, pra te ensinar. - Ele falou, meio nervoso.
- Então me ensine, conte logo o que eu devo fazer.
- Contar? - ele riu- Ninguém aqui vai contar nada, estamos aqui pra praticar, ou nada disso vai servir.
Ouvindo essas palavras, meu corpo gelou. Ele estaria mesmo falando sério? Nós dois, amigos há mais de uma década, quase irmãos, íamos ter que usar um ao outro? Isso só poderia ser brincadeira! Tudo bem que o Bernardo gostava de piadas, mas me constranger dessa forma não era nada engraçado. Eu não me imaginava o beijando ou fazendo qualquer coisa do tipo, aliás, eu mal sabia fazer qualquer coisa desse gênero.
- Isso é brincadeira, né? - Sorri forçadamente.
- Se você acha... eu encararia como um jogo. - Ele disse, tirando a blusa, enquanto meu corpo termia de ansiedade.
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Olá leitores! Comentem aqui Oq vcs acharam desse capítulo novo! Fiz esse como especial de ano novo! 12 likes e lanço o próximo ❤️

fαℓℓєn AngєℓOnde histórias criam vida. Descubra agora