Capítulo 4

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Otávio prestou atenção naquela mulher que estava de costas, a intenção dele era perguntar onde era os estábulos, mas quando ela se virou não teve a menor duvida de quem era, podia passar séculos mas aqueles olhos ele jamais esqueceria, estava cravado, tatuado no coração e na alma dele. Sem a menor duvida era Luiza diante dele. E o tempo apenas a favoreceu, estava linda... linda não, perfeita.

Luiza tinha certeza que parou de respirar, reconheceria aquela voz e ele em qualquer lugar, ficou imóvel, apenas seus olhares se cruzando. Deus porque estava se sentindo assim, sempre jurou para si mesma que se um dia o encontrasse gritaria o quanto o odiava, mas simplesmente não conseguiu fazer e dizer nada, até que ouviu a voz dele a chamando, como se perguntando se era realmente ela.

— Luiza?

Ela tinha que se recompor, e mostrar que aquele encontro não havia mexido com ela, mas como fingir algo que estava tão evidente, respirou e respondeu.

— Otávio, quanto tempo.- Queria ter forças para dizer tudo que estava dentro da sua alma, reclamar tudo o que ele lhe causou, toda a dor, mas não conseguiria, não hoje, porque tinha certeza que iria encontra-lo de novo, so não sabia o porque dessa certeza toda.

Ela continuava a mesma, de aparência, com a mesma beleza, mas ele viu que por dentro ela tinha mudado, a voz dela mostrou isso.

— Sim Luiza, muito tempo. Vejo que seguiu os passos de seu pai. Parabéns.

Quando ia responder Clara apareceu interrompendo esse encontro, e Luiza não poderia ser mais grata a ela nesse momento, pois se isso continuasse não saberia se iria conseguir, estava esgotada emocionalmente.

— Oi papai, vejo que conheceu a senhora Luiza, ela é a dona do Haras. – Disse Clara se colocando ao lado do papai.

Otávio pensou em como a filha estava enganada, mas ela não precisava saber o que houve com eles no passado. – Sim filha a conheci, já podemos ir?

— Claro. – Clara dirigiu sua atenção a Luiza. – Boa noite senhora ate amanha.

— Boa noite Clara, até amanha. – Ela tirou as ultimas forças dela para responder a esse cumprimento.

Otávio a olhou bem no fundo de seus olhos e também se despediu. – Boa noite...Senhora Carbajal.

Eu apenas consegui dar um pequeno aceno, e vi eles se afastarem, graças a Deus tinha um banco ao seu lado e ela se sentou nele, pois se não tivesse ali ela cairia ao chão. Não conseguia mais ficar em pé, isso foi demais, revê-lo depois desses anos todos.

Ela tinha certeza que se um dia o visse de novo, sentiria ódio, rancor e tacaria tudo o passou na cara dele, mas não, ela sentiu que seu coração fosse sair pela boca, aquele amor guardado a sete chaves veio a tona. Ela se recompôs e foi para casa.

Otávio seguia calado todo o trajeto ate sua casa, não podia crer que a viu, ela continuava linda, aquele sentimento voltou com força para ele, apenas uma prova que esse amor nunca havia morrido. A única coisa que ele queria fazer era toma-la em seus braços e beija-la, mas não podia, seu orgulho estava ferido, ela o deixou por ser pobre. Mas como trancar esse amor de novo com ela tão perto?

Chagando em casa, Clara havia percebido o silencio do pai. – Papai, veio tão calado o caminho todo, esta tudo bem?

Otávio olha para filha, e tenta responder da melhor forma possível. – Tudo filha...estou so cansado. Vou para o quarto, se importa de jantar sem mim?

Clara lhe da um sorrido. – Claro que não papai, na verdade vou comer um lanche no quarto, também estou cansada.- Clara da um beijo e sobe para quarto.

Uma História que RenasceOnde histórias criam vida. Descubra agora