Alice estava a sentir-se muito mal. Ela tinha uma tosse que nunca mais passava. A sua cela era demasiado húmida e escura. Tudo que ela sentia dentro dela o tempo todo era frio. Havia gritos e gemidos entrando pela porta do seu "quarto" no sanatório. Era tudo muito sinistro e horripilante, se ela estivesse consciente estaria tremendo ainda mais do que estava agora. Ela ficaria ainda mais gelada do que estava, ainda mais angustiada. No entanto, Alice encontrava-se agora altamente sedada. O mundo era apenas um sonho pra ela. Um sonho escuro, húmido e solitário, mas ela não tinha a mínima noção de quem ela era ou onde estava nesse momento. A menina passava a maior parte do tempo assim, cheia de drogas e inconsciente do mundo em seu redor. Era isso ou ter de ouvi-la gritar a plenos pulmões. E não havia mais enfermeira ou médico algum da instituição que aguentasse mais um pouco dos seus veementes gritos.
A jovem senhorita Brandon foi levada para sanatório fazia um mês. Nenhuma enfermeira jamais tinha visto pulmões e gargantas tão fortes. A menina gritava muito alto, com um tom de pavor na voz impressionante. Ela devia realmente acreditar que ia morrer porque tudo nela indicava um terror enorme. Quando estava consciente, nas sessões de choque ou entre o efeito das doses dos remédios, ela se debatia com ferocidade e parecia realmente desesperada. Era como se ela quisesse a todo o custo fugir para longe de alguém ou de alguma coisa. Esta situação era muito perturbadora para todos, geralmente os pobres coitados simplesmente desistiam passado um tempo. Ninguém podia aguentar mais de três dias de sessões de choque e de doses cavalares de remédios sem esmorecer. Eles sempre se acalmavam no fim.
Mas a senhorita Brandon era uma exceção. Até o doutor Geller, o mais antigo do sanatório de Biloxi, com mais de 50 anos de experiência em casos de insanidade aguda como o da menina Brandon não conseguia assimilar a disposição e capacidade da jovem. Mesmo para esse renomado doutor ela era assustadora. Por tal razão, ela era ainda mais propositadamente entorpecida do que os outros pacientes. E seus sintomas não reduziram em nada, mesmo após um mês de internação e tratamento a jovem ainda gritava para quem pudesse ouvir que estava marcada de morte.
A loucura da menina Mary Alice Brandon foi um grande escândalo na cidade de Biloxi, Mississipi. No ano de 1917, a cidade fazia um século de integração com os Estados Unidos da América e uma grande festa foi organizada para comemorar essa data tão especial. Havia muitos turistas e visitantes para participar da festa e a cidade estava em êxtase. A família Brandon estava presente com suas duas filhas: Cynthia e Mary Alice. Cynthia era uma menina de ouro, de lindos cabelos castanhos claros e cacheados, e possuía muitos pretendentes interessados na sua beleza. Perto dela, Mary Alice parecia ainda mais frágil e estranha do que normalmente era, com seus cabelos pretos compridos e escorridos que escondiam o seu rosto. A menina era muito tímida e, por conta de graves problemas de saúde, saía pouquíssimo de casa. A sua educação era ministrada em casa e sua mãe controlava-a como um cão de guarda. Foi uma sorte que o professor Smith aceitou dar-lhe aulas particulares. O belo professor era um senhor muito distinto que trabalhava há anos na cidade e já havia educado boa parte dos cidadãos de Biloxi. Ele era muito culto e bem apessoado, muito apreciado por quase todos.
A enfermeira Betty, que agora trabalhava observando a menina Alice no sanatório, também estava presente na festa, assim como muitos outros habitantes de Biloxi. Novamente ela se exasperou com o comportamento da senhora Brandon. Era ultrajante a liberdade que aquela senhora dava à sua filha mais velha, que tinha mais intimidade com vários rapazes da cidade do que era apropriado para sua idade. Com a frágil e jovem Alice ela era rígida e severa, evitando que ela se relacionasse com qualquer pessoa, agindo como se a menina tivesse uma grave doença contagiosa. Um grande absurdo, todos concordavam. A menina podia ser tímida e quieta e já ter tido um ou outro desmaio em público, mas isso não a fazia contagiosa. Apesar dos protestos de alguns cidadãos de Biloxi que lhe imploravam complacência, a senhora Brandon era irredutível. Era como se ela tivesse algum grande segredo que tentava esconder junto da filha. Desde a entrada da jovem Alice no sanatório que a enfermeira Betty se perguntava o que havia acontecido com ela.
Mas o que essa bondosa enfermeira não sabia era o que tinha acontecido na festa, durante o desfile, com todas as grandes personalidades da cidade desfilando. A senhorita Betty não tinha visto um belo rapaz, branco como a neve, observando o desfile. Ela estava distraída, logo atrás da família Brandon, muito contente por poder trocar algumas palavras com o distinto professor Smith. A linda pele branca dele parecia emitir um leve brilho naquele dia nublado e ela não conseguia pensar em mais nada que não na beleza do professor quando, de repente, a jovem Brandon começou. Ela não podia saber o que a menina havia visto para a fazer gritar daquele modo.
Enquanto a família Brandon e todos os outros admiravam a beleza do desfile, a menina Alice começou a gritar em plenos pulmões. Gritava coisas estranhas sobre morrer, sobre alguém beber o seu sangue todo... Era algo muito terrível de se ouvir. Como era de esperar a sua mãe ficou muito irritada. A pobre senhora Brandon dessa vez tinha razão do grande embaraço que sentia, mas mesmo assim a enfermeira Betty se indignou ao ver que a sua posição na sociedade era considerada mais digna de proteção que o bem estar da própria filha.
A menina agora tremia e gritava, os seus olhos estavam revirados tornando a situação ainda mais perturbadora. A banda parou, assim como todo o desfile, e quase toda a cidade observava o acesso de loucura da menina. Toda a sua família havia se afastado. A irmã dela pulou vários metros e olhava para o lado como se não a conhecesse ou sequer ouvisse os estridentes gritos de Alice. O pai estava irritado e ordenava que ela parasse com aquilo. A mãe, que inicialmente lhe agarrara o braço para a tentar controlar à força, desistiu depois de uns minutos e também se afastou. Logo aquele belo rapaz que não havia sido notado até então estava bem na sua frente. Ele aproximava-se da menina Brandon e era o único que não parecia perturbado. A enfermeira achou-o maravilhoso, os cabelos louros compridos juntamente com os seus olhos pretos e profundos faziam dele um lindo jovem, quase irresistível. Ela não conseguiu evitar comparar a bela pele translúcida dele com a do professor Smith. Se não fosse a menina Brandon ainda gritando e se debatendo desesperada ela certamente tentaria meter conversa com ele.
No entanto, ele não chegou a alcançá-la. O belo rapaz obviamente tencionava fazê-lo, ele tinha um grande sorriso nos lábios e sua direção era certeira para a jovem Alice Brandon mas, quanto estava a dois passos dela, o professor Smith colocou os braços em redor da menina. A enfermeira Betty ficou estarrecida naquele instante, afinal o professor não estava ao lado dela há uns segundos atrás?! Bom, ele estava agora perto de Alice e era óbvio que estava preocupado porque soltou um som dos lábios que pareceu um gemido... aos ouvidos fracos e lerdos dela. Evidentemente, ela não tinha condições de saber que se tratava de um rosnado e que aquilo era um tenso momento em que dois vampiros se encontravam e duelavam por uma presa. Ela não ouviu que eles discutiram. o jovem vampiro apresentou-se como James e reclamou a menina. O Professor Smith esclareceu que mantinha permanência fixa em Biloxi e não permitia caçadas dentro dos seus limites. James argumentou que só desejava a ela, e que partiria em seguida, mas o professor foi irredutível. Alice era uma menina com um dom magnífico que ele não ia permitir que ela morresse daquela maneira. A ignorância era mesmo uma benção aos humanos, em especial à enfermeira Betty.
Não, a enfermeira Betty não tinha noção que se não fosse pelo professor Smith a jovem Alice estaria realmente morta como suas visões lhe mostravam. A interferência do professor não foi suficiente para evitar a disposição e a vontade do vampiro assassino James, lógico, mas ele protegia a menina e o sanatório com afinco por todo o mês que ela estava internada, e tentou o que pode para despistá-lo e mantê-lo longe da instituição. Logo isso se mostrou insuficiente. A perseguição de James era muito precisa e não natural. O antigo vampiro Smith se perguntava se James teria um dom especial. Ele não parecia ser capaz de ser enganado e o cerco ao sanatório estava a fechar-se. Mesmo depois de um mês, James ainda não havia esmorecido e desistido de Alice. Ela devia realmente ser muito apelativa para ele porque nada o parecia fazer recuar, nem a determinação de um experiente vampiro em a proteger.
E logo Smith entendeu que a sua morte era inevitável.
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OLÁ GENTE!
EU ADORO ESTA VERSÃO DA VIDA DA ALICE, A MINHA PERSONAGEM PREFERIDA DA SAGA. INFELIZMENTE NÃO CONSEGUI ENCONTRAR A VERSÃO "COMPLETA" (falarei disso mais adiante) OU FALAR COM A AUTORA DESTA VERSÃO.
NÃO PEÇO COMENTÁRIOS OU VOTOS PORQUE A HISTÓRIA NÃO É MINHA, APENAS A QUERO PARTILHAR COM VOCÊS. ESPERO QUE GOSTEM TANTO COMO EU.BJO, CIPRIA
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A Segunda Chance de Alice e Jasper - terminada
FanfictionA fantástica história de Alice Brandon desde os seus últimos dias como humana até encontrar Jasper Hale! *ESTA OBRA PERTENCE A 'MIRABELA' E TEM COMO BASE A SAGA 'TWILIGHT' DE STEPHENIE MEYER* Apaixonei-me por esta fanfic e foi ela que me motivou a e...