Enquanto se vestia, Luiz jurava em sua mente que iria dar seu melhor para tirar sua mãe daquele lugar.
Gostava do lugar onde vivia, mas a violência o assustava muito, afinal, para uma criança de 7 anos, presenciar um assalto na sua própria escola era "um pouco" traumatizante.
Foi por isso que Graziela, a mãe dele, arranjou um segundo emprego para conseguir colocar o filho em uma escola particular, um pouco distante, mas segura.
Luiz se sentia ansioso, pois hoje era o seu primeiro dia, se arrumou do melhor jeito que o seu guarda roupa permitia.
- Luiz, vem logo ou você vai perder o ônibus!
- Já vou! - se olhou mais uma vez no espelho e desceu.
- Olha, já que lá não servem merenda, eu fiz um sanduíche de ovo mexido para você levar.
- EBA!
Colocou seu lanche na mochila e saiu correndo para o ponto de ônibus. Assim que a condução chegou, entrou todo contente e avistou um lugar vago ao lado de um menino.
"Talvez eu possa fazer amizade"- pensou.
O garoto ao ver Luiz com trajes pobres e surrados, deduziu logo que era pobre e ao o ver vindo em sua direção, colocou a mochila no banco o seu lado.
- Posso me sentar aqui?
- Não está vendo a minha mochila aí? - disse com arrogância.
Luiz abaixou a cabeça um pouco desconcertado e sentindo-se humilhado.
- Desculpe!
Após ser humilhado por mais alguns meninos e meninas ao tentar achar um lugar, Luiz se sentou no fundo, sozinho.
A última parte do caminho tinha de ser feita a pé, já que a linha não passava por ali.
Já conformado com a rejeição, Luiz foi caminhando mais à frente que o grupo de meninos.
- o que ele pensa que está fazendo? Se acha superior a nós para ir na frente?- disse um dos meninos.
- Ele é pobre, o lugar dele é limpando o chão que pisamos e não o contrário.- disse outro.
- Venham!- disse Diego, o "líder" do grupo.
Formaram uma roda ao redor de Luiz e sem dizer nada, pegaram sua mochila e a jogaram no chão, pisoteando-a.
- Seu lugar não é aqui!- disse um menino alto.
- Seu lugar é na favela!- completou Diego.- Vê se fica esperto moleque! Não queremos pegar germes de pobre então fique longe de nós!- saíram o deixando o menino ali, assustado.
Luiz entendeu naquele momento que não seria fácil estudar naquela escola, mas não diria nada a sua mãe, ela estava se matando para pagar aquela escola e não seria justo, então decidido a dar o seu melhor, pegou sua mochila e continuou a caminhar.
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No recreio, com seu lanche na mão, Luiz procurou um lugar reservado para lanchar, já que, aqueles garotos não o deixava em paz.
Caminhou até a parte de trás do refeitório, mas parou ao escutar um choro. Seguiu o som e encontrou uma garota, encolhida em um canto.
- Ei? Você está bem?
- Não - ela respondeu com a cabeça baixa e os cabelos no rosto.
- O que aconteceu?
- O Diego e o grupinho dele, puxaram meu cabelo e levaram meu lanche.
- Pode ficar com o meu.
- Mas... E você?
- Estou sem fome - mentiu.
- Obrigado - levantou a cabeça e pegou o lanche.
Ao abrir, a menina viu que o sanduíche estava amassado. Luiz ao perceber, tratou logo de se explicar:
- Foi o Diego - disse sem jeito.
- Não tem problema - começou a comer o sanduíche.
Luiz, ao olhar para a menina comendo, reparou pela primeira vez, o quanto ela era bonita e sorriu com o seu pensamento.
- Qual é seu nome?- ela perguntou depois de um longo silêncio.
- Luiz Otávio e o seu?
- Mariana, mas pode me chamar de Mari!
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Espero que gostem...
Beijinhos e brigadeiros 😍
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Romântico Anônimo (Concluído)
RomanceBaseado na música Romântico Anônimo - Marcos e Belluti Luiz Otavio Medeiros sempre foi apaixonado por uma menina que conheceu na infância. Agora ele fará de tudo para conquista-lá. Mariana Santter no fundamental, teve tudo o que uma garota sonha: po...