Capítulo 10

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Na manhã seguinte, parecia que o mundo estava contra Luiz.

Para começar, ele tinha acordado atrasado. Assim que conseguiu se arrumar e descer, notou que algum adolescente - bêbado, provavelmente - tinha riscado o seu carro.

Chegou na agência bufando e seus funcionários jurariam de pés juntos que quase dava para ver a fumacinha saindo da cabeça dele.

Para deixar tudo muito mais lindo e perfeito, Mariana tinha decidido fingir que ele não existia. Ela passou reto quando o viu enchendo seu copo na cafeteira.

"Ótimo" - ele pensou - "Agora só falta um lindo arco íris no meu dia perfeito".

Já era final de tarde quando Luiz mudou de humor. Durante o dia, ele havia descontado a frustração em todos os funcionários. Ninguém escapou. Nem mesmo Mariana.

Ele havia dito de forma grossa que ela deveria estar em treinamento e não de papinho com o responsável pelo setor de iluminação.

Mirian se assustou ao entrar na sala e encontrar Luiz em uma situação que a fazia duvidar da sanidade mental de seu chefe e melhor amigo.

Luiz estava dando tapas no próprio rosto. Ele odiava maltratar as pessoas, ainda mais pessoas que não fizeram nada para o deixar assim.

- Burro, burro - ele murmurava.

- O que você está fazendo?

- Eu maltratei todo mundo Mirian. Eu nunca fiz isso. Será que estou virando um riquinho metido?

- Um riquinho metido jamais se arrependeria de maltratar as pessoas.

- É...

- Agora me diz o que está acontecendo.

- Bom, nosso plano estava indo conforme o planejado. Mas eu ofereci vinho e ela nunca tinha bebido. No fim, ela acabou aceitando e logo depois de poucas taças, estava mais pra lá do que pra cá e tive que a levar em casa. Fui me despedir com um beijo na bochecha e ela virou na hora, ocasionando em um beijo no canto da boca. Ela saiu correndo. - Luiz despejou tudo quase sem parar para respirar. - Agora ela está me ignorando.

- Tentou falar com ela?

- Não, mas ela passou reto e fingiu que não me viu hoje de manhã.

- E esse mal humor do cão é por isso?

- Não, comecei o dia de maneira ruim e também... - ele parou de falar ponderando se deveria dizer ou não.

- Diz logo! - Mirian disse ansiosa.

- Eu vi ela no corredor com aquele cara da iluminação.

- Oh! Então o grande Luiz Otávio Medeiros está com ciúmes?

- Eu não estou com ciúmes - ele disse cruzando os braços - eu só... Não gosto que meus funcionários fiquem de papinho pelos corredores.

- Você mesmo fica de papo com os funcionários no corredor. Tenta outra desculpa porque essa não cola.

- Talvez eu esteja com ciúmes. Qual o problema? - ele disse grosso, mas percebendo como tinha tratado sua amiga, tratou logo de se desculpar - sinto muito Mirian, me desculpa.

- Eu te entendo Luiz. Descontei todo o meu nervosismo nas minhas amigas no dia do meu casamento.

- Pelo menos você estava nervosa por algo que era seu - Luiz disse visivelmente triste.

- Esse é o problema Luiz. Você não pode ter ciúmes. Ela não é sua e a qualquer momento pode arranjar alguém.

- Eu sei disso.

Ele estava muito magoado com as palavras da mulher à sua frente. Mas sabia que aquela era a verdade.

Mariana não era dele. Podia se tornar de alguém a qualquer momento. Ele mal sabia se ela tinha alguma paquera, um crush, ou um Ficante.

E mesmo que não tivesse nada que a prendia, será que algum dia ela iria se interessar por ele?

Existe muitas possibilidades, mas Luiz não queria pensar nelas e perder a coragem.

Poderia até quebrar a cara, mas para ele, valia a pena pela pessoa amada.

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Pequeno, eu sei.

Estou muito ocupada hoje mas não queria deixar vocês sem capítulo.

Beijinhos e brigadeiros.♥♥♥♥

Romântico Anônimo (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora