Romântico Anônimo (Concluído)

Capítulo 23

Falar daquele jeito com Luiz, havia sido bem mais difícil para Mariana do que pareceu.

Ela estava confusa. Sentia um ódio enorme de ter sido enganada, mas sentia que um lado dela queria perdoar o garoto que tinha se alojado em seu coração.

Durante o tempo em que foram amigos, Mari nutriu um sentimento bem diferente de amizade por ele e ver como alguém que ela gostava destruiu seu coração, era muito triste.

Perdida em seus pensamentos, ela só percebeu que Diego a chamava na sexta vez.

- Mari, está me ouvindo?

- Desculpa, viajei legal aqui.

- Eu estava perguntando onde você quer almoçar.

- Se você não for se incomodar, eu prefiro ir pra casa.

- Você vai se deixar abalar por aquele otário?

- Não fala assim dele. Posso estar com raiva mas ele é alguém importante.

- Importante? Você gosta dele? Sem querer ofender mas péssima escolha.

- O coração quer o que ele quer.*

- Verdade. - Diego mordeu o lábio inferior enquanto pensava. - Então quer ir para sua casa?

- Queria, mas já se passou algum tempo e eu tenho umas coisas pra resolver na agência mais tarde.

- Vamos pelo menos lanchar. Você não pode ficar sem comer.

- Um hambúrguer com tudo que eu tenho direito não faria mal agora.

- Você não é como as outras modelos que eu conheço. Todas preocupadas com o que comem. Algumas tem graves casos de bulimia e anorexia.

- Eu estou ciente e é por isso que eu decidi não me importar. E sempre comi muito e não engordei, então acho que agora não seria diferente.

- Que bom. Eu não iria gostar de ver alguém que eu gosto tanto passando por isso.

- Agradeço pela preocupação Diego, mas agora vamos comer porque eu estou salivando pensando em um completo. - disse fazendo o rapaz rir.

- Vamos fominha.

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Luiz se sentia uma adolescente pela maneira em que se encontrava: sentado no sofá com pipoca e brigadeiro enquanto assistia à algum filme no qual ele não estava prestando atenção mas tinha quase certeza que era romance.

Vestido apenas com uma calça de moletom, ele havia ligado o ar condicionado para ficar frio e se cobriu com uma coberta.

Todo esse seu momento adolescente sofrendo pelo "boy" foi interrompido pela campainha que Luiz logo tratou de atender cheio de esperanças. Mas ao abrir a porta, viu um pequeno ser que aparentava estar muito bravo.

- Boa noite Chris.

- Boa noite? - Ele disse entrando na casa. - Você é burro cara? Como você deixa a Mari descobrir tudo sozinha? Todo meu esforço foi desperdiçado. Agora ela acabou de ser deixada em casa por aquele loiro seboso e metido, enquanto você está aqui, - o menino prestou atenção no sofá e nas coisas que haviam nele - chorando como uma garotinha.

- Respira Chris. - Luiz suspirou - O que eu deveria estar fazendo? Ela tem livre árbitro pra sair com quem quiser.

- Ter ela tem, mas você não vai impedir ela de sair com ele. Você vai mostrar que é melhor que ele.