Pois é. Sou sempre ditada como a vilã da porra toda. Sou sempre a mau humorada, a escrota, a ovelha negra.
A pessoa invade meu espaço pessoal, ignora todos os meus pedidos para parar o que estava fazendo, puxa me edredom, dá uma joelhada numa parte do meu corpo que está machucada e, nessa hora, eu reclamo, quem é a vilã da história? Quem disse que sou tá errado e tá certo.
Tá errado porque eu não sou a vilã, mas tá certo porque é assim que me vêem.
Ou sou a vilã escrota ou sou um caixa eletrônico, porque só pra isso que eu sirvo: ser escrota, ouvir reclamação dos outros e caixa pra pegar dinheiro emprestado.
Eu realmente queria ter coragem de dizer não, cortar essa palhaçada toda e deixar todo mundo se fuder sozinho pra largar de ser trouxa. Mas, no final das contas, a trouxa sempre sou eu que empresto o dinheiro e me aperto toda só pra mãe e irmã ficarem com folga.
Pois é. Eu sou uma trouxa em todos os sentidos...
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Sorria e Acene
Kurgu OlmayanQuando você percebe que não vive, mas sobrevive, como lidar?