Antes que o dia amanheça

Capitulo 3

Cheguei em casa Penni ainda nao estava. Joguei minha bolsa na mesa da sala e em seguida fui para o quarto me livrar daquela roupa e dos sapatos apertados. Liguei o som em um volume bom, nao tão alto, porque os vizinhos podiam reclamar. Estava tocando "Never Forget You" da Zara, eu amava aquela musica! Simplesmente muito animada.

Quando o telefone toca.
-Alo? Quem é?
-Penni, Olivia! O banco está fechado e melhor você ir lá amanhã quando for trabalhar, ja está tarde.
-Tudo bem, amanhã passo lá.
-Está rolando uma festa ai e eu não sei? -Disse rindo.
-E o som, está tão alto assim?
-Um pouco -disse rindo e logo após desligou.
Quando desliguei o celular alguém bate na porta.
-Pois não?
Era um homem alto e forte, usava touca em seu cabelo loiro. Sua roupa estava amassada e seus olhos cerrados como quem acabara de acordar. De aparentemente 26 anos.
-Da pra abaixar esse som? Estou tentando dormir! -disse com tom de bravo.
-a-h me desculpe... -disse envergonhada.
Ele levanta a cabeça e me encara por segundos e torna a reformular.
-Me desculpe pela grosseria, é que eu trabalho a noite... E o som está alto, poderia abaixar?.
-Claro. Você parece mal, gostaria de entrar um pouco? Talvez tomar um café?
-Prefiro voltar a dormir, se nao for incomodo.
-Mas eu insisto. -Disse sendo convidativa.
Ele me olha com uma cara de sono e encara seu relógio de pulso, parecendo checar as horas.
-Se não for demorar muito -disse com desdém.

Ao passar pela minha porta percebi que além do calção estava de pantufas. E logo concretizo que realmente tinha tirado ele da cama.

-Mora aqui a muito tempo? -Disse tentando puxar um assunto.
Peguei uma xícara no armário e em seguida coloquei um pouco do café que estava em cima da mesa.
-Não, me mudei recentemente. Acho que tem uma semana.
-Tem família aqui? -Disse pegando uma xícara para mim.
-Tenho uma irmã que mora no centro.
Deu gole no café quente.
-Cuidado! Está quente. -Disse pegando um pano.
-Pareço até uma criança. Obrigada mas não preciso de ajuda -disse sem graça.
-Porque tão grosso? -Disse com o pano na mão.
-Não sou acostumado a ser tratado com tanta gentileza, minha mãe morreu quando tinha 8 anos. Desde aí fui criado em orfanatos com minha irmã até meus 17 anos -disse cabisbaixo.
-Sinto muito -disse com um tom de tristeza -sua irmã e mais velha?
-Sim, 2 anos.
Ouço a porta abrir.
-Olivia! Já disse para não deixar a porta aberta. -Disse gritando.
Ela entrou e levou um susto.
-Desculpa, estou atrapalhando?
Dei uma "corridinha" até ela, fiz cara de sem graça e disse:
-Penni esse e o...?
Ele completou em seguida:
-Gabriel.
-Isso! Gabriel essa e a Penni. -Disse apresentando os dois.
Penni se aproximou e em seguida o cumprimentou.
-Olivia, será que dá pra você vim aqui um segundo? -Disse pedindo licença pra visita.
Ela me arrastou ate o quarto.
-O que você acha que esta fazendo? Agora deu de trazer estranhos aqui em casa? -disse com tom de brava.

Eu sabia que nao devia ter convidado ele, mas me sentia culpada por ter o acordado. Queria apenas ser simpática.

-Bom, ele nao e um estranho mais. E não negue que ele e um bom partido. -Eu disse olhando pra ele na cozinha.
-Sim, confesso ele e uma graça.
Ela sorriu e em seguida e eu arrastei ela pra cozinha.
-Porquê você esta de pantufa?
Penni perguntou confusa.
-E mesmo, agora que percebi. Estava dormindo quando o som começou a me incomodar -disse se levantando - em falar nisso tenho que ir já está tarde.
-Eu te acompanho até a porta.
-Tchau -disse Penni acenando.
-Me desculpe novamente -disse abrindo a porta.
-Tudo bem, não se culpe, meu sono e muito leve. -disse sorrindo.

Fiquei admirada com as curvas do seu sorriso.

-Boa noite, o seu quarto e no corredor?
-Sim. Tenha uma boa noite. -sorriu.
Eu sorri de volta.