Antes que o dia amanheça

Capitulo 8

Fui chegando no trabalho e K já me procurava.
-Porque demorou tanto? -Disse me puxando pra sala dela.
-Me desculpe rolou uns imprevistos...
-Tá bom, agora vai se ajeitar e pega seus papeis! Temos uma reunião de ultima hora.
-Ta bom -disse indo em direção a minha sala.
Quando estava pra entrar em meu escritório Analu para na minha frente.
-Se você acha que vai virar queridinha de alguém alguém você esta muito enganada -disse saindo e passando o dedo na boca como quem consertava um borrado de batom.

Fiquei paralisada por alguns minutos sem intender nada! Será que ela acha que eu sou uma ameaça?

Entrei na minha sala e peguei os papéis de projetos e minha bolsa. Logo em seguida desci até o corredor de baixo, a sala de reuniões era numero 102 do prédio (onde possuía várias portas numeradas). Bati.
K atendeu a porta e pediu pra me sentar ao lado dela em uma mesa redonda e espessa. Lá tinha várias pessoas que ainda não tinha conhecido e Analu estava.
-Hoje vamos falar sobre os custos que estamos desembolsando a mais, e estamos acabando ficando no prejuízo. Alguém quer opinar?

Eu queria levar a mão pra da uma sugestão, mas pensei no que a Analu disse e achei melhor não.

-Acho que deveríamos mudar a linha dos celulares, colocar uma coisa moderna e ao mesmo tempo barata e compacta com nossos recursos -disse Analu se levantando e indo até o quadro ao lado da mesa -assim, nós iríamos diminuir os gastos e ele daria um ar de novidade e atualizado.
   -Adorei a ideia! Isso e maravilhoso -disse o coordenador dos projetos de designe e desenvolvimento.
Analu olhou para ele e sorriu em seguida me encarou dando um sorrisinho sarcástico.
   Após discutirem vários assuntos a reunião acabara.
-E assim que se faz novata.
Analu disse passando por mim andando naquele salto quinze e saia rodada com um casaco branco.

Sinceramente, eu poderia ter dado eu mesma aquela ideia, más não dei. Não consigo me perdoar por isso.

Após Analu passar por mim "desfilando" eu fui até o banheiro da uma olhada na minha aparência.

Aquele banheiro frio e aqueles espelhos mentirosos só me dizia que eu estava no modo "diminutivo" que eu não iria conseguir. Tudo me falava para desistir do trabalho e acaba voltando para o Brasil para morar com meu pai. Mas eu não iria desistir, estava ali pra me achar e eu iria conseguir sim.

Estava parada diante o espelho. Olhei aquelas roupas: casaco marrom, calças marrons e sapatos marrons estava igual um urso do mato, precisava muito da um jeito naquilo tudo.
-Finalmente te achei!
K chegou até mim com cara de espanto e aparentemente nervosa.
-Como você some assim após a reunião? -fez uma pergunta retórica.
-So vim lavar o rosto, me desculpe.
-Preciso de você para levar uns papéis para tirar xerox la no prédio ao lado, ande logo.
Ela saiu do banheiro e eu só ouvia o seus saltos fazendo barulho naquele chão de pisos brancos e gelados por causa do frio.
-Já estou indo -Gritei de dentro do banheiro, após ficar em silêncio enquanto ela falava.
O frio estava quase sem condições muito frio mesmo, e sair naquele tempo era quase suicídio! Mas era meu trabalho, precisava ir.
Sai do banheiro e seguir para a sala da K. Aqueles longos corredores de portas e quadros nas paredes sem sentido.
-São esses papéis K?
-Sim, e aproveita pra trazer pra mim um café do restaurante?
Ela deu um sorrisinho convincente, com medo deu falar que não. Como eu poderia falar não para aquele serumaninho.
-Claro, busco sim.
Ela fez uma cara de contente e de aparência agradecida.
Me aproximei do elevador e apertei o botão de descer. A cada passo que eu dava mais frio eu sentia, e eu me arrependia de ter aceitado sair naquela neve.
-Pra onde vai? -Perguntou Luan.
-K me pediu para ir tirar xerox de alguns papeis e comprar um café pra ela, quer também?
-Seria uma boa, está muito frio né querida.
Eu fiz de entendida com a cabeça e seguir para a porta de girar.
Assim que passei pela porta senti um vento gelado que por si congelou meus lábios e eu nao conseguia nem me mexer. Criei forças não sei da onde e coloquei o pé na neve gelada, estava muito gelada. Mesmo. Parei na faixa de pedestre enquanto o sinal estava aberto, vento penetrava em meu casado marrom fazendo eu me arrepiar. O sinal abriu finalmente. Cheguei no café e lá estava quente e aconchegante (deu vontade de ficar lá pra sempre), tenho certeza que tinham ligado o aquecedor.
-Boa tarde senhor Thomas, quero 2 cafés expresso por favor.
Eu sorri, e ao mesmo tempo demonstrando um frio além do normal em meu rosto.
-Gostaria de um também por minha conta?
Olivier se aproximou do meu lado sorrindo e notando minha expressão de frio.
-Me desculpe te incomodar assim, eu apenas estava em meu horário de almoço e eu vi você com muito frio...
-Não se preocupe, estou bem.. Mas se quiser pode pagar sim. Eu aceito.
Eu não podia recusar, poderia estar sendo grossa. Ele estava sendo muito gentil.

-Você gosta muito daqui né?
Perguntei ele tentando puxar assunto.
-Gosto sim, e além do mais fica perto do meu trabalho então...
-E... Obrigada de novo por hoje mais cedo, não sei o que seria de mim se você não tivesse me dado carona.
Peguei minha blusa e puxei até minha mão querendo esquenta-la.
-Senhorita Meddison, seu café.
-Parece que vamos nos despedir aqui.
Eu me levantei. Ele fez uma expressão triste, em seguida, segurando meu braço disse:
-Nosso encontro pode ser hoje a noite?
-Tudo bem eu ligar para você mais tarde antes? Talvez, tenho compromisso.
-Claro, vou anotar aqui.
Fui até o caixa pagar o café, quando voltei ele me entregou um papel e nele estava escrito assim

Adorei te conhecer, e nós nus vemos a noite. Essa e meu número, me ligue quando puder.
Olivier.

Peguei o bilhete da sua mão e em seguida dei um sorriso. E sai.
O frio não acabava e ficava cada vez mais gelado. E como se nao bastasse minhas mãos aviam congelado.O café estava quente mas nao adiantava de nada, era mais capaz dele chegar la gelado.