Capitulo 7

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Saímos da igreja e fomos tomar um café na cafeteria na rua do nosso apê.
   Os boatos do tornado não paravam, todos ali comentavam sobre isso e já estavam com medo de um próximo acontecimento.
Pedimos o de sempre: panquecas com cobertura de limão e eu cappuccino, aquele frio estava pedindo isso.
Após sairmos da cafeteria fomos andando até nosso apartamento, quando começou a cair neve. Ela era branca e parecia algodão e como uma criança qualquer coloquei a língua para fora para sentir aquele frio do floquinho, era tão diferente.

Primeira vez desde que me mudei para cá que vejo neve de verdade, e ainda consegui senti-la.

Era em torno de 9 horas da manhã e o técnico acabara de chegar. Depois de dois toques na porta caminhei até ela e abri. O técnico tinha cabelo ruivo, sardas e olhos verdes. Vestia um casaco bem grande do seu trabalho e botas pretas.
   -Com licença, você e a senhorita Meddison? -Disse lendo um papel.
   -Sim, sou eu mesmo. Pode entrar fique a vontade.
Ele entrou já olhando para a goteira do teto.
   -Olivia, dá pra me ajudar aqui meu zíper ficou prezo -perguntou Penni caminhando até a sala.
Ela olhou para o técnico e fez uma cara de surpresa.
   -Prazer, meu nome e Penni.. Qual o seu? -Perguntou e caminhou em direção o técnico.
   -Prazer e meu, me chamo Francis -disse sorrindo e a cumprimentando.
   -Fique a vontade -disse se afastando.
Enquanto ele arrumava toda aquela bagunça fui checar os meus e-mail que a K mandava para mim. Um dizia assim:
Venha logo para cá o tornado pode até ter parado a cidade mas nós não!
Assim que li o e-mail troquei de roupa o mais rápido possível! Deixando Penni e o técnico em casa.
   -Onde vai? -perguntou Penni.
   -Minha chefe mandou uma mensagem falando para ir trabalhar hoje, não posso faltar. Até mais! -disse fechando a porta do apê.
   O vento frio ultrapassava meu casaco grande e cinza fazendo minhas mãos congelar, minha boca e as bochechas nunca estiveram tão rosas e saltadas, minhas sardas se esconderam ressaltando minha pele branca e pulsante no rosto. A rua estava deserta, apenas a cafeteria aberta com luzes aconchegantes e ambiente quente, más não podia ficar. Os táxis na altura dos ventos com certeza não passariam ali, e o frio ja estava ficando insuportável.
   Após três minutos de caminhada um carro para do meu lado.
   -Onde a senhora pensa que vai sozinha nesse frio? -disse um homem de dentro do carro.
   -Estou indo trabalhar, obrigada -respondi andando mais rápido.
O carro começou a me seguir quando comecei a correr.
   -Volte aqui! -gritou do carro.
Estava nervosa com medo de ser uma pessoa má ou que fosse me roubar. Derrepente ele para o carro e vem correndo atrás de mim, quando me pega pelo braço.
   -Olivia? Sou eu!
Era Olivier com touca e um casaco de lã por baixo de uma blusa grande e de aparência quente.
   -Me solte! E não me assuste novamente, o que está fazendo? Está me seguindo? -perguntei brava, fazendo com que minha bochecha fica-se ainda mais vermelhas.
   -Me desculpe más não à estava seguindo, a rua da minha casa ficou impedida pelo fato de ter muita neve lá... Por isso passei por aqui.
  -A-h tudo bem, agora deixe-me ir, estou atrasada -disse dando as costas.
Novamente ele me segurou pelo braço fazendo eu escorregar na calçada e parar em seus braços.
   -A gente tem que parar de se encontrar assim... -disse rindo.
   -Também acho, me desculpe pela grosseria... Estou atrasada minha chefe vai me esganar!
Ele passou a mão em meu rosto fazendo eu me calar e olhar profundamente nos seus olhos.
   -Não se preocupe, também estou indo trabalhar -disse se afastando -se quiser carona...

Não deveria aceitar, apesar de ter aceitado o possível jantar... Era demais entrar em um carro com um estranho, mas estava frio e estava com medo.

   -Adoraria, se não for incomodo.
Entrei em seu carro preto com vidro fumê. Bancos de couro e um aquecedor.
   -Não ande sozinha por aqui em tempos assim, e uma opinião que te dou -sorriu.
   -O táxi não passou hoje, e provavelmente nem passará amanhã -falei olhando para um panfleto no painel do carro -o que seria isso?
   -E um teatro que vai ter no centro amanhã e gostaria de convida-la, depois podíamos ir jantar. Claro se estivesse tudo bem para você, gostaria muito que fosse... E além do mais você estaria me recompensando por te salvar de um quase sequestro na rua! -disse dando um longo sorriso e olhando para minha cara.
-Pensarei no caso -dei um sorriso malicioso e cerrei os olhos como quem estava prestes a aceitar.
Ele apenas fez uma expressão feliz com os olhos.
-chegamos -afirmou destrancando as portas e descendo -senhorita, tenha um ótimo trabalho! Chegou intacta.
-Você também, muito obrigada.
Caminhei ate ele e o agradeci com um aperto de mão.
-Até mais.
Acenei de volta.

Aquilo tinha sido estranho, nós estamos nós esbarrando sempre. Mas nao acredito em destino, infelizmente.

Antes que o dia amanheça Onde histórias criam vida. Descubra agora