Uma Sereia em Nova Iorque

Capítulo 15 - Bruxa

Acordei de manhã bastante cedo, o despertador ainda não tinha tocado e Rose também parecia ainda estar a dormir.
Na noite anterior nenhuma das duas foi para a cama, acabamos por adormecer uma por cima da outra no sofá da sala onde festejávamos os recentes acontecimentos, felizmente tinha muito tempo para descansar visto que hoje era sábado e como tal aos fins de semana não trabalho.
Olhei para o meu iPhone e tinha uma mensagem, felizmente aprendera a funcionar com aquilo antes que as pessoas achassem que eu era alguma alienisna.

De: Cédric
Olá! Preciso de ti hoje no oceanário, sei que é fim de semana mas é urgente.

Depois de ler pousei novamente o telémovel na pequena mesa que se encontrava há minha frente, para o Cédric me mandar mensagem quer dizer que o assunto é mesmo sério.
Levantei-me e vesti-me o mais rápido que consegui depois de tomar um pequeno duche, passados alguns minutos estava pronta a sair de casa.
Visto que Rose estava a dormir e eu não queria incomodá-la, peguei numa maçã e fui andando, não demorou muito até chegar.

"Cédric?" - Chamei ao entrar.
Como não vi ninguém fui até á parte superior do tanque dos tubarões e fui então aí que vi a última pessoa que esperaria ver naquele local, a Júlia.

"O que é que estás aqui a fazer?" - perguntei espantada pela presença dela alí.

"Parece que o rato veio ao encontro do queijo" - esta disse com uma expressão maliciosa na cara e mostrou-me o iPhone do Cédric que estava na sua mão.

"Porque é que me atraíste até aqui?" - perguntei já me preparando para dar meia volta e voltar para a minha caminha fofa.

"Eu disse-te que se não te afastasses do Cédric, coisas más iriam acontecer" - esta disse ameaçadoramente.

"Sabes que eu não tenho medo de ti? Escusas de estar com essas ameaças vagas e com expressões que treinaste mais cedo ao espelho porque com tanta base na cara nem se consegue ver que expressão é que estás a tentar fazer" - disse já chateada e farta daquela situação toda.

Júlia estava bastante chateada e num ápice ela empurra-me para dentro do tanque que estava mesmo ao nosso lado. Esta estava prestes a descobrir o meu segredo e não havia nada que eu pudesse fazer para o impedir.

Há medida que caia e entrava na água senti instantaneamente a água a passar pelas minhas pernas e estás a mudarem para a minha habitual cauda dourada. Aquilo estava mesmo a acontecer.

Depois de feita a transformação tive que vir á superfície e lá estava ela, a olhar para mim fixamente como se estivesse a elaborar um plano diabólico na mente dela e de certa forma ela estava.

"Minha querida Hope, eu desde o início que soube que alguma coisa não estava bem, mas nunca esperei por isto!" - esta disse maleficamente antes de continuar o seu discurso.

"Se eu te voltar a ver perto do Cédric, podes querer que eu lhe vou contar o teu pequeno segredo e eu duvido muito que ele volte a olhar para a tua cara novamente, sua aberração" - ela disse saindo dalí como vitoriosa que era.

Eu não sabia o que fazer, eu não podia deixar que descobrissem o meu segredo mas também não me queria afastar da pessoa que mais amo e consequentemente de Rose. Eu não quero voltar para o oceano porque pela primeira vez na vida, sei que estou a fazer algo que realmente deva, estou a fazer algo por mim.
Sai de dentro daquele tanque antes que mais alguém visse e com os meus poderes sequei-me de maneira a que as minhas pernas voltassem a aparecer.
Depois disto não podia ir para casa, precisava de espairecer a cabeça, só me apetecia chorar por causa daquela situação toda e não sabia onde ir buscar conforto, eu não queria meter Rose ao barulho, não a queria preocupar, talvez ontem ha noite fosse a última vez que a vira.
Decidi então ir a casa, á minha verdadeira casa, precisava de falar com a pessoa em quem mais confiava, a pessoa que me trouxe ao mundo e que já esteve numa situação similar, eu precisava de falar com a minha mãe Ariel.