O calor havia chegado à Ilha de Artharat. O raro sol brilhava em todos os cantos do Reino, até mesmo no castelo escuro e isolado de Kelmi - que agora também pertencia á Jade. Após dias passando fome e tentando escalar paredes e mais paredes da armadilha, depois de se perderem por tantas vezes na floresta e sofrendo para encontrar o cainho de casa, finalmente chegaram.
Enquanto Kelmi descansava profundamente, Jade pensava em fazer alguma coisa para se vingar dos "amigos", que haviam a abandonado á dias atrás – ela, porém, esqueceu-se que quem abandonou-os primeiro, foi sua própria pessoa – em uma armadilha de canibais.
- Jade, venha dormir! – disse Kelmi – Não aguento mais ver você aí, esqueça, deixe isso para trás.
- Não vou esquecer, Kelmi. Disso você pode ter certeza. – respondeu ela, sem se quer olhar para o moço.
- Você vai acabar se destruindo com isso.
- Não se preocupe comigo. – respondeu ela, com um sorriso de satisfação no rosto – Eu logo ficarei bem.
Então, levantou sem aviso algum da cadeira que estava sentada á dois dias, a lua estava cheia aquela noite e todos já tinham ido dormir. Jade saiu pelo portão principal do castelo e ignorou as perguntas de Kelmi, como: "para onde vai?", "quando vai voltar?", "Jade, fale comigo!".
Ela havia conseguido a vingança perfeita, e os envolvidos mal saberiam que seria ela a culpada. Jade dirigiu-se para o castelo Real, onde o Rei e a Rainha já estariam, com certeza, adormecidos em seus terceiros sonos. Mas não custava nada tentar.
Subiu a grande escadaria que dava nos portões do castelo, bateu três vezes, esperando ansiosamente uma resposta. Um homem arrumado e com uma espada cruzada em seu cinto abriu a porta.
- O que deseja? – perguntou ele.
- Preciso fazer uma denúncia.
- Senhora, isso não é possível no momento, tente voltar amanhã cedo.
Jade forjou um choro falso, porém, tão elaborado, que o guarda foi obrigado á deixá-la entrar. Fingiu estar desesperada, o que pelo que pareceu, deu certo.
- Certo. Entre. – disse o guarda, abrindo o portão para que Jade passasse – O Rei não ficará muito feliz em vê-la, está dormindo agora, teremos de convocá-lo, sugiro que espere pacientemente.
- Como quiser.
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Após muita correria daqui e gritaria de lá, o Rei finalmente aparecera, com sua esposa, a Rainha ao seu lado. Os dois carregavam uma expressão de raiva no rosto, com certeza queriam que tudo aquilo acabasse o mais rápido possível para que pudessem voltar á dormir.
- Quem ousa incomodar-me essa hora da noite? – perguntou ele, ao sentar-se em seu trono.
- Jade, Senhor. – disse ela com uma referência – Sinto em lhe atrapalhar seu sono, meu Rei, mas é uma emergência.
- Bem, então diga logo! – falou ele, sem paciência.
- Quero denunciar uma pessoa, ela cometeu grandes erros, propositais, com certeza. E isso pode ameaçar seu lugar no trono.
- Como assim? – gritou ele – Como um ato plebeu pode ameaçar meu trono?
- É complicado, meu Senhor. – falou Jade – Há uma grande chance de essa pessoa estar envolvida em golpes, em espionagens, tudo para lhe prejudicar.
O Rei soltou uma grande risada.
- Me conte outra garota! Quem iria querer espionar meu reino?
- O Reino de Gerda.
Essas simples palavras foram suficientes para calar o Rei, de uma risada, sua expressão fora para uma das mais assustadoras e desagradáveis possíveis, assim como de sua mulher, que colocara uma das mãos na boca para esconder a surpresa.
- Isso é uma blasfêmia! – gritou ele – Ninguém teria coragem de trabalhar para esse reino de bárbaros!
- Ela teve, meu Rei.
- Vamos! Diga-me o nome dessa criatura infernal! Para que eu jogue-a de uma vez no calabouço!
- Ayla, Senhor – respondeu – Ayla Rosengerb.
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Mistérios de Artharat - A Aldeia Da Lua
ФэнтезиKelmi, um cientista louco que vive no tempo medieval, na curiosa Ilha de Artharat, um dia tenta testar uma de suas experiências na floresta de Hosendary, lar de dois irmãos: Ayla (de 16 anos) e Bob (com apenas 7 anos). Porém, com a experiência dando...