Capítulo 23

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Fiquei com Pedro no quarto dele boa parte da madrugada, mas coloquei meu celular para despertar cedinho e não correr o risco da Bel nos pegar dormindo abraçados na mesma cama! Iria ser difícil explicar. Mas foi tãaao difícil sair daquele abraço bom.

No dia seguinte, a Bel entrou em casa na hora que estávamos tomando café da manhã.

- Bom dia, pessoas!

- Que cara péssima, amiga! Você ainda vai pra faculdade hoje?

- Minha vontade era dormir uma semana sem parar! Mas eu vou para faculdade sim, só que mais tarde. Vou tomar um banho e descansar umas horinhas e depois eu vou. Vocês não precisam me esperar.

Nós dois provavelmente não conseguimos disfarçar os sorrisos idiotas na nossa cara porque Bel fez uma cara de espanto.

- Porque vocês estão com essas caras de bobos pra mim? Esse cansaço não tem nada a ver com o Alberto, gente! Vocês não precisam ficar com esses olhares acusatórios! – Disse Bel sorrindo

Ela pensou que estivéssemos implicando com ela de alguma forma, mal sabia ela que tudo era porque passaríamos mais poucos minutos juntos e sozinhos no caminho até o campus.

- Então, antes de eu apagar de vez queria chamar vocês pra sair um pouco hoje a noite. Eu já tinha combinado com o Alberto, mas falei para ele que iria chamar vocês.

- Mas Bel, isso não vai ficar parecendo programa de casal? A gente não quer ficar de vela!

- Nãoo! Estou com saudades de todos, quero passar tempo com vocês!

- Ok! Posso chamar o Thiago também? Assim não fica parecendo casalzinho mesmo!

- Por mim tudo bem! Até mais gente... Meus olhos já estão fechando!

Descemos para o carro sabendo que dali para frente seria um dos poucos momentos que poderíamos passar sozinhos e juntos, sem ninguém saber de nada. Algumas ruas antes de chegar ao campus bem longe dos olhos de todos, Pedro parou o carro e nos beijamos por alguns longos minutos. No meu pulso estava pendurada a pulseira que ele havia me dado. Estava decretado. Eu era uma garotinha apaixonada. Mas jamais teria coragem de dizer com todas as letras isso para o Pedro. Dizer era a mesma coisa que subir um nível e eu não sabia se isso deveria ou não acontecer.

Antes de começar a segunda aula da manhã liguei para o Thiago para convidá-lo para o barzinho a noite, já que não o encontrei nos corredores da universidade.

- Hey, Thi! Onde você está?

- Estou em casa, na cama para ser mais exato – e diminuiu a voz como um sussurro – Com a Bruna...

- Você não tem juízo nenhum né? Quero ver o dia que todas elas resolverem bater na sua porta ao mesmo tempo!

- Quantas horas mais vai durar a lição de moral? Não sou eu que estou namorando escondido!

- Eu não estou namorando escondido! Eu não estou namorando!

- Ok. Você finge que me engana e eu finjo que acredito!

- Tá mas eu não te liguei para saber quem tá esquentando sua orelha não! É que a Bel chamou a gente para um barzinho hoje à noite e eu não queria ir de namoradinho, ela e Alberto, eu e Pedro. Por favorzinho, vai com a gente?

- Poxa, mas aí a vela vou ser eu! Não posso levar a Bruna?

- NÃO! Ninguém sabe, Thiago, só você! A gente não pode dar bandeira e vai ser uma mega bandeira se alguém aparecer e ver nós quatro juntos no bar!

O Reverso do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora