Capítulo 11

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Cada dia que passa tenho mais coisas para estudar e os dias ficam mais vazios e solitários. Passo o maior tempo deles na biblioteca ou trancada no meu quarto estudando. E não sou só eu! Lá em casa ficamos todos assim, cada um em seu quarto estudando para as suas provas. E praticamente só nos encontramos de manhã na hora de irmos juntos para a aula já que cada um voltava para casa em um horário.

Já era tarde, sentia minha barriga roncar e resolvi fazer um sanduíche na cozinha. Nossa cozinha era estilo americano, só que bem simples, como qualquer apartamento de estudantes.Mas só o fato de não ter que ir para uma republica já me deixava no céu. Eu não tenho dotes culinários, só sei fazer macarrão instantâneo, sanduíches e batidinhas com vodca.

Separava o que usar no meu sanduíche, quando Pedro chegou e encostou-se ao balcão que separava a cozinha da sala.

- Também está com fome? – perguntei.

- Ai! Não aguento mais estudar – ele me disse – e nem vi a hora passar só percebi agora quando a fome apertou.

Se quiser posso retribuir o jantar de outro dia com um sanduíche.Não está no mesmo nível da sua massa, mas mata a fome!

- Seria ótimo – ele riu para mim – quer ajuda?

- Pega o suco na geladeira e copos enquanto eu preparo os sanduíches.

- Eu ouvi sanduíches – Bel vinha entrando na sala – eu quero também – suspirou – não quero ouvir falar de invertebrados por um bom tempo. – falou sentando em um banco.

- Pode deixar Bel já vou fazer um para você... querndo jeito de sempre, com queijo, peito de peru e saladinha ?!

- O meu é sem salada – disse Pedro com o rosto dentro da geladeira.

- Homens sempre fogem da salada – falei olhando para Bel.

- É o metabolismo acelerado... – Bel falou já rindo.

Terminei de fazer os sanduíches em silêncio enquanto Bel e Pedro conversavam sobre suas provas, fiquei ali pensando como enfim nós conseguimos conviver em paz naquela casa, como pessoas comuns.

- Lia e sua prova de amanhã? – Bel me tirou dos meus pensamentos.

- Tranquila – falei com um sorriso – a de amanhã é simples.

- E a de calculo II, você não queria ajuda? – disse Pedro. A ideia de ter Pedro me ajudando ainda me incomodava, jantamos juntos, jogamos conversa fora e agora até estava ali fazendo um lanche para ele, mas isso não significava que estava aberta para ser amiga dele.

- Se precisar eu falo. Obrigada – coloquei o prato com o sanduíche que fiz para ele no balcão em frente onde ele estava sentado – sem salada e com mais queijo!

- Viu, vocês conseguem viver em sociedade afinal! Estou orgulhosa! – Bel nos disse com ar de superioridade.

Pedro parou com o sanduíche no ar antes de morder e me lançou um olhar de curiosidade.

- Aurélia você não envenenou esse sanduíche, né? – ele disse em tom de brincadeira.

- Droga, sabia que tinha esquecido alguma coisa! - e nós três rimos juntos.

Aquela semana realmente estava pesada, e a prova que mais me atormentava estava próxima, o meu pesadelo: Calculo II. Eu sabia que tirar uma boa nota na primeira das três provas do semestre era essencial para conseguir ser aprovada na matéria no final das contas, e eu conhecia muito bem o conteúdo, mas não tinha jeito, quando a prova era finalmente colocada na carteira à minha frente era como se uma super borracha tivesse apagado absolutamente tudo que eu havia passado horas estudando.

O Reverso do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora