Cada dia que passa tenho mais coisas para estudar e os dias ficam mais vazios e solitários. Passo o maior tempo deles na biblioteca ou trancada no meu quarto estudando. E não sou só eu! Lá em casa ficamos todos assim, cada um em seu quarto estudando para as suas provas. E praticamente só nos encontramos de manhã na hora de irmos juntos para a aula já que cada um voltava para casa em um horário.
Já era tarde, sentia minha barriga roncar e resolvi fazer um sanduíche na cozinha. Nossa cozinha era estilo americano, só que bem simples, como qualquer apartamento de estudantes.Mas só o fato de não ter que ir para uma republica já me deixava no céu. Eu não tenho dotes culinários, só sei fazer macarrão instantâneo, sanduíches e batidinhas com vodca.
Separava o que usar no meu sanduíche, quando Pedro chegou e encostou-se ao balcão que separava a cozinha da sala.
- Também está com fome? – perguntei.
- Ai! Não aguento mais estudar – ele me disse – e nem vi a hora passar só percebi agora quando a fome apertou.
Se quiser posso retribuir o jantar de outro dia com um sanduíche.Não está no mesmo nível da sua massa, mas mata a fome!
- Seria ótimo – ele riu para mim – quer ajuda?
- Pega o suco na geladeira e copos enquanto eu preparo os sanduíches.
- Eu ouvi sanduíches – Bel vinha entrando na sala – eu quero também – suspirou – não quero ouvir falar de invertebrados por um bom tempo. – falou sentando em um banco.
- Pode deixar Bel já vou fazer um para você... querndo jeito de sempre, com queijo, peito de peru e saladinha ?!
- O meu é sem salada – disse Pedro com o rosto dentro da geladeira.
- Homens sempre fogem da salada – falei olhando para Bel.
- É o metabolismo acelerado... – Bel falou já rindo.
Terminei de fazer os sanduíches em silêncio enquanto Bel e Pedro conversavam sobre suas provas, fiquei ali pensando como enfim nós conseguimos conviver em paz naquela casa, como pessoas comuns.
- Lia e sua prova de amanhã? – Bel me tirou dos meus pensamentos.
- Tranquila – falei com um sorriso – a de amanhã é simples.
- E a de calculo II, você não queria ajuda? – disse Pedro. A ideia de ter Pedro me ajudando ainda me incomodava, jantamos juntos, jogamos conversa fora e agora até estava ali fazendo um lanche para ele, mas isso não significava que estava aberta para ser amiga dele.
- Se precisar eu falo. Obrigada – coloquei o prato com o sanduíche que fiz para ele no balcão em frente onde ele estava sentado – sem salada e com mais queijo!
- Viu, vocês conseguem viver em sociedade afinal! Estou orgulhosa! – Bel nos disse com ar de superioridade.
Pedro parou com o sanduíche no ar antes de morder e me lançou um olhar de curiosidade.
- Aurélia você não envenenou esse sanduíche, né? – ele disse em tom de brincadeira.
- Droga, sabia que tinha esquecido alguma coisa! - e nós três rimos juntos.
Aquela semana realmente estava pesada, e a prova que mais me atormentava estava próxima, o meu pesadelo: Calculo II. Eu sabia que tirar uma boa nota na primeira das três provas do semestre era essencial para conseguir ser aprovada na matéria no final das contas, e eu conhecia muito bem o conteúdo, mas não tinha jeito, quando a prova era finalmente colocada na carteira à minha frente era como se uma super borracha tivesse apagado absolutamente tudo que eu havia passado horas estudando.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Reverso do Amor
Storie d'amoreEste texto foi escrito à quatro mãos! Era uma brincadeira, mas ficou até legal, então resolvemos compartilhar! Espero que gostem! Nayhara e Sabrina "Lia e Bel são grandes amigas dividindo um apartamento na cidade universitária. Tudo ia mais ou meno...