Capítulo 30

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Não havia nada mais gostoso que acordar naquele lugar ao som de passarinhos e árvores balançando. Eu amava a cidade, os prédios, as construções, mas não existia nada melhor no mundo para relaxar de verdade que a natureza bem pertinho.

- Hey dorminhoca – Bel também ainda estava deitada na cama ao lado, com cara amassada – vamos levantar?

Levantamos, tomamos banho e descemos para tomar café. Meu Deus eu realmente iria voltar para casa rolando. A mesa do café da manhã parecia aquelas de filme! Em pensar que eu tinha que comer todo dia meu pão de forma gelado e café da cafeteira.

Depois de encher a pança e ficar de preguiça assistindo qualquer coisa na TV de pernas para cima resolvemos ir nadar no lago. Era realmente uma volta a infância!

Quando criança, o lago era a minha parte preferida da fazenda.Amava a vistae como os avós da Bel cuidaram daquela parte da propriedade. Eles construíram um deck onde podíamos sentar e ficar com os pés balançando na água e uma escada para descer no lago.

Estava sentada na beirada do deck enrolada na toalha, enquanto Bel se enxugava em pé ao meu lado.

- Ai como senti saudades do sol – estava com os olhos fechados sentindo o sol queimar minha pele – Essa foi a parte ruim da minha viagem... Ter dois invernos no ano e nenhum verão.

De repente ouvi algum barulho vindo do celeiro, que ficava localizado entre a casa e o lago. Achei estranho porque sabia que o celeiro ficava vazio a maior parte do ano e servia apenas para sediar a maior parte das festas da enorme família da Bel.

- Tem alguma coisa no celeiro? – olhei para Bel e tentei assustá-la – Será que são zumbis? – Sabia que a ela morria de medo do seriado que assistíamos.

Bel ficou estática por alguns minutos e respondeu com uma voz estranha – Não, é que o vovô chamou um peão da fazenda para fazer uma limpeza, parece que tinha muita tranqueira acumulada por lá desde o ano novo.

- Ahm... ok.... – Voltei para o meu banho de sol.

Voltamos para casa almoçamos e aproveitamos a tarde deitadas nas redes penduradas na varanda, lendo, rindo, cochilando. Eu nem me lembrava da última vez que havia ficado tão à toa na vida! Era bom demais! Pena que acabaria no dia seguinte.

Quando o sol começou a baixar reparei que Bel olhava vez ou outra para mim, como se quisesse dizer algo. Achei estranho, mas resolvi nem perguntar. Se fosse a tal bomba a respeito de Pedro e Catarina eu não queria ouvir. Não ali no meio de toda a paz daquele lugar perfeito.

Numa determinada hora, ouvi uma voz masculina estranha vinda da cozinha num diálogo com Dona Olga.

- O peão que estava cuidando do celeiro ainda está aí? – falei levantando um pouco da rede - Porque eu acho que tem gente de fora na casa! Não vi ninguém entrando! Só pode ter entrado pela porta da cozinha!

- Er.. Pois é! Deve ser o peão recebendo o pagamento pelo serviço. – E gritou bem alto na sequência – Vóoooo, o jantar tá pronto?Tô morrendo de fome! Estamos entrando daqui a pouco!

Definitivamente, a Bel estava muito estranha. Pouco tempo depois entramos para tomar banho e a avó da Bel estava sozinha na cozinha preparando algo muito cheiroso.

- Pode ir subindo, Lia. Eu vou já, já. – me senti sendo dispensada - Vou ajudar a vovó a colocar a mesa.

- Mas... – queria oferecer ajuda.

- Vai lá! Eu já estou indo! É um minuto! – realmente estava sendo expulsa da cozinha - E ah! Coloque uma roupa bonita, hoje nós vamos fazer um jantar especial e vai ser no celeiro!

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