O policial bom ou amigo corrupto?
Desde pequeno, sempre fui comparado com ele, passei a vida inteira escutando: "Diogo Nogueira é uma criança estudiosa e você não, por que você não é como o Diogo, ele é um menino comportado". Aquilo me deixava louco, desde criança era a mesma ladainha. Vocês não devem estar entendo nada, pois então eu vou contar:
Minha mãe sempre foi amiga da mãe do Diogo, então era normal a gente sempre estar juntos, no início éramos amigos, dois meninos que brincavam e aprontavam juntos, mas, com o passar do tempo, eu comecei a perceber as coisas. O Diogo, o menino de ouro, era perfeito, eu não, afinal eu era a ovelha negra, sempre me metia em encrenca. Ele era perfeito demais, certinho demais. O cara não tinha um defeito, minha mãe sempre fazia questão de jogar na minha cara o quanto Diogo era um bom menino e eu não. Isso começou a me incomodar bastante, ela me falava coisas que me magoavam, eu era só uma criança. Mas enfim, o tempo passou e realmente ela viu que o filhinho dela, afinal de contas, era mesmo o rebelde sem causa, como ela gostava de citar muito.
Meu celular tocou e antes de atender olhei no visor para ver quem estava me ligando, era o Falcão. Esperei mais um pouco temendo o que estava por vir, não sabia como estava seu estado de espírito naquele momento. Tomei coragem e atendi respirando bem fundo.
— Roberto.
— Seu filho da puta, que merda foi essa que me contaram, é verdade?
Puta que pariu, bando de filhos da puta, fofoqueiros, ficam querendo me derrubar, mas eu não vou deixar.
— Sim, é verdade. – respondi ouvindo um grito saindo junto com a palavra maldição.
— Como descobriram isso, Roberto?
— Ainda não sei, mas estão me vigiando. – aquele filho da puta do Davi ia me pagar.
— Eu falei para você ser mais discreto, porra! E pelo que meus informantes estão me passando, você não anda sendo nada discreto.
— Não foi minha intenção, senhor. Não imaginei que estavam de olho em mim. – me justifiquei, mesmo não adiantando nada, é claro.
— Roberto, é melhor mesmo você consertar essa merda, não quero a polícia em cima de mim.
— Pode deixar, senhor, vou ser mais discreto novamente.
— Acho bom mesmo, Roberto, tenho muitos planos pro seu futuro, não quero ter que fazer algo que eu possa vir a me arrepender, estamos entendidos?
— Sim, estamos. E obrigado, pai. – agradeci desligando com um suspiro de alívio. Dando graça a Deus que não foi nada mais sério. Como filho de traficante, eu tinha que dar bom exemplo lá dentro.
Minha mãe nunca soube que meu pai tinha entrado em contato comigo. Sempre que podíamos, nos víamos. Quando eu fiz dezoito anos, eu fui apresentado à família do meu pai, que era bem diferente da família atual, isso dizendo o mínimo. Lá eu conheci o dinheiro, era bom viver no luxo. Minha mãe não sabia das minhas escapadas até a casa do meu pai, sempre dizia que ia para casa do Diogo. O santo Diogo, pensei com ironia, ele vai me pagar. Sempre fui melhor e sempre vou ser.
Olhei para o meu carro antes de entrar e alisar o volante, observando o painel, o estofado de couro, o câmbio feito de madeira de lei. Isso tinha sido uma conquista e tanto, foi um dos primeiros "presentes" que ganhei do meu pai me por ter conseguido uma informação importante para ele. E assim começou o meu "trabalho" paralelo. Eu conseguia qualquer informação de que o quartel precisasse e passava para eles.
— Você é meu bebê. – falei ainda alisando o volante e apertando um pouco as mãos nele. Liguei e saí a toda velocidade.
Desde que passei para a academia de polícia que eu tentava ser melhor em tudo, era um esforço perdido sempre tentando provar que eu podia ser melhor que Diogo, mas depois que ele foi promovido a delegado, eu sabia que nada do que eu fizesse ia adiantar. E nesse momento eu já estava mais envolvido com o quartel do meu pai e com os seus negócios, seria bom ter conseguido a promoção e ser um delegado também, mas o cargo era muito visado e ficaria muito mais difícil ajudar a organização com tanta gente em cima de mim, me observando.
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O Delegado (Completo)
RomanceNova capa do delegado Eu sou um homem que vive só para trabalhar,mas uma noite entra na minha delegacia uma mulher gostosa,sabe gostosa mesmo.que vinha com um andar que me deixou louco de tesão .Reparo que ninguém olha pra ela,como eu estou olhando...