The World Was Gone ✔

6. Algo a Mais

"Eu não cosigo acordar! Acorde-me por dentro. Salve-me!
Chame meu nome e me salve da escuridão."
Bring Me to Life — Evanescence

STILES

EU TINHA COISAS DEMAIS EM MINHA CABEÇA NO MOMENTO. Ver Sidney daquele jeito no banco do carona, olhando fixamente para fora da janela, não estava me ajudando nem um pouco. Eu não gostava de vê-la distante daquele jeito. Voltei a olhar para frente e me assustei, puxando de volta a direção para a direita — estava andando na pista contrária.

— Stiles, você está bem? — Sidney segurou meu braço, me olhando com preocupação. — Quer que eu dirija?

— Não, não precisa — respondi. — Eu estou bem, foi só falta de atenção.

— Há quanto tempo você não dorme? — indagou. — Você deveria descansar. Pare o carro e me deixe dirigir.

— Eu disse que não precisa — resmunguei. — Não estou cansado, que droga.

— Então, por que estava andando na contra-mão? — insistiu.

— Porque eu estava olhando para você — rebati em um tom alto. — Satisfeita?

— Você está diferente — ela disse, virando o rosto para a janela novamente.

— Assim como você.

— Tudo bem, vamos apenas parar de falar sobre isso antes que a gente comece a discutir.

Eu não falei mais nada mesmo. O clima estava um tanto estranho desde que havíamos nos encontrado novamente pouco tempo atrás. Essa tensão pairou entre nós dois desde o momento em que nos falamos — isso foi antes mesmo de eu contar à ela que descobri que havia sido eu quem escreveu a mensagem no quadro. Estacionei o carro na entrada da minha garagem e descemos — Sidney foi para a casa dela e eu para a minha. Daqui a duas horas, se não menos, temos aula. Conversei brevemente com papai antes de ir tomar banho. Ele comentou comigo algumas coisas do trabalho dele, mas não era nada muito importante para mim — ou seja, nada envolvia nossos lobisomens e nenhum de nós.

Depois que saí do banho, eu ainda pensava no que meu pai havia falado e, sobre o seu trabalho, sempre aparecia aquele nome. O novato que estava ajudando muito meu pai em suas investigações, o Oficial Parrish — ou, como minha melhor amiga agora dizia, Jordan. Nos últimos dias, era como se aquele nome estivesse em todos os lugares que vou. Na delegacia, na escola, na casa de Sidney, no carro, em tudo. Tinha algo de errado com aquele cara, ele não podia ser tão perfeito como eles o faziam parecer. Ninguém era assim. Se eu dissesse isso para minha amiga, ela diria que eu estava apenas de implicância, mas não era só isso. Quero dizer, eu estava feliz por Sidney ter encontrado alguém com quem ela esteja gostando de sair — mesmo sendo Parrish. Sidney é minha melhor amiga e obviamente eu ficaria contente com isso. Eu só não sei... Ele não é muito velho para ela?

Tentei evitar todos aqueles pensamentos, apesar de isso ser muito difícil. Eu queria, realmente queria não pensar sobre essas coisas. Eu não deveria me preocupar com Sidney, principalmente por causa desse tipo de assunto. Tinha meus próprios problemas para me preocupar, mas ela não saía da minha cabeça. Acabou que eu não conseguia concentrar-me em nada. Vesti uma roupa qualquer que eu usaria para ir para a escola depois e peguei um moletom e vesti por cima — estava um pouco mais frio agora. Desci e percebi que papai já havia voltado para o trabalho, então, simplesmente saí e fui até a casa vizinha. Bati na porta e quem me atendeu foi Roxanne. Ela me lançou aquele mesmo olhar de sempre, revirou os olhos e voltou para dentro. Pelo menos ela deixou a porta aberta, não é?

— Por que tanta implicância comigo, Roxanne? — perguntei, a seguindo até a cozinha.

— Por que está me seguindo, Stilinski? — ela rebateu. — Sua namoradinha está lá em cima.