Jimin tinha todo e qualquer direito de chorar. Todo o seu esforço foi totalmente em vão. Eles teriam de ser adotados, pois ainda não eram de maior, e não havia absolutamente ninguém que quisesse adotar dois meninos de 16 anos. Ainda mais quando souberem que um deles era traumatizado, e o outro um completo fracasso.
Ele não conseguia parar de chorar e soluçar baixo quando ia dormir. Mas sempre tinha uma pessoa que limpava as suas lágrimas, lhe dava um beijo e o fazia sorrir, e isso era o que importava.
E um dia ele teria de acabar com aquele sorriso. Antes um pouco de sofrimento do que a vida toda baseada em mentiras.
— Tae... — Jimin chamou, o abraçando debaixo das cobertas, fazendo carinho lentamente em seu rosto. — Precisamos conversar.
— O que foi? Estava quase dormindo, Chim Chim... — ele se virou, ficando com a testa colada a de Jimin. O ruivo esboçou um pequeno sorriso e esfregou os seus narizes.
— É que... — logo desfez o sorriso. — É que eu preciso te dizer algo...Sobre o appa.
— Sobre o appa? Ele finalmente vai voltar pra cá? — Taehyung soou animado, o que apertou o coração do ruivo. O deixou completamente em pedaços.
— Não, meu anjo... — suspirou e fez carinho nos cabelos loiros do mais novo, entrelaçando as pernas ao redor do mesmo. — O appa não vai voltar mais.
Sem resposta. Taehyung ficou estático.
— C-Como assim não vai v-voltar mais? — Taehyung perguntou, com um medo descomunal da resposta que receberia. — Aonde ele tá?
— Ele...Tae, eu vou ser sincero com você, sim? — Jimin entrelaçou ambas as mãos e abriu os olhos, olhando o irmão bem no fundo dos olhos, tornando tudo mais difícil. — O appa morreu. E ele escolheu morrer. Não foi ninguém que o matou e ele tinha toda a força pra continuar do nosso lado em cima das próprias pernas. Ele morreu porque quis morrer. Atirou na própria cabeça. E eu não tenho ideia do porquê desse abandono repentino. Mas eu acho melhor te falar agora...Porque eu preciso ser honesto com você pra evitar que você sofra.
Um minuto de silêncio. Dois. Três.
Taehyung não ousava abrir a boca.
Era do herói dele que Jimin estava falando. Do homem que o tirou do inferno. Não era um pai adotivo qualquer. Era a esperança em pessoa.
— Tae? — Jimin disse, preocupado. Passou o polegar no rosto de Taehyung por onde as lágrimas caíam. O loiro soluçava vez ou outra, e o coração do Park estava tão apertado que ele nem chegava a respirar. — Vai passar, bebê...
— Vai? Nada passou até agora. Nada do que disseram que ia passar passou. — Taehyung disse, enfiando o rosto no pescoço de Jimin. Este fez carinho em sua nuca.
— Mas isso vai passar, anjinho. Eu te prometo isso, sim? — disse Jimin, o apertando nos braços. — Vamos enfrentar tudo isso juntos. Eu e você.
❤️💎
— Tae... — Jungkook disse, estendendo pela milésima vez o prato de comida em direção ao loiro. — Tem que comer alguma coisa, hyung.
— Não. Já fiquei quatro dias sem nada, não é por vinte horas que eu vou cair morto no chão. — respondeu ele. Era estranho para Jeongguk vê-lo sem aquela atmosfera sempre infantil.
— Mas é importante pra te manter de pé, ora. — Jeongguk suspirou. Jimim havia saído novamente, e Jungkook se aproveitou para pedir desculpas ao ocorrido de antes, e prometer manter a distância que o Kim quisesse que ele mantesse. Mas não era por isso que Taehyung estava recusando a comida.
— Não vou precisar ficar de pé. — ele fez um bico enorme. — Afinal quando eu quiser parar de me sustentar em cima de mim mesmo eu vou parar.
— Não fala uma coisa dessas.
— Por quê?! Foi o que o meu pai fez. — ele disse, com certa mágoa em sua voz. O moreno permaneceu em silêncio, colocando o prato em seu colo.
— Tae... — murmurou, abaixando a cabeça. — Por favor, Jimin vai me matar se você não comer nada.
— Não vai ser o Jimin quem vai matar e não vai ser você quem vai morrer. — disse, grosso. Sério. Passou exatamente a mensagem que queria passar.
A mesma pessoa que mataria, morreria. E jungkook sabia muito bem que era de si mesmo que Taehyung falava.
💎✨
oi ainda n to bem pelo disband do 4minute
e 8k??? eu amo vcs quero beijar cada um
xx, mak
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canvas ¡! vmin
Fanfictionquando um garoto de apenas sete anos não tem família alguma além de seu pai, ele começa a se sentir sozinho. Mas há uma pequena chance de este garoto ter muita sorte de ter um pai policial, receber uma vítima de estupro em casa, e acabar fazendo des...