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Jimin contava ansioso os segundos para o sinal do fim das aulas soar e ele finalmente conseguir se libertar daquele ensino tão chato sobre a montagem das frases. Ele odiava português, como odiava. Odiava ter de prestar atenção em letras e palavras escritas em uma lousa quando a única coisa que ele queria era brincar de pique e esconde.
Ele abriu um sorriso enorme quando a sirene do fim das aulas tocou e ele pôde arrumar suas coisas dentro de sua mochila e a colocar nas costas, acenando levemente com a cabeça para os amigos e saindo a passos apressados da sala para que chegasse logo ao pátio. Seu pai, por mais que fosse um policial extremamente importante, sempre buscava o filho na escola para almoçarem juntos, e então, deixava-o em casa. Ele fez menção de saltitar até o carro preto que o pai dirigia, mas não precisou fazê-lo. O pai andou até o garotinho e se ajoelhou, sorrindo e o puxando para um abraço.

— Oi, Jiminnie. — sorriu, apertando o filho nos braços. — Como foi a escola hoje?

— Como sempre, appa. — respondeu o garoto, fazendo um bico extremamente fofo e ajeitando a mochilinha nas costas. — Muito chata. Palavras, palavras e mais palavras. Eu odeio aprender.

— Não diga isso, filho. — Jihun sorriu e beijou a testa do garoto, pegando a mochila das costas do mesmo e se colocando de pé, andando devagar até o carro. — Quando crescer, vai ver o quanto é importante aprender.

— Duvido. — bufou.

— Ai, Jiminnie. Você não tem jeito. — o homem soltou uma gargalhada gostosa, fazendo o filho soltar uma também. Ele recuperou o fôlego que havia perdido na risada e suspirou. — Escuta, dentro do carro tem uma surpresa pra você.

— Uma surpresa?! — o garotinho ruivo logo se animou, dando leves pulinhos e batendo palmas. Ele esticou o pescoço para tentar ver através da janela do carro, mas seu pai bloqueou a sua visão. — Me diz qual é, appa!

— Você já vai ver, anjo. — o homem riu e colocou a mochila de Jimin no porta malas, logo depois abrindo a porta do banco de trás para que Jimin entrasse. Jimin pulou para dentro do carro como um macaquinho e seu pai fechou a porta. E a surpresa que havia para Jimin no banco de trás do carro não era nada comum.
Era um garoto, pálido e loiro, abraçando as próprias pernas encolhidas enquanto fazia feição assustada. Jimin não entendeu bem o contexto no qual se encontrava. Achava que ganharia um brinquedo novo, ou mesmo um grandioso bolo de morango, mas havia ganhado...Um menino?
O ruivo não achou que seu pai lhe daria um escravo. Ele já havia ouvido falar sobre escravidão antes, e não achava que seria do feitio do pai apoiar tal prática, do mesmo jeito que Jimin não achava certo escravizar ninguém. Então de imediato descartara essa possibilidade.

— Quem é você? — perguntou, tentando encostar um dedo na bochecha do pequeno loiro para testemunhar se o mesmo era real. Mas o garoto se encolheu contra a porta como um mecanismo de defesa, o que assustou Jimin de certo modo. Será que o garoto tinha medo dele?! Será que ele era tão feio assim?!

— Esse é o Tae, meu filho. — Jihun sorriu, se sentando no banco do motorista e dando partida no carro. — Ele tem a sua idade. E vai ser seu novo irmãozinho.

Então a ficha de Jimin caiu, assim como seu queixo, quase que automaticamente:

— Irmãozinho? — ele arregalou os olhos e fez um bico. — Como assim irmãozinho? — ele fitou o loiro ao seu lado, e podia constatar que não parecia em nada com ele. Era bonito, poderia dizer, mas era um bonito diferente dele.

— É assim... — começou Jihun, tombando a cabeça e prestando atenção na estrada. — O appa salva pessoas, não salva? — o pequeno Jimin fez que sim com a cabeça. — O appa salvou um garotinho de um monstro terrível, mas o garotinho não tinha pra onde ir. Então o appa resolver dar a ele uma casa. Uma família. Entendeu?

canvas ¡! vminOnde histórias criam vida. Descubra agora