Capítulo 40 ✔

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Eu mal chegara em casa quando me tranquei no quarto. Não devo ter trocado nem cinco palavras com meus pais e logo subi as escadas.

Aquela era minha primeira briga mais pesada com Louis, e eu só queria ficar sozinha naquele momento. Se eu falasse com alguém naquela hora, as lágrimas que eu tanto lutei para que caíssem só quando eu estivesse sozinha, provavelmente rolariam em minhas bochechas no exato momento em que eu abrisse minha boca, e isso era tudo o que eu não queria.

Mas, se eu pensei que a briga foi péssima, hoje na escola estava quase lá. Louis não parou de me olhar e quando eu finalmente achava que ele tomaria uma atitude, o garoto não fazia nada. Apenas continuava encarando, como se estivesse pedindo permissão para falar comigo. Não preciso falar o quanto aquilo me irritou. Ele tinha me magoado e agora queria permissão para se desculpar? Louis me conhece, ele sabe que eu nunca iria assentir em sua direção e mandar um beijo, dizendo que está tudo bem. Claro que não.

No intervalo, Raven e Lauren me chamaram para perguntar o que tinha acontecido entre nós dois e eu tive que contar, afinal, elas são minhas melhores amigas. Como eu, as duas acharam que Louis realmente deveria vir falar comigo de uma vez, mas como eu previ, isso não aconteceu. As duas, então, se ofereceram para me levar até em casa, já que eu ainda não gostava de ir totalmente sozinha. Mesmo dizendo que elas moravam longe e ficaria pior para as duas, elas se manteram irredutíveis.

Elas fizeram isso durante os três dias que eu não falei com Louis. Eu, na verdade, tinha acabado de chegar em casa com elas pela terceira vez. Almoçei antes de minha mãe chegar, exatamente para não a encontrar aqui em casa. Subi para meu quarto e - de novo - fechei a porta. Eu não iria admitir tão cedo, mas eu estava mal. Muito mal.

A úncia pessoa para quem eu havia considerado me abrir sobre o que aconteceu comigo lá dentro, não quis respeitar meu tempo e, meu Deus, como isso machucava. Louis é o único que sabe o que é estar naquele lugar, e provavelmente o único que não me olharia com pena, dó, quando eu contasse.

Só percebo que lágrimas tinham caído quando ouço minha mãe bater na porta do quarto. As limpo rapidamente, e como não eram muitas, não parecia que eu estivera chorando.

- Mary, posso entrar? - minha mãe diz suavemente.

- Pode.

Ela abre a porta e me olha com um sorriso. Minha mãe logo se senta do meu lado na cama. Com certeza, meu estado deveria estar assustador; eu estava até agora deitada e com os cabelos bagunçados.

- O que está acontecendo, filha? - a encaro. - Eu percebi que esses dias você só fica aqui dentro, triste...

- Não é nada. - tento desviar o assunto, mas minha mãe levanta a sobrancelha, me mostrando que não acredita.

- Mary, aprenda uma coisa. Eu te conheço a quase dezessete anos, sei muito bem quando "não é nada". E hoje definitivamente aconteceu alguma coisa.

Dou um sorriso triste quando ela fala isso. Minhas mãos, que até agora estavam paradas, começam a cutucar minha perna. Sempre faço isso quando alguma coisa não está muito agradável para mim.

- Eu só... - tento contá-la o que aconteceu, afinal, não conseguiria esconder por muito tempo. Mas, no momento em que começo a falar, meus olhos marejam. Olho para cima, na tentativa de conter as lágrimas. - Eu e Louis brigamos.

- Brigaram por quê?

Fecho os olhos, na tentativa de que isso me faça falar mais facilmente. Conto a ela como tudo aconteceu, desde a parte em que encontramos Emma e James até hoje de manhã. Minha mãe me ouve atentamente.

Opposites || L.T.Onde histórias criam vida. Descubra agora