Capítulo 4

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O cheiro de cerveja não está muito agradável, e aparentemente ele estava indo para o quarto de hóspedes ou dormindo no corredor, o que seria muito estranho.

- Emily? – A voz dele demonstra o tanto que está embriagado.

- Não, é a Carol... – Tento chegar com ele até a cama. – O que aconteceu? Por que está procurando pela Emily? – Pergunto, mas duvido muito que terei respostas concretas.

- Ela ia me contar algo, eu não sei... – Ele me olha, sorri e passa a mão no meu cabelo. – Você é tão linda... – E simplesmente desaba na minha cama.

Bufo, só o que me faltava mesmo.

- Steven? – Chamo, e ele está com os olhos fechados. – Steven? – Chamo-o de novo, e vejo que ele apagou de vez.

Olho no relógio e são 03: 34 da manhã, desisto de tentar chamá-lo, empurro o máximo que consigo do corpo imenso dele e me deito no mínimo espaço que sobrou para dormir.

Nunca tinha visto Steven desse jeito, aparentemente ele sempre foi forte para a bebida. Começo a criar teorias da conspiração, o que será que houve para ele ficar desse jeito? Seria em relação à alguma mulher ou a faculdade? Ou ele só perdeu a mão por conta da festa? – Por que chega essas horas e o cérebro da gente inventa cada paranoia? – Deve ter sido pelo último motivo, até porque nunca o vi sofrer por ninguém.

Tento me cobrir, mas o troglodita deitado está em cima da minha manta, quando faço menção de puxar, Steven se vira e me leva junto, me abraçando em uma conchinha estranhamente confortável, e posiciona o braço na minha cintura. Viro a cabeça para olhar e ele está em sono profundo.

- Era só o que me faltava! – Falo sussurrando tentando sair do aperto em que fui colocada. Porém, mais uma vez, sem sucesso.

Depois de lutar para sair e nem me mover, pois ele apertou mais ainda o braço envolta da minha cintura e de bagunçar o cabelo dele o chamando, eu desisto. Acabo me entregando para o sono.

Ao acordar sinto um peso envolta da minha cintura, levo algum tempo para raciocinar que há uma mão ali, imediatamente arregalo os olhos, mas um segundo depois me lembro da noite anterior. Preciso ir ao banheiro, pois minha bexiga está gritando.

- Ei, acorda... – Falo baixinho, na esperança que ele acorde. Porém, como na noite anterior sem sucesso. – Só pode ser brincadeira! – Falo irritada.

Decido então tentar sair devagarinho para que não o acorde, apesar de que até agora ele não moveu um musculo. Vou me arrastando até que eu esteja quase sentada na cama e o seu braço no meu colo, tiro uma perna por vez e enfim estou para fora da cama, corro até o banheiro.

Quando volto do banheiro Steven não está mais no meu quarto. Estranho e suspeito ao mesmo tempo, mas resolvo deixar passar, afinal de contas o homem estava bêbado.

Aproveito para me arrumar, para descer e tomar café.

Quando abro a porta do quarto, dou de cara com a bela adormecida, tento agir naturalmente, tento não olhar buscando explicações e motivos para que ele me explique. Ele me olha, mas pelo olhar não tenho certeza se ele lembra da situação toda.

- Bom dia, benhê! – Digo Arthur, meu irmão mais velho, e me dá um beijo na testa.

- Bom dia, dormiu bem, princesa? – Pergunto debochando.

- Manhêêêê, como a Carol é querida logo pela manhã, né?! – Arthur grita.

- Cala a boca, que deve ter gente dormindo! – Cutuco a costela dele. – Acho que mamãe nem acordou ainda. – Olho para os lados.

INESQUECÍVEL - (o terceiro ano nos uniu) - REFORMULADOOnde histórias criam vida. Descubra agora