E é nesse momento que o pouquinho de esperança que eu tinha desaba.
Steven está acompanhado por uma mulher loira, alta e, diga-se de passagem, que o vestido dela é bonito, na cor azul-marinho e longo.
Eu não sei, se ele me viu, mas se o fez fingiu que não percebeu. Sinto todo o bom humor escorrer. Não acho que Steven deveria ter o direito de mexer com as minhas emoções, ou melhor tenho certeza.
Volto a olhar para Arthur e Emily que neste momento me analisam.
- Se você quiser a gente pode ir em outro restaurante. – Arthur sugere.
- O que acha, quer mesmo ficar aqui? Se não, se sentir bem é melhor sairmos. – M, diz.
- Não, vamos ficar. Eu nunca morri de amores por ele. Não vai ser agora, e eu já conhecia o tipo. – Digo sendo mais dura comigo mesmo.
- Tudo bem, mas se quiser ir, a gente vai! – M, deixa bem claro. Apenas assinto concordando.
Eu realmente estava certa em ter os meus motivos, e fico feliz por não ter continuado aquele beijo. Sei que ele se sente afetado e sei também que ele tem total consciência que eu também estou, mas Steven sempre resolve ir pelo caminho mais difícil, aparentemente ele sempre quer me afastar. E se é isso que ele quer, faço questão de proporcionar isso há ele.
Nossos pedidos chegam. Tento roubar um queijo do prato de Arthur, pois ele pediu escalopinho à italiana. Emily pediu um carpaccio de filé mignon, e eu um fettuccine.
- Nossa, isso tá uma delícia! – Digo levando o garfo a boca.
- Vou ter que concordar mesmo, muito gostoso! – Diz M, provando o seu carpaccio.
- Então, vocês duas estão preparadas para o último ano? – Arthur levanta a questão que tento evitar.
- Ah, eu estou tentando aceitar... – M, comenta. – Só estou ansiosa, pois é o ano da formatura, tem o vestibular. Resumindo estou tentando não enlouquecer. – M, chega à conclusão que todos nós estamos sentindo.
- Então, eu tô ansiosa. Ainda mais o que quero cursar, como todo mundo já sabe. – Digo e Arthur sorri, pois nós dois seremos colegas.
- Vocês dois, vão ser mediciners. Eu só quero que me atendam no horário viu! – M sendo exigente.
- Ah pois pronto, a bonita não quer mais nada! – Digo em tom de deboche.
- Só o que falta. Eu não vô colocar silicone de graça em você, não! – Arthur diz, e rimos.
Vejo que Emily gruda os olhos na mesa atras da gente.
- Movimentação. – Ela diz e encara mesmo.
- Chegou mais um casal. – Arthur, avisa.
- Parem de cuidar da vida alheia, ainda mais de quem não faço a mínima de saber. – Digo em tom de deboche, pois não quero pensar em Steven.
Pois acabei de instaurar uma guerra interna entre em mim e ele. Não quero saber, ouvir ou ver nada relacionado há ele. Vou fingir que nunca soube da sua existência na terra.
Terminamos o almoço tranquilamente, conversando sobre amenidades e gargalhando sobre coisas idiotas que contamos de um para o outro.
- E aí, o que acham de a gente dar uma volta? – Emily sugere.
- Poderíamos ir no parque dar uma voltinha, só pra circular o sangue. – Arthur convida.
Concordo com a cabeça. Nos levantamos e vamos ao caixa para pagar a conta. O trajeto até lá poderia ser mais simples, se não tivéssemos que passar em frente à mesa, daquele a qual não devemos citar.
Emily vai na frente e eu vou logo depois, seguida de Arthur. Ao passar em frente à mesa dele finjo que não vejo, já M e Arthur o cumprimentam.
- A mudança da água para o vinho! – Arthur debocha atras de mim.
- Oh garoto! Para! – Digo rindo.
- Eu mereço essa dupla! – Diz M. – Vocês dois não conseguem ser civilizados?
- É ele que só me incomoda, morre de amores por mim! – Arthur aproveita a provocação para fazer cosquinhas. – M, manda ele parar! – Digo me contorcendo.
- Crianças, a tia vai falar só uma vez. Se comportem! – M, debocha.
Tinha uma pequena fila para o pagamento do caixa, mas os próximos éramos nós. Fizemos o pagamento e saímos do restaurante.
Fomos ao parque e tomamos sorvete. Era legal poder conviver com M e Arthur. Somos um trio de amigos, desde crianças. Antes, Arthur e eu vivíamos numa implicância sem fim. Já com Emily era totalmente diferente, sempre fomos confidentes.
Chegamos na adolescência e ficamos inseparáveis. Nada passa despercebido pelo trio, Emily e Arthur me conhecem, e eu os conheço muito bem também. As vezes penso o quanto será difícil deixá-los pra traz, pois não penso em cursar medicina aqui no Brasil.
Chego em casa, e tudo está no mais absoluto silêncio. Mamãe deixou um bilhete avisando que saíram para alguma comemoração.
Tomo um banho para relaxar, e começo a arrumar as minhas coisas calmamente.
Amanhã começa o último ano letivo pra mim, mais um ciclo que se fecha. E confesso que já não via hora de sair da escola. Sou ansiosa em cumprir as minhas metas e objetivos de vida, e por mim já tinha pulado algumas etapas, mas sabemos que na vida tudo é uma escada, degrau após degrau.
Ao terminar de arrumar as minhas coisas, me deito na cama e vou mexer um pouco nas redes sociais. Vejo que tanto Arthur como M, postaram algumas fotos do nosso passeio. Aproveito para postar também e comentar na foto de ambos.
Fico rolando o feed aleatoriamente, até sem querer me deparar com uma foto que Steven postou. Na selfie, está Steven e a moça que o acompanhava no almoço, ambos estão exibindo sorrisos na foto. A legenda do post parecia ser algo íntimo "agradeço por ser quem é, em minha vida!".
Acho que já vi o bastante. E é nesse momento que uma paranoia me atinge. E se ela for namorada dele? E se ele traiu ela comigo, pois nos beijamos! Meu deus, eu fui cumplice de algo que eu não desejo pra ninguém.
Preciso tirar isso a limpo, nem que seja pra jogar umas verdades na cara de Steven.
Ok, eu sei que, determinei pra mim mesmo que jamais falaria com ele de novo, mas só de pensar que eu fui a outra, me deixa de consciência pesada. Ainda mais quando é algo que ofende o meu caráter.
Na verdade, se parar pra pensar bem o mau caráter na situação toda é Steven, pois não é a primeira vez que ele deve ter traído ela, já que na festa o bonitão estava com uma mulher. E olha a coincidência, ela também era loira, mas tenho certeza de que não era a mesma mulher.
Olho no celular, são 23: 15. Eu deveria já estar dormindo, mas estou aqui criando teorias da conspiração. Me ajeito na cama, arrumo os travesseiros e deixo o sono vir.
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INESQUECÍVEL - (o terceiro ano nos uniu) - REFORMULADO
Novela JuvenilO significado de amor inesquecível: é um sentimento memorável, algo que não se consegue esquecer e por mais que você tente é impossível ignorar, pois merece ser vivido e experimentando. Talvez, somos assim duas pessoas que merecem ter as suas histór...