Capítulo 7

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Aquela voz deveria ser Deus avisando que o possível beijo não pode acontecer.

- A gente não terminou esse assunto ainda! – Ele fala baixinho no pé do meu ouvido, e sai em direção a voz que o chamou.

Ofego, sempre vai ser assim? Ele mal chega perto e eu não sei como reagir, aí a gente acaba discutindo ou se alfinetando. Não levo a sério quando Steven faz brincadeiras sobre ser o meu namorado ou eu não querer namorar com ele, porque sei que ele é soltinho demais pro meu gosto.

Volto a correr, e o vejo me seguir com os olhos. Eu preciso parar de ver coisa onde não tem, eu e ele não somos compatíveis, Steven é cheio de segredos, como aquela conversa que teve pelo celular quando eu estava bisbilhotando no banheiro.

Meu celular toca.

- Alô?! – Atendo.

- M, falando! – Emily fala ofegante.

- Jesus, que falta de ar é essa? – Falo em tom malicioso.

- Não é isso que ta pensando, o safada! – Emily ri do outro lado da linha. – Estou correndo na esteira. Então, o que acha de irmos em uma festa hoje? – Franzo o ceno.

- Poxa, me lembrei que tenho que estudar, não vai dar! Que pena... – Digo fazendo a voz de vítima.

- Oh garota, deixa de ser idiota! – Ela fala rindo do outro lado da linha. – Vamos, sim! Arthur vai também, então fica pronta e se desculpinhas! – E simplesmente desliga, evitando que eu fique choramingando pra ela.

- Ok, eu vou sim... – Digo indignada olhando pro celular.

Chego em casa, e vou direto me arrumar. Tomo um banho e coloco um vestido azul longo que define minhas curvas e um salto preto, faço uma maquiagem básica só acrescento cílios postiços e passo um batom nude. Me olho no espelho e visual me agrada.

- Nossa, como tu feia! – Tomo um susto com Arthur parado na porta.

- Quem pediu a tua opinião? – Pergunto e ele fica rindo. – Ah, é ninguém. – Volto a me olhar no espelho.

- O mãe, olha só a Carol! – Ele grita e escuto os passos. – Vem ver isso, pai! – Fica parado segurando a maçaneta da porta.

- Aproveita e chama a rua inteira, o arrombado! – Digo rindo.

Mamãe, entra, logo atras papai. Os dois me olham embasbacado.

- Eu sabia que ela ia dar trabalho! – Meu pai e mamãe se olham. – Olha, Barbara, os meus cabelos estão ficando brancos! Meu deus, eu tô ficando velho! – Papai e o seu drama básico.

- Filha, meu Deus! – Mamãe me olha. – A minha genética é boa demais! – Se orgulha me dando um beijo na bochecha. – Está linda! Divina, melhor dizendo! – Suspiro. – E para de drama, Kewin... – Revira os para papai.

- Fala isso, porque não é você que está ficando grisalha! – Ele passa a mão no cabelo. – Não quero nem imaginar quando chegar a vez de Malu! Eu vou ficar calvo! – Mamãe, Arthur e eu rimos diante do exagerado.

- A senhorita vai aonde toda arrumada desse jeito? – Mamãe pergunta olhando para a penteadeira.

- Emily, nos convidou pra sair, vamos numa boate que inaugurou! – Arthur responde por mim. Não sabia que M tinha convidado ele também, achei que era o outro Arthur, meu melhor amigo.

- Filha, você está linda, mas por favor não voltem tão tarde! – Papai me dá um beijo na testa. E olha para Arthur. – Cuida da sua irmã! – E se abraçam.

Olho para Arthur de cima abaixo. – Vai sair assim? – Ele se olha.

- O que? Está muito ruim? – Ele está lindo, só falei pra incomodar.

INESQUECÍVEL - (o terceiro ano nos uniu) - REFORMULADOOnde histórias criam vida. Descubra agora