Epílogo - Eu sou livre!

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"Se eu tiver que começar de novo pra você não me abandonar, eu escrevo uma história nova, mas a morte não vai te tocar"

Se eu tiver que levantar do trono - cantor desconhecido (por mim).

 
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     Imagine você como uma pessoa cega – nem que seja por algumas horas – e tente andar por onde você está. Difícil, não é? Certamente você cairá ou se machucará esbarrando em algo. Nunca fiquei cega fisicamente, mas o pecado me cegou espiritualmente. Caí no buraco do sofrimento, me machuquei em diversas pessoas e até mesmo objetos. Carrego em meus pulsos a marca dessas feridas. Mas se me perguntarem se doeu, direi que mais na alma do que no corpo. O pecado me cegou ao ponto de não enxergar a saída. A luz no fim do túnel.

     Eu me iludi. O mundo me enganou. Acredite, ele não é tão bonito como parece! No inicio tudo é lindo, há um banquete para você desfrutar, mas não se iluda, pois nada é de graça. No final do dia não será cobrado o seu dinheiro e sim a sua alma. O valor é caro e as consequências dolorosas. Mas eu descobri que não precisava viver em um mundo enganoso e cheio de dor. Descobri que posso ser feliz todos os dias sem pagar um alto preço, porque ele já foi pago. E foi pago na cruz calvário. Eu sou livre. Cristo me libertou!

     Minha experiência com Deus foi, sem duvidas, a maior experiência em toda minha vida. Para muitos não passou de uma loucura, mas só eu sei o que vivi e isso me basta. Três meses depois dessa experiência, me batizei e a partir disso vi as promessas de Deus se cumprindo em minha vida. Não pense que foi fácil, mas eu sabia que não seria. Fiz o que Deus me instruiu; confiei nele, e o resto entreguei em suas mãos. Lembro, como se fosse hoje, o dia em que acordei, a primeira coisa que disse e das pessoas que estavam intercedendo por mim. Lembro, principalmente, da gostosa sensação de acordar, voltar à vida sendo uma nova criatura.

— Mããe!!! — gritei assim que senti o ar em minhas narinas.

     Abri os olhos e me vi cercada de médicos. O aparelho que monitorava meu coração não parava de apitar. Os médicos comemoravam entre si e diziam: ela voltou! Ela voltou!
Olhei para os lados, procurando Deus, mas não o encontrei. Uma sensação de tristeza me abateu, eu queria estar com Ele pelo resto da minha vida, porém, minutos depois Jussara e Aluízio entram no quarto, então todo sentimento de tristeza se dissipou. Como quis abraça-los, beija-los, dar todo amor e carinho que os neguei. Se antes eu não conseguia expressar o que sentia, naquele dia todo meu amor por meus pais aflorou em meu coração. Fui impossibilitada de levantar, mas eu sabia exatamente o que tinha que fazer.

— Mãe... pai... senti tanta falta de vocês!

Com os olhos lagrimejantes papai caminhou até minha cama e me abraçou como nunca antes. Mamãe ainda estava parada, com as mãos no rosto, desacreditada. Ela chorava em silencio, mas podia ouvir seu coração explodir de alegria.

— Não mereço um abraço, mãe? — abri os braços e lancei um sorriso para ela.

     Não demorou muito e lá estava eu desfrutando do abraço da mulher que mais me amava. Minha mãe. Minha protetora, intercessora. Aluízio se juntou a nós e juntos protagonizamos o melhor abraço clichê. Assim como Deus, eles nunca desistiram de mim, mesmo não sendo merecedora de tanto amor. Nos primeiros dias o remorso me deixou inquieta, lembrando-me do meu passado, mas ao meditar na bíblia – como Deus me instruiu – descobri que havia motivos para me sentir tão inferior, pois se Deus já havia perdoado meus pecados e apagado meu passado, quem era eu para insistir nisso? Aliás, essa foi apenas uma das muitas coisas que aprendi ao meditar na palavra. Descobri que tudo que precisava estava nela. Deus havia deixado um manual, respostas para todas as minhas futuras perguntas.

Irresistível AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora