Capítulo 7

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A caminho da escola, o silêncio e a tensão entre eu e Matheus era evidente, até no simples ato de respirar.

Eu não entendia o motivo do mesmo ter ido até a minha casa, para me dar uma simples "carona" até a escola, porque simplesmente estava preocupado...

Era estranho, não era o Matheus que conhecia.

Encostei-me na janela e observei a paisagem. A velocidade com que a via retratava a minha vida no momento, sentia que algo estava a escapar-me entre os dedos, algo importante. Os pesadelos estavam cada vez mais frequentes e cada vez mais assustadores. E cada vez mais o Matheus estava próximo de mim, e eu não entendo isso... será que deveria dar importância a esta proximidade?!

O dia hoje está ensolarado e fresco, o que não me agrada muito, o frio é o meu lugar.

- Bella? - A voz de Matheus me tirou dos meus pensamentos e me obrigou a encará-lo.

Ele mantia o olhar neutro e o rosto sereno. O olhar estava focado na estrada o que me fez perguntar que segredos aquele olhar guardava.

- O que foi? - Minha voz saiu até um tanto rouca pela falta de uso.

Matheus suspirou.

- Você me odeia? - Ele não me encarou enquanto fez a pergunta.

Eu o olhei confusa.

- Porque quer saber? - Eu o respondi com outra pergunta.

Matheus suspirou.

- Ah... Depois de todas as nossas brigas, desafetos, xingamentos. Eu tenho essa dúvida.

Eu mexi nervosamente no cabelo e deixei de o encarar.

- Sabe, eu não chego a te odiar... Eu só te acho egoísta, altruísta, babaca, idiota... - Falei em tom de brincadeira e vi Matheus sorrir de canto.

- Quantos elogios maravilhosos à minha pessoa, falando assim nem precisa continuar. - Disse brincalhão.

Suspirei.

- Posso fazer-te uma pergunta também? - Eu pedi.

- Você acabou de fazer uma. - Ele disse e sua risada ecoou pelo carro, assim que dei um tapa em seu braço.

- Viu? Não dá para conversa com você.

- Estou brincando... Pode perguntar o que quiser anjo.

Eu mordi fortemente os lábios e fechei os olhos.

- Por que está me ajudando? Por que quer estar tão perto de mim esses dias? - As perguntas saíram sem eu pensar e juro que ouvi o suspirar pesado de Matheus.

O silêncio brotou durante alguns segundos, até sua voz atingir meus ouvidos.

- Porque...porque... - Sua voz saiu duvidosa, mas mesmo assim ele continuou. - Mesmo com tudo o que acontecendo Isabella, eu sinto a necessidade de estar perto de você, mesmo brigando, por que você sabe né? Quando estamos juntos tudo é mais intenso. Mais interessante.

Se fosse há alguns dias, juro que faria piada do que ele acabou de dizer...mas mesmo que não seja estranho ouvir essas palavras vindo dele, já que as utiliza com outras meninas, estas de certa maneira mexeram na mesma comigo. Mas como eu sou a rainha da cocada preta...

- Hahahaha...nossa Matheus hahaha...cuidado que assim vou pensar que sentes algo por mim, para além de claro, da necessidade de atormentar-me. - Falo entre risos e de relance vi os lábios dele se curvarem para baixo.

- Hey hey... parece que alguém resistiu ao meu charme.

- Matheus, eu jamais me entregaria ao teu charme. Até porque sei perfeitamente o que acontece àquelas que se entregam...

- Hmm...temos então uma desafiadora. Interessante. - oi?! Faça-me o favor de calar a boca. - Veremos até quando, Bella. -ele diz a última frase tentando inutilmente passá-la despercebida aos meus ouvidos. Estava prestes a dizer-lhe umas poucas e boas quando o toque do telefone interrompe a minha tão necessária fala. Mesmo depois dele ter visto o remetente, ele hesita por alguns segundos antes de atender o telefone.

- O que quer?! Ah?! Ouve bem, não tens nenhum direito sobre a minha vida! Eu faço o que quiser! Ah, vai para o raio que o parta!

E assim delicadamente ele finaliza a tão tranquila chamada. Estava por um fio em perguntá-lo quem era, mas esforcei-me ao máximo para não o fazer. Até que o ouvi dizer baixinho, mas não o suficiente aos meus ouvidos sobrenaturais:

- Eu prometo proteger-te ... July.

- Hmm...quem é July?- eu e minha boca grande, sinceramente.

- Ah?!

- Esquece...

E assim continuamos o percurso submersos num silêncio estressante. Estava estranhando a demora da chegada à escola, tenho certa impressão que ele pegou o caminho mais longo de propósito. Percebi que depois da tal chamada, Matheus estava bem tenso, tanto que apertava fortemente o volante, mas resolvi deixá-lo em seus tão conturbados pensamentos.

Finalmente chegamos à escola e enquanto caminho pelo corredor que leva à nossa sala de aula, reparo que Matheus já não se encontrava ao meu lado. Dou de ombros e continuo a andar em direção à sala.

Depois de terminada a aula, saio da sala. Dou alguns passos e vejo Matheus tendo uma conversa nada amigável com um senhor. A conversa devia estar bem tensa, porque percebi que Matheus segurava-se para não explodir de tanta raiva que exalava enquanto fechava excessivamente os punhos.

Droga. São nestes momentos que desejamos ter outro caminho, mas não havendo, caminho normalmente por eles. Até que percebo o olhar do senhor transbordando raiva e desprezo dirigido à minha pessoa. Sendo desta forma que não me aguento...

- Algum problema comigo, senhor ?

- Sempre mal-educada, não?! Há coisas que não mudam mesmo!

- Se mudassem não seriam para sempre, certo?!

Estava para continuar com o meu discurso cheio de educação quando Matheus disse:

- Vai embora!

Por alguns segundos pensei que este se dirigia a mim quando o rei da educação disse:

- Eu vou...mas ainda não desisti...filho.

Assim que ele diz a última palavra vejo Matheus com um olhar assustador...

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Amo vocês!

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